❥ Capítulo Sete - Uma Sexta-feira Muito Louca: Parte Um.

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Minha mãe costumava me dizer que absolutamente tudo poderia acontecer em uma sexta-feira. E depois de uma semana cheia de reviravoltas, eu não esperava menos que um desfecho muito perturbador.

Eu estava me sentindo um pouco mais leve depois daquela "reunião" no estacionamento. Sim, formar um time pra caçar um "possível" necromante me deixou mais leve. É incrível como Jaiden, e principalmente Chuck conseguiram se adaptar tão facilmente a aquela situação.

O sol se pós, e eu guardei a bicicleta no porta-malas, por cima de todas aquelas armas. E voltei para casa junto de Kat. Chuck e Jaiden tomaram percursos diferentes.

Continuei minha rotina normalmente, tomei banho, comi alguma besteira, vesti meu pijama e fui direto para a minha cama.

Acordei bem cedo, com Kat balançando meu corpo com suas próprias mãos. Ela estava vestindo um traje diferente, uma jaqueta de couro, calças jeans, e botas negras. Que garota versátil.
Naquele exato momento, eu pude compreender o que Kat pretendia ao me acordar naquele horário. Nós não iríamos envolver Chuck e Jaiden na caça, apenas nas investigações.

— Acorda, bebêzinho. Dormiu bem? – Disse ela, sorrindo para mim. Exibindo sua arca dentária perfeita.

— Não! Faz tempo que eu não consigo dormir uma noite inteira... – Resmunguei, saltando de minha cama e olhando para o horizonte através de minha janela.
O sol ainda não havia nascido, mas o tom de azul do céu já estava clareando. Deve ser por volta das 5:00.

Fui até o banheiro, escovei meus dentes rapidamente, nem sequer me dei ao trabalho de tomar banho. Urgh, eu sei.
Vesti meu uniforme que havia colocado para lavar. Ele é minha única opção.
Calcei meus sapatos de sempre, com minhas meias coloridas que iam até o meio de minhas canelas.

Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, o mesmo penteado que Kat também estava usando. Usamos rabos de cavalo nas caçadas.
Era possível enxergar uma forte  semelhança entre mim e Kat, apesar de termos jeitos próprios de nos vestir.

Peguei duas barras de cereais sobre a minha cômoda, guardei uma delas em meu bolso, e abri a outra.
Descemos as escadas silenciosamente para não acordar mais ninguém, e antes de sairmos, checamos se estávamos levando tudo o que era preciso.

O Peugeot já estava estacionado à margem da rua. Não demoramos muito para atravessa-la até chegar ao veículo. Entramos e logo partimos em direção a escola.

Já perdi as contas de quantas vezes tive que fazer esse percurso durante essa semana.
Durante a viagem, eu inclinei minha cabeça sob o vidro da janela, enquanto saboreava a minha barra algumas vezes.

— Então! Já é sexta-feira, né? – Disse Kat.

— Eba... Sexta feira...

— Ah! Se anima um pouco, vai! – Ela me olhou pelo canto de seus olhos, enquanto mantinha as mãos sobre o volante.

— Eu tô muito exausto...

— Eu sei... Mas veja pelo o lado bom... Se pegarmos a dona da mão esquisita, tudo acaba...

— Espera... Você acha que foi ela quem controlou os outros mortos? Mas e a história sobre o necromante?

—  Bom, eu pensei um pouco durante a noite. E presumi que é mais fácil termos uma morta-viva que consegue invocar outros mortos, do quê um estudante de necromancia. São alternativas diferentes, e problemas parecidos. – Mas e os bilhetes!? Um morto-vivo não consegue ter uma caligrafia daquelas!

— E os bilhetes...?

— Bom, realmente, eles são bem estranhos... Mas alguns mortos-vivos continuam inteligentes após a morte! E poderiam estar tentando te pregar alguma peça... – Kat analisava todas as alternativas, e escolhia a mais provável. Tão inteligente.

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