Capítulo 21

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Olá, pessoal! :)

Peço desculpas pela demora novamente!

Espero que vocês gostam do capítulo :) Boa leitura!

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Os dias arrastavam-se sem nenhuma expectativa. O tempo parecia ser mais longo do que de costume. Convencida de que havia descoberto a verdade, Alina voltou a se isolar em seu quarto. Sentada no chão, encostada em sua cama, o seu olhar ofuscado e melancólico estava também perdido em meio à escuridão de seu recinto — e assim era o seu estado desde que descobrira a verdade cinco dias atrás, saindo apenas uma vez para ir à sua consulta médica.

Assim que a Inspetora Jordan lhe revelou que o Marcos havia saído do país, Alina caiu em um profundo desespero, desabando em lágrimas. Era uma mescla de sentimentos dolorosos, como a tristeza, a frustração e a raiva. Mesmo com a policial garantindo-lhe que esperaria por um possível regresso do professor, Alina já havia perdido completamente as esperanças: ela estava convencida de que ele nunca pagaria pelo o que lhe causou. Além da raiva que sentia pelo Marcos, Alina sentia ódio de si mesma por ter sido tão ingênua — e isso era o mais doloroso.

Enquanto chorava desesperadamente, Lanita tentava confortá-la, mas ela estava em surto. Sem saber ao certo o que deveria fazer, ela pensou em ligar para o seu pai, assim como entrar em contato com o seu médico. Mas assim que anunciou a sua ideia, Alina voltou a si completamente, implorando para que não fizesse isso — aliás, mais do que nunca ela sentia vergonha e culpa pelo seu passado. Mesmo discordando, Lanita foi obrigada a aceitar a sua condição. Nesse caso, ela lhe pediu para que passasse a noite ali, em seu apartamento, e permanecesse até que se acalmasse por completo. Alina aceitou a sugestão sem resistência, afinal, se ela voltasse para casa naquele momento, todos perceberiam o seu estado.

O seu objetivo era descobrir a verdade, mas não imaginava que isso teria um preço tão alto. Confinada na escuridão, Alina passou a considerar que aquilo foi um erro e teria sido melhor acreditar, desde o começo, que o lhe aconteceu foi apenas um assalto. Os seus pensamentos lhe diziam que ela nunca deveria ter lido aquele diário, o que intensificava ainda mais o seu sentimento de culpa. Obviamente, não era possível voltar atrás, e o que lhe restava era apenas tentar aceitar a realidade dos fatos — mas isso parecia ser impossível.

Perdida em suas reflexões pessimistas, Alina se assustou ao ouvir uma batida na porta. Antes mesmo de dar permissão para entrar, o seu pai abriu a porta, surgindo ali com um olhar extremamente preocupado.

— Filha... Já faz dias que você está assim — Falou, aproximando-se da jovem sentada no chão — Por favor, diga-me, o que está acontecendo?

— Não é nada, pai... Eu só não estou muito bem — Ela se encolheu mais, abaixando a cabeça — Desde que eu acordei do coma, isso não é nenhuma novidade.

— O tratamento não está sendo eficaz? Eu acho melhor procurarmos um novo médico, o que acha?

— Não, pai. Isso não vai adiantar...

— Deixe-me pelo menos abrir as cortinas. Essa escuridão vai lhe fazer mal.

— Não! Por favor, não! — Alina impediu o pai de ir até à janela — Eu me sinto um pouco melhor assim, no escuro... A luz do sol, às vezes, parece me cansar.

O seu coração doía ao ver a própria filha naquele estado, tão deprimida e inerte. Adam voltou a se aproximar, agachando-se de frente à ela e começou a acariciar a sua face. Com o toque do pai, Alina o encarou, revelando-lhe o seu olhar abatido.

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