Jonathan narrando…
Minha avó foi diagnosticada com um tumor cerebral e que pra piorar não é operável. Eu senti meu mundo desabar, eu nasci e cresci com minha avó sendo mais presente que meus próprios pais.
Saber que dentro de alguns meses eu perderia minha avó foi como sentir meu coração queimar com uma dor que eu nunca senti antes. Eu precisava da Danielle. Eu precisava do seu abraço mais que tudo.
Mas meu pai pediu o sigilo de todos nós pra evitar que falsas notícias se propaguem. Isso incluía a Danny.
Depois de alguns dias na clínica, todos nós estávamos cansados e preocupados mas eu me recusava a sair de perto da minha avó.
— Sr Jonathan, uma garota procura por si— a enfermeira entra no quarto enquanto muda o saco de soro. Será que é Danielle?
Sem pensar duas vezes e c muita esperança saio do quarto até ao corredor. Eu paralisou ao ver a garota loira parada a minha frente com um sorriso forçado.
Eu não acreditava que eu voltaria a ver aqueles olhos cor de cinza outra vez em minha vida. Era Valerie! Mas ela estava completamente diferente, pelas suas roupas e face eu diria que ela parece ter amadurecido bastante.
— Oi...— fala com o rosto mostrando constrangimento.
— Oque você está fazendo aqui!— admito que usei um tom muito arrogante mas como ela espera que eu a trate? Que eu faça uma vénia e beije sua mão?— Não acha que já me fez tanto mal?
— É por esse mesmo motivo que estou aqui!— sua voz soa suave e arrependida. Mas eu não ligo.
— Eu não estou com cabeça para isso Valerie.— abro a porta do quarto que minha avó estava e me preparo pra entrar.
— Eu tive um filho!— fala mais alto pra chamar minha atenção e isso resultou, me viro pra ela dessa vez querendo escutá-la
— Vamos tomar café— passo por ela que em seguida me seguiu. Eu estava mesmo curioso, e precisava esvaziar a cabeça com algo.
Caminhamos em silêncio até a sala de visitas onde tinha uma cafeteria.
— Eu peço desculpas...— quebra o silêncio que já se formava entre nós.— Depois de eu ter feito aquilo com você— faz uma expressão de arrependimento me fazendo lembrar a maior humilhação que passei em minha vida— tudo começou correndo mal pra mim, o meu namorado, o Alex lembra!?— assinto— eu fiquei grávida dele, eu contei pra ele e ele se recusou a assumir a gravidez e até exigiu que eu abortasse mas eu recusei. E foi então que o inferno começou... Meus supostos amigos, minha família, TODOS me rejeitaram e eu fiquei sozinha e abandonada. Tudo isso porque me recusei a tirar meu filho.
— O Karma é foda né— ironizo mesmo sabendo da dor que ela passou. Ela apenas sorri acenando
— Eu conheci um cara, Martin, e ele me ajudou bastante, nós nos apaixonamos. Mesmo ele não tendo as condições que eu estou habituada, nada disso me importou. Ele até assumiu meu filho e agora estamos noivos— mostra seu anel e eu a olho incrédulo— não vamos nos casar tão já.— solta um risinho ao perceber minha expressão.
— Muito bom saber que tudo isso aconteceu com você. Excepto a primeira parte claro.— tento me explicar— e oque eu tenho haver com isso.
— Eu não ia conseguir ser feliz sabendo da situação que eu te causei. Eu preciso e peço o seu perdão Jonathan.— sorri sem jeito.— Você me perdoa?
— Claro! Não sou de guardar rancor. E também preciso do perdão de alguém.— me lembro da Danielle
— Alguma garota em especial!— sorri brincando. — Pode confiar em mim eu já passei por muita coisa não te faria mas nenhum mal. E talvez nós até poderíamos ser amigos— sorri mais uma vez sem jeito.
Então eu contei absolutamente tudo pra ela, ocultando alguns detalhes íntimos claro e o mais incrível é que ela me escutou atentamente respondendo apenas com "Uhum... Sei... Aah... Oky"
— E oque você acha?— pergunto a ela, por longos minutos fiquei falando sobre como eu me apaixonei por Danielle, e pelo menos isso serviu pra me distrair um pouco do assunto da minha avó.
— É óbvio que ela te ama, apenas dê um tempo pra ela.— fala mostrando sinceridade e ternura.— E se ela demorar, eu mesma trato disso.— brinca fingindo estar furiosa
Nesses poucos minutos, eu percebi mesmo o quanto Valerie mudou e pra melhor. Ela se tornou minha amiga, e confidente em tão pouco tempo. Ela soube da situação da minha avó e sempre ficou comigo nesse pouco tempo que ela esteve na cidade.
…
Depois de uma noite com minha avó ainda inconsciente, eu e Valerie acabamos por adormecer no sofá do quarto onde ela estava.
A porta do quarto bate revelando alguém que pelo sono eu não conseguia identificar. Mas quanto mais minha visão ficava nítida eu percebia que era uma garota com medeixas roxas no cabelo... Danielle. Me assusto por ela ter visto a posição que eu e Valerie estávamos.Ficamos numa troca de olhares sem nenhuma palavra.
— Ah meu Deus é ela— Valerie se assusta soltando seu braço de mim sem eu me aperceber.
— Danielle...— me levanto indo até ela que apenas se afasta com sei rosto vermelho que visivelmente segurava o choro.
— Ela é quem eu penso que é?— pergunta ainda com os olhos inchados vidrados em Valerie. Eu apenas assinto e ela sai do quarto desapontada.
— Danielle...— tento ir a sua procura, mas Valerie me impede.
— Deixa que eu trato disso— fala e sai do quarto indo atrás de Danny.
E agora...
…
Danielle narrando…
Eu não acredito que depois de ele ter se confessado "apaixonado" por mim aparece dormindo com a garota que humilhou ele. Jonathan só me decepciona, e eu me senti traída, muito traída.
— Por favor espera!— QUE MERDA ESSA GAROTA QUER?
— Você quer esfregar na minha cara que conseguiu o trouxa daquele idiota?— ironizo prendendo as lágrimas que já estavam depositadas em meus olhos.
— Meu Deus qual é seu problema garota...— Quê? Ela pirou?— O Jonathan está a semanas implorando por seu perdão ELE ATÉ DECLAROU QUE TE AMA PORRA! Eu sei oque ele fez Oky! E me culpo por ele ter feito aquilo, talvez por tudo que eu causei nele no passado. Mas o garoto e doido por você. Eu entendo oque esteja passando mas você está vendo tudo isso que ele tem que enfrentar sem o seu apoio?— fala a tal de Valerie me dando um toque gigante de realidade.
Jonathan precisava mesmo de mim como eu precisava dele. Rach não iria gostar que existisse um gelo entre nós, nem eu quero isso.
— Eu...— tento falar algo.
— Vai até ele— fala suavemente sorrindo pra mim
Eu escuto ela, assinto e saio correndo até ao quarto de Rach. Entro recuperando o fôlego e Jonathan me encarra sem perceber aquilo e eu sem hesitar logo vou até ele envolvendo-o em um abraço apertado misturado de saudade e amor.
Lágrimas já escorriam em meu rosto quando voltei a sentir o calor do seu corpo em mim. Jonathan já fazia parte de mim.
— Eu te amo!— sussurro em seu ouvido envolvida em seus braços.
— Eu muito mais!— sussurra e deposita um beijo em minha cabeça.
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Meus amores se reconciliaram e por ironia do destino logo pela ajuda de Valerie. Aah as coisas da vida né
Bom! Os próximos capítulos serão menos intensos Oky! Rsrs ;-)
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SEMPRE FOI AQUELE IDIOTA
Ficção Adolescente- Eu te odeio - O sentimento é recíproco lembra!? - Idiota! - Anjo!