ELIZABETH D'EVILL
Sinceramente, não tenho ideia de como consegue suportá-lo.
-Eu o amo.
-Grace, estou falando sério. Anthony tem me vigiado como um falcão no último mês, não me permite encontrar Daniel ou ter qualquer momento de liberdade. Como pode isso? Ele é meu noivo!
-Isso não teria acontecido se tivesse mais cuidado. Sua sorte foi que Anthony decidiu guardar segredo.
-Defina segredo? Anthony contou ao Harry que me viu tarde da noite no jardim e agora nenhum dos dois me deixa sozinha.
-Eles não estão aqui agora, estão?
-Grace, pare de defender seu marido. Ali atrás há uma criada nos observando, a mando de Harry, tenho certeza.
-Como sabe?
-Os flagrei aos beijos no corredor semana passada. Estava tentado fugir para encontrar Daniel e os encontrei durante a madrugada.
-Harry percebeu?
-Não, nessas horas meu irmão não costuma usar o cérebro.
-Oh, céus!
-Por que ainda se surpreende, Grace? Já deverias estar acostumada conosco.
-Ainda estou me adaptando a sua família. Vocês costumam ir contra tudo que o restante do mundo condena.
-Não contra tudo, temos nossos valores. O problema é que vou me casar amanhã e meus irmãos não me deixam encontrar o noivo!
-Estou casada com seu irmão há dois anos e ele beira a loucura se ver qualquer homem conversando comigo. Anthony sempre acha que os homens têm segundas intenções. É realmente um milagre que ele não tenha brigado com todos os homens do país.
-Mas você consegue controlá-lo.
-Tenho as minhas técnicas. - Responde com um sorriso malicioso.
-Informação desnecessária, Grace. Anthony é meu irmão, isso é no mínimo nojento.
-E falarmos sobre a criada aos beijos com Harry não é?
-É tão nojento quanto, mas Harry a está colocando como minha vigia, então é muito mais irritante.
-Estou sentindo falta de Charlotte hoje. Não a vi durante o desjejum.
-Estou aqui. - A caçula se materializou atrás de nós e tanto eu quanto Grace pulamos sobre nossas cadeiras.
-Por Deus, Charlie não se deve aproximar de maneira tão silenciosa.
-Não me aproximei. - Se senta na grama, entre nossas cadeiras - Estou em pé atrás de vocês por pelos menos trinta minutos, vocês que não perceberam.
-Escutaste tudo?
-Mais é claro. - Dá de ombros - Não compareci ao desjejum porque mamãe estava me ajudando com um problema.
-O que você quebrou?
-Nada.
-A que machucou?
-Ninguém?
-Então que problema é esse que mamãe lhe ajudou?
-Acordei com meus lençóis manchados, pensei que havia me cortado enquanto dormia e no auge de meu desespero chamei por mamãe logo cedo. - Seu dedo indicador dá batidinhas no lábio enquanto o cenho franze - Não entendi porque ela estava tão feliz em ver o estado de meus lençóis.
-Charlotte... - Olho para minha cunhada e ela parece tão surpresa quanto eu. Sempre fui o tipo de pessoa com certa facilidade de adaptação, mas perceber que Charlie está realmente crescendo é um baque forte demais para o meu coração.
Por Deus, ela é minha irmã mais nova. A. Mais. Nova. Eu sou a mais nova depois dela e temos seis anos de diferença. É de Charlotte que estamos falando. Isso não é certo, Charlie deveria ser uma criança para sempre. É assim que vemos ela.
-O que sua mãe lhe disse, querida? - Grace pergunta.
-Que agora sou uma moça crescida e que isso acontecerá todos os meses.
-E como se sente?
-Estranha, não sinto que estou sangrando, mas estou e isso é esquisito.
-Sabe que terás uma dama de companhia agora, não sabe?
-Por quê?
-Agora você é oficialmente uma dama. Uma dama crescida.
-Mas não fui ao meu primeiro baile, não fui apresentada.
-De qualquer forma, agora você deverá ser apresentada a todos como Lady Charlotte D'Evill.
-Não quero ter uma dama. Significa que ficarei limitada e gosto de viver minhas próprias aventuras.
-Você quer dizer travessuras.
-Tanto faz. Não quero uma dama.
-Receio que não seja necessário enquanto estivermos em Bright Hall, mas quando formos para Elbenia sim.
-Credo. - Suspira dramaticamente - Retomando o assunto de antes, eu gostaria de dizer que poderia ajudá-la a encontrar Daniel, mas estou tendo problemas com as criadas.
-O que está dizendo? - Grace pergunta.
-Elizabeth não é a única que está sob vigilância. Anthony acha que estou tramando a favor dela e preciso de vigia.
-Anthony está sendo inocente. - Comento enquanto brinco com um dos babados de meu vestido.
-Com certeza. - A caçula concorda - Estou permitindo isso porque ainda é divertido de acompanhar suas tentativas de discrição, mas quando me entediar não perceberão meu desaparecimento.
-Você conseguiria fazer isso?
-Grace, não seja inocente como seu marido, por favor. - Charlie balança a cabeça e se inclina para frente, como nos contasse um segredo - Não estou aprontado nada para não atrapalhar Victoria.
-Quando começou a ficar tão bondosa?
-Tenho os meus momentos.
Minha mãe tem mobilizado todas as criadas da casa no último mês, organizando escalas e criando uma rotina para os netos. Ela é a que mais ajuda Victoria com os gêmeos e por mais que tenham ajuda, minha irmã deseja ser presente na vida dos filhos como minha mãe é na nossa. Infelizmente isso consome muito de sua energia, o superpoder dos bebês é sugar a energia de suas mães.
Não que ela esteja errada, esse é um dos pontos que todos os filhos desejam manter de nossos pais. Criar um lar amoroso, seguro e confortável para os filhos, tendo presença dos pais na criação. O marquês e a marquesa sempre procuraram mostrar a nós que podemos confiar neles e não temê-los. Particularmente acho isso lindo.
-Estou preocupada com a receptividade de Daniel na família. - Confesso - Ele parece ser tão solitário. Preciso que meus irmãos o acolham.
-Eles estão fingindo, Lilibeth. - Grace fala - Estão temendo por você, sua irmãzinha, mas ao mesmo tempo aceitarão Daniel porque ele a fará feliz.
-Como pode saber? Eles o procuraram e o agrediram. Como podem aceitá-lo?
-Eles foram pegos de surpresa, mas veja como agem com Isaac. Estão carrancudos agora porque enxergam Daniel como um homem malvado que está tirando a irmãzinha deles.
-Sou adulta suficiente para saber o que fazer com a minha vida, quero me casar com Daniel. Por que eles estão dificultando tanto?
-Porque sabem que não podem te impedir. Você será Elizabeth Crane, condessa de Lawfort amanhã. Anthony e Harry veem isso como se estivessem perdendo um membro do corpo.
-Eu os escutei conversando com papai. - Charlie se manifesta - Perguntavam se poderiam sumir com Daniel se ele a fizer infeliz.
-Daniel não me fará infeliz.
-Como pode saber?
-Eu simplesmente sei.
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Capitão Irresistível - Os D'evill 03
RomanceEssa é uma história de minha autoria, ou seja, DIREITOS AUTORAIS. É sempre bom lembrar que plágio é CRIME! Ela é uma jovem sonhadora. Ele um homem marcado. Ela cresceu cercada de amor. Ele foi criado pelo ódio. Elizabeth D'Evill deseja aquilo que s...