Capítulo 19 - Pondo os pingos nos i's

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Tulipa Potter narrando

Eu acordei lentamente, vendo as luzes conhecidas a minha volta enquanto tentava me situar sobre onde exatamente eu estava. Era a Ala Hospitalar, era a segunda vez que eu acordava aqui e mais uma vez eu tentava colocar os meus pensamentos em ordem a última coisa que eu me lembrava era do Quirrell morrendo e Voldemort saindo do corpo dele e vindo na minha direção, dou um pulo na cama assustada quando de repente noto que o professor Dumbledore estava ali me olhando.

- Professor Dumbledore... a pedra está segura? – pergunto enquanto ainda tentava colocar os meus pensamentos em ordem – nós conseguimos?

- Por favor se acalme Srta. Potter ou a Madame Pomfrey vai me expulsar – ele diz em um tom gentil e então pega uma caixa colorida que só agora eu notara.

Ao meu lado na cama havia uma mesa abarrotada de embalagens de presentes, havia muitos docetes – uma quantidade quase indecente que deixaria a moça do carrinho de doces do trem com inveja – e uma enorme quantidade de papeis e cartões de melhora. Havia até um ursinho de pelúcia na forma de um gatinho, Millicent provavelmente.

- Presentes dos seus amigos e admiradores – Dumbledore diz sorrindo, mas ele não precisava a Sonserina é uma casa superprotetora, nós sempre enviamos algo quando um dos nossos vem parar aqui, apesar de aqui ter mais coisas do que eu esperava – o que aconteceu nas masmorras é um segredo absoluto, então é claro que graças as habilidades da Srta. Parkinson todo o castelo já sabe tudo a respeito.

- Há quanto tempo eu estou aqui? – pergunto um pouco ansiosa, será que faria muito ou pouco tempo.

- Há três dias, os seus amigos ficarão muito aliviados em saber que você acordou – ele diz em um tom gentil de avô – eles tem vindo aos bandos aqui para vê-la para o desespero da Madame Pomfrey.

Isso significa que eles estão todos bem, que Draco e Hermione conseguiram voltar em segurança, que Theodore foi resgatado e que nada de muito ruim aconteceu com eles. Mas isso me leva a outra questão, quando eu fui atrás da Pedra eu presumi que Quirrel teria passado pelos desafios e eu só teria que passar pelas salas, isso não aconteceu. Exceto pelo Troll, nós tivemos que derrotar os desafios de todos os professores mas isso não fazia o menor sentido. Nós estamos no primeiro ano! Como nós pudemos passar por todos tão facilmente, com certeza existem várias plantas mais perigosas e que alunos do primeiro ano não iriam conhecer. Flitwick é um mestre de feitiços, ele com certeza poderia ter colocado um desafio que um apanhador de quadribol não conseguiria ultrapassar, um jogo de xadrez? Theodore de 11 anos passou por ele! E porque Snape usou a lógica em vez de nos fazer preparar a poção para passar pelo fogo sem nenhuma instrução? Além disso Dumbledore me mostrou o espelho, eu vi esse espelho no natal! Tem algo muito errado nessa história.

- Professor... sobre a pedra – começo medindo as palavras que eu usaria para expressar as minhas dúvidas e conseguir respostas.

- Já vi que você não se deixa distrair – Dumbledore sempre tinha aquele tom de avô simpático, não o que eu esperaria de um diretor, mas ao mesmo tempo ele parecia feliz por eu voltar a falar da pedra – o professor Quirrell não conseguiu tirá-la de você, cheguei a tempo de impedir que isso acontecesse e salvá-la, apesar de você estar conseguindo se defender muito bem sozinha.

Me defender muito bem sozinha? Eu matei ele! Eu matei um dos meus professores com as minhas próprias mãos para impedir que ele me matasse, eu senti a vida dele passar pelos meus dedos e isso é tudo o que ele tem a dizer? Eu sei que a pedra estava a salvo, apesar de não entender o que havia acontecido, quando eu desmaiei Quirrell já se fora. Mas ele alega que apareceu para me salvar, isso só me faz pensar ainda mais que há algo de errado. Ele chegando no momento oportuno? Desafios que alunos do primeiro não podem passar? Porque ele não apareceu antes de eu ter tido que enfrentar Quirrell? Antes de ter que ver a cara de Voldemort? Antes dele tentar me matar?

Tulipa Potter e a Pedra FilosofalOnde histórias criam vida. Descubra agora