Capítulo 11

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Paola

Dezoito dias.
Esse é o tempo que eu passei sem me encontrar com Ana Paula em nenhum lugar, dezoito dias que eu me esforcei com o maior empenho e todas as minhas forças para não pensar, não ligar, não mandar mensagem, não olhar as redes sociais, não ir até a casa dela e simplesmente esquecer que ela existe. O que não foi fácil visto que ela me ligou diversas vezes, e também me enviou muitas mensagens que eu ignorei sem ler.
Descobri que a mulher bonita que estava em sua casa aquela noite era na verdade, a sócia que está passando um tempo em sua casa após descobrir uma traição, isso quem me contou foi Gabriela que estava no Arturito diversas vezes nesses dias.
E estava me saindo muito bem em ignorar os meus sentimentos até que ela apareceu no parque, no meu dia com a minha filha e atrapalhou tudo.
Meu coração está disparado a mil batidas por minuto, minhas mãos estão suando frias como uma pedra de gelo, e todo meu corpo está agindo de uma forma que eu não sei controlar e me deixa irritada. Estou tentando me manter focada apenas em Francesca, mas é particularmente difícil, Ana Paula domina qualquer ambiente em que esteja. Sua presença é marcante e não passa despercebida.
Ela está rindo e brincando com Fran enquanto eu estou sentada na grama com Mané pulando a minha volta, acariciei seu pelo e ele se deitou abanando o rabinho para mim. Como foi que eu me meti nessa enrascada?
Ah claro, foi a Francesca.
Ela não contente em almoçar com a Ana ainda insistiu para que Ana brincasse com ela, e como é impossível dizer não para aquela garotinha, Ana aceitou o pedido.
— Mamá! Mamá! — Francesca chamou. — Vem mamá, vamos brincar. — Ela correu até mim me puxando pela mão.
— A mamá está cansada cariño e Mané está dormindo aqui comigo agora.
— Mamá! O mané acorda pra brincar também. — ela me puxou mais forte. — Vem, vem. — Ela gritou e Mané levantou sonolento.
— No Fran, quero ficar aqui.
Ela correu com Mané de volta para a grama e jogou um graveto para ele que correu para buscar, fiquei observando os dois brincar. Chamo Francesca pois está na hora de irmos para casa.
— Será que você pode me dar uma carona? Eu vim a pé, mas agora estou cansada. — diz Ana. — Por favor, diz que sim. Estou sem bateria.
— Sim, tá bom. — digo revirando os olhos
Caminhamos até o carro, Ana com Fran no colo e eu segurando a coleira de mané, parecemos uma família o que não somos.
Francesca adormeceu assim que liguei o motor do carro e ele começou a andar, como sempre.
— Você não precisa agir como se eu tivesse uma doença Paola. — diz Ana do banco do passageiro.
— Eu não estou agindo assim. — digo dando de ombros.
— É sério? Você é inacreditável!
— Eu? Eu sou inacreditável? — ergui um pouco a voz.
— Sim, você vai até a minha casa, faz um show na minha porta, diz que está apaixonada por mim e depois simplesmente vai embora, não atende quando eu ligo, não me responde...
— O que você queria que eu fizesse?
— Parar e conversar como uma mulher adulta, que diz estar apaixonada por mim, o que é ridículo. Completamente.
— O que é ridículo exatamente? Estar apaixonada por você?
— Sim, é absurdo. Nós nem ao menos tivemos tempo para isso.
— Desce do meu carro. — digo parando o carro com tudo. — Desce do carro Ana Paula.
Ela abre a porta e desce, faz menção de abrir a porta de trás mas, eu arranco com o carro cantando pneus, chego em casa em tempo recorde, abro a porta de trás e tiro Fran da cadeirinha, e percebo o porquê de Ana querer abrir a porta. A droga do cachorro.
Mentira, ele não é uma droga, é um serzinho fofo e encantador, deixo ele sair também, e entro em casa. Deixo Fran no berço e Mané na área de serviço, até eu pensar o que fazer com ele. Claro, vou ter que devolver para Ana, mas não agora.
Tomo um banho longo e começo a preparar o jantar, quando finalizou, Fran acorda e a levo para o banho, ela come e volta a dormir. Acho que esgotou todas as energias que tinha a espoleta.
Desço providenciar alguma coisa para mané, já sei que Ana o alimenta de maneira natural o que é fácil de fazer, apenas alguns legumes sem tempero e carne vermelha. Coloco a comida para ele em uma vasilha e ele me agradece com uma labida e um rabinho que não para de balançar enquanto come.
— Gosta da minha comida Mané? — mais balanço de rabinho.

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