34. Uma Dama Em Evasão - parte 1

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Seu coração pulsava descontroladamente contra o peito enquanto olhava aterrorizada para o homem a sua frente

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Seu coração pulsava descontroladamente contra o peito enquanto olhava aterrorizada para o homem a sua frente. Não havia sido como imaginou que seria o pior dia da sua vida, mas o pavor que sentia naquele momento fazia os seus pesadelos parecerem uma pequena cena de suspense.

Ariela deixou cair o frasco de pomada que trazia na mão e recuou alguns passos, mas seu corpo não respondeu. Não se deslocou nem por um só milímetro. Estava congelada, tão dura como se tivesse virado uma estátua de pedra por olhar para medusa a sua frente com as milhares de serpentes a sibilar na sua cabeça.

Eles a encontraram. Assim, sem procurar por ela a encontraram. Simplesmente havia caminhado até o inimigo e ele olhava para ela, certamente fantasmado com sua maldita sorte.

Omar abaixou-se para apanhar o frasco, girou-o para ler o rótulo entes de o direccionar a ela.

- Desculpa, acho que isto é seu - disse, e sorriu - Marhaba! (Olá!)

2 Dias antes:

A estrada se estendia a sua frente, embassada pelas lágrimas que não paravam de cair

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A estrada se estendia a sua frente, embassada pelas lágrimas que não paravam de cair. Havia se cansado de limpa-las que as deixava rolar por seu rosto e molhar sua roupa.

Ainda ouvia na sua cabeça a voz desesperada de Colin a perguntar o que fazia e suas súplicas para que parasse. Via-lhe na janela do carro e via-lhe a prometer que a manhã seria um sonho, tudo estaria terminado e estariam os dois estados na rede de descanso fora do chalé para ver o sol nascer por trás dos montes, mas não podia confiar nisso, por mais que quisesse.

Suas mãos tremiam ao volante, mas mesmo assim ela pisava fundo no acelerador como se de repente fosse atravessar um portal que a fosse levar para outro lugar no tempo, outra realidade no multiverso onde a sua vida fosse diferente. Onde fosse somente Ariela Smoak, a secretária que teve a sorte de se apaixonar por seu chefe e ser correspondida. Uma história onde não houvesse nem herança do passado, nem Monique - nada para complicar seu romance. Só queria uma vida ordinária como de todas pessoas normais.

Ela parou o carro na berma da estrada e chorou um pouco mais antes de tirar um celular descartável do mesmo fundo falso da sua bolsa onde estava seu novo passaporte. Ligou o aparelho que carregou consigo por anos, esperando nunca ter que usar na vida, e chamou o único contacto gravado. O celular deu três longos toques antes que fosse atendido, ninguém falou nada. Tinha que ser ela a primeira a falar.

- Alô, ab? -ela chamou entre soluços - Ab, eu sinto muito. Me desculpe, ab, me desculpe!

- Mira? Filha? - Frederick respondeu, seu coração já a apertar pelo choro imparável do outro lado da linha.  Na sua mente já projectava o caos, sabia o que significava aquela chamada.

- Eu estraguei tudo, ab, estraguei. Me perdoa, por favor, eu sinto muito. Eu não queria, eu não queria.

- Mirella, por favor...

- É culpa minha. Me perdoa, papá.

- Escuta, minha menina, me escuta. Fica calma, está bem? Fica calma e lembre-se de tudo o que falamos. Lembre-se de toda a preparação que fizemos ao longo de toda a sua vida, Agora é a hora de pô-la em prática, ouviu bem?

Ariela assentiu com a cabeça e sua voz saiu a falhar, quase inaudível. Ele podia sentir a dor da filha ao telefone, seu coração estava igualmente em agonia, mas mesmo assim Frederick continuou, firme. Se Ariela ligava a partir da linha de emergência era porque havia sido descoberta e tinha que conter o pânico e garantir que seguia o plano para escapar. Erra hora da corrida pela sua vida e desta vez ela era quem estava na linha da frente.

- Você tem tudo o que precisa consigo, minha princesa. Tem que ser forte e continuar, está a me ouvir?

Ariela só acenava com a cabeça e cada vez que tentava proferir um sim, sua garaganta apertava mais o nó em jeito de rebeldia e sua voz não saia.

-Você tem que falar Mirella, entendeu? 

- Eu não quero partir, papá - desabou sobre o volante e segurou a barriga de tanto que doía.

- Eu sei. Eu sei, mas você tem que ir. Terminou para nós, meu amor. Você tentou, mas não deu certo.

Ela chorou mais ainda. Chorou por sua vida e tudo o que estava a deixar para trás. Ariela Smoak deixou de ser uma fachada a partir do momento em que se apaixonou por Colin Vaughn e começou a fantasiar uma vida além de se manter a si e ao seu pai em segurança e fora do radar dos árabes. Encontrou sua identidade a partir o momento em que começou a sonhar com um futuro e se esqueceu que estava condenada a ser ninguém, que a qualquer momento quem quer que fosse podia acabar, porque tinha que fugir ou simplesmente porque sua jornada havia terminado, eles a haviam a encontrado. Achou que estaria do lado de Colin para sempre.

- Você tem que morrer, Ariela! - disse Fred.

Ariela encostou-se ao assento e olhou fixamente para a tela do seu celular e a fotografia de si e Colin na lua-de-mel fez-a lembrar de que não estava a largar tudo por egoísmo, era para proteger os que amava. Ia embora porque amava Colin e sabia que se continuasse na sua vida iria lhe arrastar para o seu dilema e dor sem fim. Não podia ter lhe curado para lhe afundar outra vez, e de vez.

- Amo-te, ab! Vejo o senhor do outro lado.

- Atravesse com segurança, minha princesa. Vejo-te do outro lado.

Ariela dsligou a chamada e olhou mais uma vez para o seu celular. Limpou suas lágrimas com a coata da mão, suspirou e não esperou mais. Tirou seu novo passaporte e um maço de notas, meteu-as no bolso interno do seu sobretudo junto com o celular descartável. Desprwndeu o cinto de segurança, ligou o carro e conduziu em alta velocidade na direcção perpendicular à estrada. Quando comecou a ver o fim da superficie de terra, pisou findo no acelerador e abriu a porta e pulou do carro em movimento, rolando várias vezes pelo chão.

O estrondo do carro foi forte e despertou-a, estava zonza, um pouco desorientada e dolorida, mas levantou-se e olhou para o lugar onde morreu. Não havia volta a dar, estava feito. Então ela começou a caminhar, a cambalear, havia uma longa estrada a frente, e ela levava para outro destino, para uma nova vida.©💐

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