Delito

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"As rachaduras não vão se consertar e as cicatrizes não irão desaparecer

Acho que eu deveria me acostumar com isso

O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio

Lembro que éramos estranhos

Então, me diga, qual é a diferença

Entre o antes e agora.."

-Gavin James 


As palavras de sua amiga de baixa estatura ecoava em sua mente, Manoela sempre era assertiva em seus conselhos era o pequeno livro de autoajuda sem auto aplicação. Gizelly havia feito esse comentário mais cedo naquela noite e provocou risadas na amiga, que não deixou de concordar. 

'-...Vocês deveriam conversar sobre o que sentem, eu acho que é recíproco o jeito que ela te olha é diferente.'

Sua cabeça batia levemente no vidro do carro por sorte o motorista de aplicativo apenas tinha cumprimentado e não puxado assunto como a maioria. Sua cabeça estava dormente, talvez pela bebida em excesso. Um pouco tonta desceu do carro por volta das duas da manhã, ela não queria deixar pra outro dia o que tinha postergado há tanto tempo. Suas condições não era das melhores, mas tão sóbria não conseguiria nem olhar na cara de sua amiga. 

Chegou na portaria um senhor de cabelos grisalhos dormia sentado em sua cadeira nada confortável, pensou duas vezes antes de acordá-lo. Mas ele despertou quando a morena deixou cair o celular no balcão. 

-Boa noite senhorita, a senhora vai…

-Boa noite…- limpou a garganta tossindo- Sim, eu vou no apartamento da Marcela Mcgowan ela tá me esperando. 

-Qual o seu nome? 

-Gizelly 

-Senhora Gizelly, ela não deixou nem um aviso de sua visita e está tarde para interfonar. Se a senhora quiser ligar pra ela liberar sua entrada.- ficou receoso ao perceber que a morena mal conseguia ficar de olhos abertos. 

-Tá bem, vou ligar pra ela.- Sentou no sofá da portaria. 

Discou o número da amiga mais uma vez e nada, acabou pegando no sono no sofá. O porteiro vendo a situação da moça teve que quebrar protocolos e interfonar no apartamento de Marcela. 

-Oi Sr.Silvio, boa noite tô acordada sim. Insônia. 

-Menos mal Doutora, tem uma senhora aqui de nome Gizelly. Ela queria subir, mas a senhora não me avisou e visto que está tarde. Enfim ela acabou dormindo aqui no sofá da portaria. 

-Ai meu Deus, tô descendo só um minuto. 

Marcela ficou nervosa, não entendia por que ela tava fazendo aquilo. Nem imaginava que ela iria atrás dela ainda mais naquela situação, desceu de roupão. Ao sair do elevador o vento frio da madrugada entrou em choque com seu corpo aquecido pelas suas cobertas. 

Lá estava ela, Gizelly dormia encolhida no banco e teria sorte se sua renite ou sinusite não tivesse a atacado depois de ficar exposta ao vento frio daquela madrugada. 

-Gi? Acorda meu amor, vem comigo!- a puxava com cuidado. 

-Tô com sono, tá frio. 

-Vem Gi não me dá mais trabalho levanta! 

Conseguiu acordar ela, no elevador o silêncio era sepulcral. A morena não tinha coragem de encarar ela e nem falar nada, embora tenha ido com toda a intenção de fazer isso. As portas do elevador se abriram Marcela abriu a porta do seu apartamento pra Gizelly entrar. Ao entrar Gizelly tropeçou no tapete da entrada não conseguiu se apoiar e bateu a cabeça na mesinha de cristais. 

Eu vejo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora