Capítulo 19

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Olá, pessoal! Antes de começar o capítulo, eu gostaria de pedir desculpas pelo atraso na atualização da história. Conforme expliquei no final do último capítulo, infelizmente, eu não tenho no momento uma frequência exata para as publicações, mas tentarei ao máximo não demorar muito tempo para postar. Estou muito ansiosa para chegar à minha parte favorita da história (que virá logo logo! ;) ). Desejo a vocês uma boa leitura e espero que gostem do capítulo! ^^

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Não havia mais dúvidas. Os artigos publicados pelo Marcos condiziam com os rascunhos escritos pela Claire. Assim que cheguei em casa, eu corri para o meu quarto, indo diretamente ao meu computador para ver os documentos do pendrive que a Cathryn havia me passado no parque. "Não é possível. Deve haver outra explicação", pensava. Por mais que tudo aquilo fosse demasiadamente convincente, eu me recusava acreditar.

Havia inúmeros arquivos, talvez até dezenas, sendo alguns rascunhos e até mesmo artigos já prontos, mas que não foram publicados — pelo menos não no nome de Claire Mayers. Na internet, eu consegui encontrar pelo menos quatro de seus artigos publicados apenas com a autoria de Marcos Conti. Havia algumas modificações em seus textos, mas era evidente que se tratava do arquivo que estava no pendrive da Cathryn. Aliás, eu pude verificar que os arquivos originais tinham sido criados aproximadamente sete anos atrás. No entanto, eles foram publicados pelo Marcos há três e dois anos — ou seja, um tempo depois que a Claire havia falecido.

Enquanto analisava todos aqueles textos e datas, um nó se formou em minha garganta e um mal-estar se apoderou de mim. Havia também alguns textos que não foram publicados, os quais possuíam uma temática completamente diferente dos demais — certamente deveria ser a pesquisa da Claire que o Marcos supostamente subestimava. Sem perceber, eu já estava dando crédito às acusações da Cathryn — mas isso era inevitável.

Um dos artigos foi até mesmo premiado em um congresso internacional, enquanto outro se tornou um capítulo em um livro com contribuições de renomados estudiosos da literatura. O meu estômago estava embrulhado. Por que o Marcos não citou o nome da Claire, creditando-a nas obras? Então, todo o prestígio que o Marcos obteve foi às custas do talento de outra pessoa? De uma mulher que ele dizia amar?

Em meio à minha investigação — e à minha indignação —, eu me assustei quando o meu celular começou a tocar: era o Marcos. Eu encarava a tela do celular sem reação. As lágrimas já tinham inundado os meus olhos. Eu não sabia o que sentia naquele momento, se era raiva ou tristeza, ou decepção, ou simplesmente tudo isso junto. Eu não poderia falar com ele naquele momento — só pela minha voz, o Marcos perceberia facilmente que havia algo errado comigo. Além disso, eu não sabia como eu reagiria. O celular tocou até que se silenciou, mas não foi o suficiente para me aliviar.

Sentindo-me completamente abatida, eu abaixei a tela do computador e me joguei na cama. Eu já tinha visto o bastante. "Como era possível?", essa pergunta não saía da minha cabeça enquanto agarrava-me ao meu travesseiro, permitindo agora as minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto. É extremamente doloroso pensar que o Marcos tenha feito algo tão repugnante no passado e, ainda por cima, ter mentido para mim — afinal, a diferença entre omitir e mentir é uma linha tênue. Mas considerando a gravidade de seus atos, o seu segredo era até compreensível.

Além da questão do plágio, as outras acusações da Cathryn torturavam a minha mente: a Claire sofria nas mãos do Marcos? Ele realmente a permitiu dirigir alterada um carro defeituoso? Eu comecei associar essas informações com os momentos que compartilhamos até então — ele foi tão gentil e delicado comigo. Além do mais, ele se mostrava um profissional íntegro, habilidoso e admirável em seu domínio.

Eu me lembrava de seu sorriso, de seu olhar, de seus beijos e de seus toques, os quais me aqueciam de uma forma única e inexplicável. Um calafrio percorreu pelo meu corpo ao cogitar que, talvez, eu estivesse sendo enganada, manipulada, e que daqui a algum tempo, o Marcos deixaria a sua máscara cair. Eu sei que poderia estar sendo precipitada por levar em consideração apenas a versão da Cathryn, mas um péssimo pressentimento falava mais alto dentro de mim e eu não sabia como controlar isso. Além disso, ela mencionou indiretamente que o Marcos poderia estar se aproveitando de mim. Mas qual seria este interesse em mim? A única explicação mais próxima do plausível seria a sua admiração pelo meu pai. Ou seja, ele estaria me usando para chegar até o meu pai? Mas isso foi apenas uma suspeita sem provas concretas, e confesso que me sinto mal por fazer tal pré-julgamento. Droga! Eu sinto que estou ainda paranoica com toda esta história!

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