Desesperado para evitar a vergonha de ser plantado no altar, Colin Vaughn escolhe a pessoa mais aleatória que encontra para sua noiva, sua assistente, Ariela Smoak.
Ariela vê no casamento uma solução para a única coisa que prefere manter em segredo...
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Colin não consegue continuar a ler aquele relatório depois da terceira página que só chegou com muito esforço.
- Não, não, não. Isto está muito vago. Divaga demais como se não se soubesse ao certo de quê está a se falar. - Fecha o relatório e joga-o sobre a sua mesa, frustrado, e olha para os dois homens a sua frente - Eu posso estar a ser um puxa-saco com esta insistência, mas o faço porque eu sei que é possível. Eu já tive o que eu quero, tão bem feito que parecia até obra de Deus.
Os dois directores estão já cansados das reclamações dele sobre as assistentes que lhe atribuem, mas ele não vai ceder até encontrar uma que saiba fazer as coisas como a que uma vez teve. Ele é assim, tem suas exigências e não se contenta com meio termos.
Frustrado com a sua frustração só pode viajar na sua mente de volta à primeira semana em que, depois de infinitas assistentes contratadas e todas despedidas, as suas tarefas começaram a fluir tão bem que decidiu sair da sua sala para testar a pessoa responsável por tamanha organização e qualidade - até melhor que de sua assistente de longos anos que acabava de se reformar.
Ariela Smoak estava sentada na sua mesa, seus olhos protegidos por óculos de vista de aro circular grande totalmente concentrados no ecrã do computador onde ela lia alguma coisa que parecia exigir muita atenção sua e tomava notas na sua agenda de vez em vez.
Colin se aproximou da mesa e ela só se deu conta de sua presença quando chamou seu nome. Levantou-se, nervosa, para atendê-lo.
- Senhor Vaughn! Me perdoa, eu não vi o senhor chegar.
- O Travis deixou consigo um bloco de notas sobre a prospecção na área 01 para que organize num relatório, terminou? - Só queria saber o progresso e ver até que ponto trabalhava com pressão. O relatório devia ser e entregue até a hora do almoço do dia seguinte.
- Sim, senhor. - ela responde a tira-o de um molho de papéis sobre a sua secretária. - Aqui está.
- Completou a revisão?
- Sim, senhor. - ela responde.
- E o que acha, como engenheira de minas?
- Senhor, eu nunca cheguei a exercer a função. Graduei e tive curtos estágios, mas infelizmente nada que me colocasse em campo. Sempre actuei como administrativa.
- Mas tem conhecimento, ou não? Eu sei que sua opinião não deverá ser tida como definitiva, mas deverá dar-ma sempre que eu pedi-la. É minha asssitente, e essa é uma das competências cruciais para assegurar que têm esse cargo de forma permanente, senhorita Smoak. Ou acha que está sentada à minha porta simplesmente para marcar minhas minhas reuniões, controlar minha correspondência e embelezar o andar?
Ariela sente seu interior aquecer, a tensão, a pressão. A insegurança de dizer algo errado e acabar com a sua chance de trabalhar naquela empresa ainda na sua primeira semana no probatório a possui. Já ouvira sobre as várias candidatas que sequer passaram de quatro dias porque Colin Vaughn não as achara competentes o suficiente.
