35. Quem te tornas

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💐Capítulo longo💐

Seus pés doiam demais quando chegou ao seu último destino como Ariela

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Seus pés doiam demais quando chegou ao seu último destino como Ariela. Já era madrugada e a caminhada havia sido longa demais. O penhasco estava fora da cidade, mas não podia arriscar-se num taxi ou boleias, tampouco em usar a auto-estrada - pessoas mortas estão mortas. Não pegam táxis nem pedem boleia.

Áquela hora o acidente devia ter sido descoberto e deviam estar a procurar por si. As buscas talvez durassem horas, ou dias, e quando não achassem o corpo, seria tida como morta - Ninguém sobreviveria àquele acidente. Todos pensariam que seu corpo afundou no rio ou que foi levado pela correnteza ou então comido por crocodilos, se existissem naquele rio, e fim da história.

E Colin? Será que já sabia do seu acidente? Como estaria a lidar com sua morte?

Que ele não fique destroçado, Alá, tampouco se culpe por nada disto!

Afugentou aquela inquietação de imediato. Não devia se torturar com perguntas para as quais não teria respostas. Não podia pensar nele, na sua dor, na saudade... Se o fizesse ainda desistia de tudo e voltava correndo para os seus braços.

Ela parou em frente a uma porta metálica enferrujada de um velho edifício mufado nos subúrbios da cidade. Bateu-a três vezes em intervalos compassados e não demorou para que fosse aberta e um jovem de cara fina e cheia de piercings e tatuagens e gorro na cabeça espreitou.

- E aí? - perguntou e o cheiro a surruma atingiu Ariela no rosto, mas não se importou.

- O Nagrelha, está aí?

- Quem pergunta? - o jovem perguntou de forma bem teatral.

- Diz para ele que a loira está aqui.

O jovem olhou para a sua cabeça primeiro, certamente por ver fios de cabelo morenos escapando do capuz do longo casaco, maneou a cabeça como quem achou uma morena se chamar de loira algo confuso, mas que ia deixar estar - certamente já viu e ouviu tanta coisa ridícula estando onde estava que não valia a pena tentar entender cada uma. O mundo está cheio de pessoas malucas, é mais fácil deixa-las continuar a crer em suas loucuras do que tentar prova-las erradas e mostrar a verdade.

Ele fechou a porta na sua cara e voltou em instantes, abrindo-a para que entrasse.

- O Nagrelha não esperava por ti, LOIRA!

Ariela não respondeu. Seguiu o jovem que se mostrava mais baixinho que o que pareceu quando estava atrás da porta. Passou por um grupo sentado nos sofás a dividir um bongo de ervas, com copos e garrafas de diferentes bebidas secas espalhados na mesinha de centro. Apenas lhes olhou de relance e buscou ignorar os olhares que a seguiam e garantir que não viam seu rosto.

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