Paola
Dezoito dias.
Esse é o tempo que eu passei sem me encontrar com Ana Paula em nenhum lugar, dezoito dias que eu me esforcei com o maior empenho e todas as minhas forças para não pensar, não ligar, não mandar mensagem, não olhar as redes sociais, não ir até a casa dela e simplesmente esquecer que ela existe. O que não foi fácil visto que ela me ligou diversas vezes, e também me enviou muitas mensagens que eu ignorei sem ler.
Descobri que a mulher bonita que estava em sua casa aquela noite era na verdade, a sócia que está passando um tempo em sua casa após descobrir uma traição, isso quem me contou foi Gabriela que estava no Arturito diversas vezes nesses dias.
E estava me saindo muito bem em ignorar os meus sentimentos até que ela apareceu no parque, no meu dia com a minha filha e atrapalhou tudo.
Meu coração está disparado a mil batidas por minuto, minhas mãos estão suando frias como uma pedra de gelo, e todo meu corpo está agindo de uma forma que eu não sei controlar e me deixa irritada. Estou tentando me manter focada apenas em Francesca, mas é particularmente difícil, Ana Paula domina qualquer ambiente em que esteja. Sua presença é marcante e não passa despercebida.
Ela está rindo e brincando com Fran enquanto eu estou sentada na grama com Mané pulando a minha volta, acariciei seu pelo e ele se deitou abanando o rabinho para mim. Como foi que eu me meti nessa enrascada?
Ah claro, foi a Francesca.
Ela não contente em almoçar com a Ana ainda insistiu para que Ana brincasse com ela, e como é impossível dizer não para aquela garotinha, Ana aceitou o pedido.
— Mamá! Mamá! — Francesca chamou. — Vem mamá, vamos brincar. — Ela correu até mim me puxando pela mão.
— A mamá está cansada cariño e Mané está dormindo aqui comigo agora.
— Mamá! O mané acorda pra brincar também. — ela me puxou mais forte. — Vem, vem. — Ela gritou e Mané levantou sonolento.
— No Fran, quero ficar aqui.
Ela correu com Mané de volta para a grama e jogou um graveto para ele que correu para buscar, fiquei observando os dois brincar. Chamo Francesca pois está na hora de irmos para casa.
— Será que você pode me dar uma carona? Eu vim a pé, mas agora estou cansada. — diz Ana. — Por favor, diz que sim. Estou sem bateria.
— Sim, tá bom. — digo revirando os olhos
Caminhamos até o carro, Ana com Fran no colo e eu segurando a coleira de mané, parecemos uma família o que não somos.
Francesca adormeceu assim que liguei o motor do carro e ele começou a andar, como sempre.
— Você não precisa agir como se eu tivesse uma doença Paola. — diz Ana do banco do passageiro.
— Eu não estou agindo assim. — digo dando de ombros.
— É sério? Você é inacreditável!
— Eu? Eu sou inacreditável? — ergui um pouco a voz.
— Sim, você vai até a minha casa, faz um show na minha porta, diz que está apaixonada por mim e depois simplesmente vai embora, não atende quando eu ligo, não me responde...
— O que você queria que eu fizesse?
— Parar e conversar como uma mulher adulta, que diz estar apaixonada por mim, o que é ridículo. Completamente.
— O que é ridículo exatamente? Estar apaixonada por você?
— Sim, é absurdo. Nós nem ao menos tivemos tempo para isso.
— Desce do meu carro. — digo parando o carro com tudo. — Desce do carro Ana Paula.
Ela abre a porta e desce, faz menção de abrir a porta de trás mas, eu arranco com o carro cantando pneus, chego em casa em tempo recorde, abro a porta de trás e tiro Fran da cadeirinha, e percebo o porquê de Ana querer abrir a porta. A droga do cachorro.
Mentira, ele não é uma droga, é um serzinho fofo e encantador, deixo ele sair também, e entro em casa. Deixo Fran no berço e Mané na área de serviço, até eu pensar o que fazer com ele. Claro, vou ter que devolver para Ana, mas não agora.
Tomo um banho longo e começo a preparar o jantar, quando finalizou, Fran acorda e a levo para o banho, ela come e volta a dormir. Acho que esgotou todas as energias que tinha a espoleta.
Desço providenciar alguma coisa para mané, já sei que Ana o alimenta de maneira natural o que é fácil de fazer, apenas alguns legumes sem tempero e carne vermelha. Coloco a comida para ele em uma vasilha e ele me agradece com uma labida e um rabinho que não para de balançar enquanto come.
— Gosta da minha comida Mané? — mais balanço de rabinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Your Eyes
FanfictionEla ergueu os olhos para mim, e eu fiquei presa a eles, não sei dizer se foi por um segundo ou uma hora, por mais que eu tentasse eu não conseguia desviar os olhos. Estava presa ali como se alguma força que, eu não entendia muito bem na época me seg...