Prólogo - A carta misteriosa

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A vida de Tulipa Potter não era fácil, os Dursley não a criaram como uma filha ou uma sobrinha, na verdade você quase poderia pensar que ela não morava na casa. Tulipa não tinha um quarto, e nenhuma das fotos retratava a garota a garota magrela de cabelos negros, óculos redondos, profundos olhos verdes e com uma estranha cicatriz de raio na testa. No entanto ela continuava lá, dormindo em um pequeno quarto embaixo da escada e que se não fosse pelos cabelos compridos poderia ser facilmente confundida com um garoto já que só usava as roupas velhas do primo.

A vida com os Dursley era tudo menos fácil para a garota, se acostumara desde sempre a ser alimentada com os restos, a fazer todos os trabalhos domésticos e com algumas surras para discipliná-la, principalmente quando o tio bebia demais. Com isso a garota aprendeu rapidamente como ficar longe do caminho e a tentar sempre ser mais inteligente que os tios, era o único jeito de evitar mais castigos.

Apesar disso coisas estranhas sempre a rodearam, uma vez quando tia 5 anos a tia Petunia tentou força-la a usar um ridículo macacão laranja berrante velho de Duda, Tulipa gritara sem parar enquanto a tia tentava enviá-lo mais ele diminuía até que se tornou impossível coloca-lo. Uma vez quando o tio tirou o sinto para bater nela o mesmo misteriosamente virara uma pluma, mas isso só fez com que ele usasse os punhos. Teve uma vez que enquanto fugia da turma do primo, Tulipa pulou e foi parar misteriosamente no telhado da escola. Porém a coisa mais estranha que já acontecera fora no último aniversário do primo quando não só conseguiu falar com uma cobra, mas quando o primo acabou preso dentro do viveiro da jiboia como que a mesma fugiu.

Este último rendeu o seu castigo mais longo, ficou durante quase um mês sendo alimentada apenas com pão velho e água, as vezes conseguia sair tarde da noite para a cozinha roubar algumas uvas. Mas agora estava livre e de férias e em setembro finalmente iria para uma escola diferente do primo e talvez finalmente pudesse fazer amigos e ter uma vida com menos dor, estava ansiosa por isso. Havia acabado de colocar o café da manhã na mesa dos Dursley quando ouviram o som das cartas passando pela portinha do correio.

- Apanhe o correio Duda – disse tio Valter enquanto lia o jornal.

- Mande a Tulipa apanhar.

- Apanhe o correio Tulipa – disse o tio e a garota suspirou.

Ela sabia que não adiantava falar nada, nunca que os cruéis tios iriam fazer com que o primo fizesse qualquer coisa que não fossem as suas vontades, e por isso tudo no final sempre sobrava para ela e tentar revidar só faria com que fosse castigada mais seriamente. Era mais inteligente se fazer de garota dócil para evitar punições e tentar aproveitar com isso pequenas liberdades. Talvez os tios precisassem que ela fosse buscar algo no mercado ou entregar algum recado a tarde e ela conseguisse sair de casa, ou cuidar do jardim da tia, sempre gostara de plantas e essa era a tarefa mais prazerosa entre todas as suas obrigações.

Haviam apenas 3 cartas, um cartão postal da irmã do tio Valter – Guilda – que estava passando as férias na ilha de Wight, o que parecia ser uma conta e uma carta para ela! O coração acelerou quando olhou a carta, sempre esperara que algum parente aparecesse e a levasse para longe, contudo ali havia uma curiosa carta para ela, que até mencionava o seu armário.

Srta. T. Potter

O armário sob a escada
Rua dos Alfeneiros, 4
Little Whiging
Surrey

Não sabia de quem era a carta, ou como sabiam que ela dormia em um armário, mas a jovem decidiu pensar rápido e só ler a carta longe do tios. Sabia por experiência própria que eles sempre transformavam qualquer coisa boa para ela em algo terrível e sempre que possível ela ainda era castigada, era melhor esconder a preciosa carta e lê-la quando estivesse longe de casa.

Tulipa Potter e a Pedra FilosofalOnde histórias criam vida. Descubra agora