Gayzinha

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Amigo...Considerando a sua derivação a partir do latim, amicus, especulam-se principalmente duas possibilidades: a primeira é de que a expressão venha de amare, amar; a segunda é de que ela viria de animi (alma) custas (custódia), ou seja, guadador-de-alma, ou alguém que toma conta da alma de outro. Uma hipótese que se levanta é a de que a palavra vem do grego: a (não, sem) ego (eu), que pode ter querido significar alguém com quem você se identifica tanto quanto com a si mesmo, mas que não é você. 

Tomar conta da alma de outro, era essa a relação entre Gizelly e Marcela construíram. Elas erravam e se corrigiam, brigavam e se resolviam sempre do jeito delas que muitas vezes era deixar realmente pra lá ou conversar sobre isso. 

No dia anterior Gizelly passou por maus bocados, com a ajuda das amigas Marcela e Tabata conseguiram sair da cilada que era se envolver com rapaz atrás de fama. Sem ele ao menos perceber ela já estava indo embora alegando dor de barriga o que não seria difícil de acreditar devido ao seu histórico gástrico. 

Em uma vídeo chamada com Marcela depois de todo o terrorismo do dia anterior elas discutiam sobre a irresponsabilidade de Gizelly. 

-Gizelly você furou o isolamento social por um merda, tudo bem que ele te enganou. Mas caramba por que você foi tão irresponsável? 

- Marcela não precisa me tratar igual criança eu sei que eu errei - já se irritava com a amiga. 

- Você age como uma e quer que passe a mão na sua cabeça? Você poderia ter se contaminado sabia?- Seu tom de voz se elevava, estava perdendo o controle o que não era comum.- Meu Deus! 

-Marcela…-Revirava os olhos- para tá bom? Eu já entendi, que saco.

Desligou a chamada sem se despedir. 

Marcela estava muito irritada com a postura da amiga, estava cansada. Ela detestava brigas sempre levava tudo na conversa, mas era difícil conversar com Gizelly até por que daquela vez ela se exaltou. Tudo por medo. Medo dela se machucar, medo dela ficar doente, medo de perder Gizelly. Talvez ela estivesse sendo dramática, provavelmente sim. Estava sufocando em seu choro preso até suas primeiras lágrimas chegarem, e junto com elas seu irmão Enzo batia na porta do seu quarto. 

-Ma o que cê vai querer almoçar? Mamãe vai pedir risoto…- percebeu ela encolhida.- O que foi? 

Ela não falou nada só soluçava de leve, e seu irmão tirava sua franja do rosto. 

-Me fala Ma, o que tá acontecendo? Outro cancelamento minha filha?- tentou fazer ela rir e falhou. 

- A Gi.- murmurou

- Aconteceu alguma coisa com ela? 

-Briguei com ela, acho que tô muito sensível né? Que saco. 

-Não acho que esteja, acho que você gosta muito dela de verdade. Me conta o que aconteceu?

Relatou toda a situação do dia anterior. 

-É, eu acho que você está sendo dramática. Embora não esteja errada. Você tá apaixonada pela Gizelly, pronto falei. E acabou. 

Ela só o encarava sem negar.

-Marcela é totalmente compreensivo até eu me apaixonaria, que gay nunca se apaixonou por uma hétero? Ainda mais você que vive de paixões. - ele riu.- Você é uma gayzinha minha filha. 

-Enzo eu te odeio tanto, por me fazer rir.- ela ria ainda com lágrimas no rosto. 

-Aceita vai doer menos agora levanta dessa cama. 

***

As portas estavam cada vez mais abertas para Gizelly, ela estava trabalhando muito e agora depois da recente decepção querer alguém até pra um beijo não era algo cogitado. Acordou dolorida, talvez por conta da tensão da noite anterior. Estava chateada também com a Ma mesmo sabendo que estava errada, mas ela não tinha o direito de falar com ela daquele jeito. Ela não era assim, resolveu deixar as coisas se acalmarem discutir com quem se ama dói. 

Eu vejo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora