Eu vejo você

Big Sister

"Nossos pensamentos não estacionam, nossos desejos variam, o certo e o errado flertam

 um com o outro, não há permanência, tudo é provisório, e buscar um porto seguro é antecipar o fim: a única segurança está na morte, será ela nosso único endereço definitivo.

Durante o percurso da vida, tudo é movimento, surpresa e sorte." 

-Martha Medeiros

A conexão com um propósito de vida é o objetivo de muitos, a junção de trabalho e missão.O homem depende da natureza, e para suprir suas necessidades desempenha um trabalho. Entretanto, não é qualquer trabalho, é  trabalho como atividade vital, isto é, como atividade livre, universal, criativa e autocriativa que transforma o mundo e ao mesmo tempo o próprio homem.Por esse ato que exige razão, reflexão e intencionalidade, o homem transforma a natureza. Karl Marx dizia que  neste processo ele não muda somente a natureza, ao mesmo tempo ele transforma a si mesmo e as relações sociais, porque a atividade vital lhe dá condições de Ser criador e autocriador.

Marcela e Gizelly tinha intrinsecamente o conceito de trabalho ser transformador de realidade em suas vidas. Elas usavam suas vozes e lugares de fala para trazer luz ou melhor para evidenciar suas causas e levar amor para todas as mulheres. Seu novo e tão sonhado projeto tinha ganhado vida por fim, e elas estavam focando suas energias nele. Principalmente Gizelly que negociava várias parcerias para o projeto, Marcela estava a frente do bazar pra arrecadar fundos. E a equipe do projeto cada dia crescia mais na redes sociais, com sua página interativa no Instagram. 

Os dias passaram voando, muito trabalho para ambas. Várias reuniões até chegar o lindo dia do Bazar Big Sister Brasil. Marcela estava ansiosa, estava tudo pronto e ela ainda dava as últimas ligações para checar tudo com a agência que organizava o evento que teria todo um cronograma de shows de Manu Gavassi, Anavitoria, Melim e Atitude 67. 

Gizelly chegaria na grande São Paulo cinco horas antes do evento. Já havia chegado no aeroporto e nada da Marcela aparecer, ela tinha combinado de buscá-la. Ela já tinha ligado três vezes. 

"saFada cadê você? Eu tô com fome, vai demorar muito?" 

Quinze minutos depois Marcela responde.

"Gi eu perdi a chave do carro não sei onde coloquei, mas já acho guenta aí!" 

Logo após enviar a mensagem encontrou a chave jogada em baixo do sofá, e seguiu mais rápido que o normal em direção ao aeroporto de Congonhas. De longe avistou a morena com um lanche na mão e sorriu, parecia uma criança esfomeada. Ela nunca deixaria de ser o seu nenê furacão. 

-Oi meu amor!- chegou dando um susto em Gizelly que olhava para o celular com uma mão e com o pão de queijo na outra. 

-Marcela você tá atrasada.- disse fingindo está brava. 

- Desculpa Gi, eu realmente não tava encontrando a chave. Você não vai me dá um abraço sua chata, vai ficar brigando comigo? 

-Claro que eu vou, só tenho que primeiro manter minha reputação de brava. Vem cá! Saudades de você minha safada.- a abraçou forte, e beijou seu ombro. 

Saíram dali direto para o salão que iria atender elas, Gizelly tagarelava sem parar sobre fofocas da última semana, projetos à parte, falava dos boys que enfim estavam chegando nela. Marcela olhava ela falando sem parar e sorria boba, como ela amava a energia dela. Tudo não tinha mudado, ela pensou que Gizelly ficaria estranha desde a última vez que se viram. No entanto ela estava a mesma de sempre o que a deixava confortável.