“Hoje assisti Orgulho e Preconceito. Mal os créditos do filme apareceram e eu já estava voltando do início para ver mais uma vez. Que sensível obra de arte! Isso sem falar da fotografia e trilha sonora. Eu com certeza tocarei 'Liz on top of the world' no piano depois do jantar. Vovô vai ficar boquiaberto.”
Diário de Amélia, 13/09/2014
Amélia
Felizmente, a chuva não tinha conseguido nos deixar em um estado tão deplorável antes de entrarmos no carro. No fim, com a opção lado de fora agora riscada da lista de lugares onde poderíamos passar o tempo, Sebastian e eu fomos até a nova livraria – que também servia café – que havia sido aberta recentemente no mesmo bairro onde estávamos. Da minha parte, o lugar tinha sido a alternativa perfeita, mas o meu parceiro de fuga não parecia achar a mesma coisa.
— Não acredito que matamos aula para ficarmos presos numa biblioteca — ele resmungou, bebericando o expresso que havia pedido assim que entramos no estabelecimento. — Não acredito que teve que chover logo hoje.
O observo com o canto do olho, notando sua expressão aborrecida enquanto finjo estar muito ocupada lendo a sinopse de um livro. Sebastian tem sobrancelhas bonitas. Elas não deveriam parecer tão bonitas quando ele está franzindo o cenho desse jeito, mas ainda assim são. Suspiro, pondo o livro de volta no lugar.
Não é o que estou procurando.
— Você está estranho desde que saímos do parque — comentei, indo para a próxima prateleira, tendo vaga consciência de que Sebastian está me seguindo pra lá e pra cá. — Foi por causa da conversa que tivemos?
Isso parece atingi-lo de alguma forma, porque ele nega com veemência.
— É claro que não. Fiquei feliz de ter falado com você.
Sorri, olhando-o por cima do ombro.
— É. Também fiquei feliz de você ter falado comigo — confesso, comemorando internamente quando o franzido de irritação na testa de Sebastian desaparece. — É bom se abrir com outras pessoas sobre algo que te incomoda.
— Por falar nisso — ele disse — Quando é que você vai me contar mais sobre você?
— Como assim? O que é que você quer saber? — perguntei, já sentindo meus ombros ficarem tensos.
— Tudo. Por exemplo, qual é a data do seu aniversário? Qual a sua cor favorita? De que signo você é?
Ri, aliviada e um tanto surpresa pelo teor das suas perguntas.
— Você acredita em signo?
— Eu não sei. Mas acho legal. E você?
— Também acho legal. Sou canceriana, a propósito. Minha cor favorita é lilás. Nasci dia 20 de julho.
— Dia 20 de julho? Uau, isso é perto. Muito perto — ele diz, pensativo.
Dou de ombros.
— Tanto faz. Agora é a sua vez. As três coisas.
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Relatos de uma garota que não liga pra você
RomanceSe você está lendo essa obra por qualquer plataforma que não o wattpad, provavelmente está correndo risco a um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler essa história em seu formulário original e seguro, te convido a acessar esse link: ht...