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deus grego ༻

A semana estava em seu último dia, acordei com um pouco de preguiça. Minha cama estava completamente quentinha e confortável. Meus dois travesseiros estavam me abraçando e minha coberta amarela tinha um cheiro de conforto.

Sentei na cama, alongando meus braços ao me espreguiçar e soltando um som involuntário como se fosse de dor, mas era de alívio.

Abri a janela e lá estava, o clima lindo e cinza que eu tanto apreciava.

Resolvi tomar um banho pra acordar melhor, lavei meus cabelos e notei que estavam ultrapassando meu olho, hora de cortar, mas até não estava tão feio.

Tomei meu banho rápido. Sai com a toalha enrolada em minha cintura para procurar uma roupa. Deveria ter pego antes. Agora estou com frio. Vesti uma camiseta única preta dentro das gavetas pesadas de madeira e por cima um moletom amarelo mostarda.

Assim que estava vestindo a calça jeans escura meu celular vibrou.

Era uma notificação do Instagram.

@demyandra queria me seguir. Quem diabos era essa garota?

Realmente tinha reparado nela. Estava no primeiro dia de aula. Ela fazia cinema.

Peguei a mesma me olhando durante a semana nos corredores e no pátio. Ela era bonita.

Aceitei a solicitação e em seguida, questão de 3 segundos havia me mandado uma mensagem

- Oi ;)

Eu não sabia o que responder. Claro que seria fácil mandar um oi de volta, mas por que ela estaria me mandando mensagem?

Ela me encarou durante dias, está me chamando... Será que tinha sido ela a me mandar aquele bilhete?

Ah, o bilhete! estava na capinha do meu celular desde que cheguei em casa e tirei do bolso para lavar a calça.

Retirei da minha capinha vermelha chamativa, olhei novamente as palavras. É, tem uma letra muito bonita, deve ter sido ela.

Lembrei da mensagem.

- Olá :)

Guardei o celular no bolso e ignorei a resposta logo em seguida. Estava com fome e não via a hora de tomar o café com canela que minha mãe fazia muito bem.

– Bom dia, acordou mais tarde hoj... NÃO ACREDITO QUE VAI SAIR COM ESSE CABELO PINGANDO NESSE FRIO KIM TAEHYUNG – minha mãe gritou logo cedo.

- Eu estava com muito sono, quis tomar um banho pra acordar - falei calmo colocando o café na minha caneca.

– Você vai pegar um resfriado, você sabe que não pode ficar doente, você já... – eu a interrompi.

– Sim eu sei. Não vou ficar doente. Não precisa ficar me lembrando – odiava como ele achava que eu era muito frágil.

Minha mãe sentou, segurou minha mão e a beijou. Ela não tinha culpa. Sempre foi uma mãe muito preocupada.

Um dia quando eu era pequeno ela tinha me levado ao parque e enquanto brincava ela lia um livro bonito.

Eu sempre fui meio preguiçoso então minha mãe insistia que eu brincasse nos brinquedos de subir. Eu finalmente subi no escorredor, mas quando eu ia escorregar precisei olhar para o chão porque queria ver se era muito alto.

Eu simplesmente desequilibrei e desci escorregador abaixo, mas pelas escadas que havia subido.

Minha mãe nunca se perdoou por isso. Hoje se eu vejo uma criança caindo daquela eu daria risada, além do mais não era tão alto e não me machucou.