Capítulo 14

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Organizar uma viagem de férias com duas workaholics e uma criança pequena não é uma tarefa nada fácil, já tem mais de um mês que estamos tentando e nunca conseguimos sincronizar as nossas agendas, quando eu tenho um tempo livre, Paola tem um grande evento, quando ela está livre eu tenho uma reunião super importante. Ja desmarcamos várias vezes, mesmo aos finais de semana nossos horários não coincidem, e ficamos apenas conversando sobre isso. Então decido tomar uma atitude quanto a isso, se não posso ter uma semana de férias, terei apenas um dia.
Começo a organizar as coisas, primeiro eu falo com Bel para que ela pegue a Fran na escola e fique com ela até a nossa volta, ligo para a Guta e peço a chave da sua casa, até mesmo Elisa me ajuda a tirar Paola do restaurante. Arrumo uma mala para mim e uma para Paola na noite anterior, deixo escondida dentro do closet dela, passo tanto tempo em sua casa que tenho tudo o que preciso ali, é um pouco assustador. Acordo cedo e preparo o café da manhã, desco as malas para o meu carro enquanto Paola ainda está dormindo, quando ela me encontra estou na cozinha preparando o café.
— Bom dia, você madrugou hoje. — ela passa os braços em volta da minha cintura.
— Tenho um dia cheio hoje. — me viro e lhe dou um beijo lento. — Vá arrumar a Fran para a escola, vou dar uma carona pra vocês hoje.
— Sim senhora. — Paola sobe as escadas e logo desce com a filha no colo.
— Bom dia princesa. — digo lhe oferecendo a mamadeira.
— Bom dia tia Ana. — ela aceita e leva o bico a boca, começando a mamar com a cabeça no ombro de Paola.
Tomamos café enquanto Francesca finalmente desperta e começa a tagarelar sobre desenhos animados e princesas, saímos de casa em meios a risos e conversas, deixamos Fran na escola e é onde começa a minha parte do plano, aí invés de pegar o caminho para o restaurante de Paola, pego a estrada para fora da cidade.
— Esse não é o caminho... Ana, para onde estamos indo?
— Estamos saindo de folga. — digo a olhando pelo canto de olho.
— Mas eu não posso estar de folga, eu tinha mil e uma coisas para fazer hoje.
— Tomei a liberdade e cancelei todos os seus compromissos para hoje.
— Mas e a Fran?
— Bel vai ficar com ela, e a reunião com o Benny ele ficou feliz em remarcar e disse que você está mesmo precisando de um pouco de sol.
— Você está me sequestrando?
— Na verdade eu estou sim, agora relaxe. — aumentei o volume da música no rádio e acelero o carro na estrada.
Pouco mais de uma hora e meia até chegarmos a casa de Guta, é uma bonita casa de praia, com o teto baixo e uma varanda enorme que circunda todo o primeiro andar, as flores típicas do litoral trazem cor ao ambiente rústico que minha amiga criou aqui, a propriedade está localizada bem de frente para o mar, quase como uma praia particular onde temos bastante privacidade.
— É lindo aqui. — Paola sorri ao descer do carro. — Pena que eu não tenho roupa para entrar na água.
— Quem disse? — abro o porta mala do carro. — Está achando que eu sou amadora? Inclusive me ajuda aqui a tirar essas coisas do porta malas.
— Você é inacreditável! — Ela me puxa para um beijo que eu não nego.
— Acho que essa é a primeira vez que você me diz isso de maneira positiva.
Entramos na casa apenas tempo o suficiente para trocar as roupas de trabalho por biquínis, antes de caminhamos para a areia. Entro na água fria, e mergulho deixando que o mar apague todas as marcas e sentimentos ruins de dentro de mim, é revigorante e acalentador, o mar é uma poderosa fonte da juventude.
Quando saio da água, Paola está deitada em uma espreguiçadeira me encarando, seu biquíni verde musgo tomara que caia a deixa mais gostosa que o normal, forma um contraste com a sua pele e me deixa quente, mesmo com a brisa que arrepia minha pele.
— Você está mais gostosa que o normal. — Paola me olha por cima de seus óculos escuros.
— Acho que isso devia ser romântico, tente outra vez.
— Não estava tentando ser romântica, estava tentando dizer que você é muito gostosa. — ela ri e me puxa para deitar junto a ela.
As próximas horas passamos assim, rindo e conversando enquanto o sol da primavera aquece nossos corpos, Paola perde o interesse em entrar na água, então eu sou a única que aproveita o delicioso mar que tem a minha frente. Deixo o almoço por conta dela enquanto tomo banho para tirar o sal do meu corpo.
— Se você continuar aparecendo desta forma, eu vou infartar. — diz ela ao me encarar enquanto desliga o fogão.
— Eu só entrei na cozinha. — dou de ombros.
Passo as mãos em seus braços e ergo os pés para lhe beijar, o que começa com um beijo calmo e doce, logo se transforma em algo quente e cálido, cheio de desejo, Paola segura minha cintura e me ergue sobre a bancada da cozinha. Suas mãos sobem pelas minhas pernas apertando minhas coxas, e seus dedos logo chegam as partes sensíveis do meu corpo me arrancando um gemido alto.
— Parece que teremos que deixar o almoço de lado um pouquinho. — Paola sussurra no meu ouvido.
Eu perco a noção do tempo enquanto Paola me fode na bancada da cozinha, seus dedos e boca me levam a lugares inimagináveis, é incrível como ela consegue me deixar louca. Depois de um orgasmo intenso, Paola decide servir o almoço na varanda, ela consegue se virar muito bem com os ingredientes que eu trouxe da cidade, almoçamos olhando para o mar e tudo estava uma delícia.
— Eu amo namorar uma chef de cozinha. — digo enquanto levo mais uma garrafa até a boca.
— É isso que estamos fazendo? — ela me olha com um sorrisinho nos lábios.
— Isso o que?
— Namorando. Nós estamos namorando?!
— Não estamos?
— Eu não recebi nenhum pedido. — ela me olha — sem pedido, sem namoro.
— Entendi.
Quando os pratos estão vazios, tiro a mesa e foi para a pia lavar a louça.
— Deixa tudo isso ai, vamos voltar para a praia. Depois limpamos.
— Quem é você e cadê a Paola?
— Só temos um dia aqui, quero aproveitar.
Voltamos para a praia e dessa vez ela entra comigo na água, nadamos até passar a correnteza e Paola me segura na água, naquela distância da areia eu já não alçando mais os pés no chão então enrosco minhas pernas a sua volta, encostando meus lábios aos dela iniciando mais um beijo.
— Eu te amo. — sussurro.
— Eu te amo também.
Paola me leva para a areia outra vez e sentamos enroladas na toalha, para observar o mar a nossa frente, me sinto protegida e calma, ela começa a cantarolar uma música em espanhol.

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