Whatever

O melhor presente.

O bar entre as faculdades está, estranhamente, vazio para um sábado à noite depois de uma vitória dos Sharks. Kaller observa enquanto aguarda Michael, seu colega de apartamento, voltar com um balde de cervejas. Quando chegou em casa e o encontrou jogado sobre o sofá, assistindo alguma série boba, os dois concordaram que deveriam ir beber na rua.

- Eu venho em paz! – Penelope Young desliza pelo banco, aproximando-se dele com duas garrafas de Corona em suas mãos. Ela deixa uma em sua frente e ele arqueia as sobrancelhas.

- Isso é a sua bandeirinha branca? – ele pergunta segurando a garrafa entre seus dedos. Ela sorri, concordando. Um gole da bebida passa por sua garganta e os fios ruivos deslizam sobre seus ombros. Kaller nunca poderia negar o fato dela ser uma das garotas mais bonitas do campus.

- Eu sinto muito pela sua namorada. – ela é direta e ele suspira. – Eu realmente não sabia que você tinha alguém. Me desculpa por te colocar no meio das minhas merdas com o Trenton. – sinceridade está em cada letra de suas palavras.

- Namorada do ensino médio, eu vim para a Blanc e ela foi para Quebec, o plano era continuar o namoro, são longas horas de carro, mas ela viria visitar os pais. – ele explica. – Enfim, quando você me beijou e eu não recuei, percebi que aquilo poderia acontecer mais vezes. Eu não queria ser um merda traindo ela, então terminei.

- Você gostava bastante dela, né? – Penélope pergunta, seus olhos curiosos pela história.

- Nós namoramos por um ano e meio, foi a primeira garota que eu gostei e a única até hoje. – responde.

- E vocês ainda têm contato?

- Ela se mudou para a França. Nós nos seguimos nas redes sociais, mas só isso. Não falo com ela desde que terminamos. – da de ombros. – Ela tem um namorado e parece estar feliz.

- Você é um cara legal, Kaller. Desculpa por influenciar no seu término, mas, pelo menos, você sabe que tem caráter e não estragou as memórias de um relacionamento bom. – ela sorri para ele e Kaller a estuda por alguns segundos. Seus olhos carregados de algo que ele não faz ideia do que é, mas ruim.

- Já que estamos pedindo desculpas, sinto muito por ter falado daquela forma sobre você e o Bart. – ele diz e ela da de ombros.

- Você disse a verdade. Eu nem me importo mais, estou tentando ser uma nova Penélope Young. – ela declara e ele sorri.

- Não é fingindo que esses sentimentos não existem, que você vai ser uma nova pessoa. – ele afirma e ela desvia o olhar, bebendo mais um pouco da sua cerveja. – Precisa encarar de frente.

- Eu o encaro de frente todos os dias, Kaller. O grande problema é que eu ainda gosto dele. – ela conta. – Sou uma fodida. – rir de si mesmo.

- Está encarando da maneira errada, deixando ele saber que te afeta. Você o provoca o tempo inteiro, enquanto fizer isso, ele vai ser dono do seu coração. Precisa aceitar que o passado não é o seu presente. – ele aconselha e Penélope o olha, demorando a responder.

- Achei que você estudasse História, não psicologia. – ela responde e ele sorri.

- Eu sou um cara surpreendente. – da de ombros, levando a garrafa até seus lábios e Penélope sorri, o achando extremamente sexy, naquele momento.

- O que você acha de dormirmos aqui essa noite? – MacLaine pergunta baixinho a irmã. O carro está estacionado em uma vaga do posto de gasolina. Brandon está do lado de fora, enchendo o tanque.

- Não. – ela responde firme.

- Por favor, Maddie. Só essa noite! Você dorme comigo, no meu quarto, que nem quando nós éramos crianças. Podemos até assistir filmes da Barbie, se você quiser. – ele insiste, dando um sorriso a irmã mais nova.