❥ Capítulo Treze - O Sexto Sentido.

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Eu me sentia nas nuvens.
Como se minha alma estivesse flutuando para fora de mim.
A sensação era boa e reconfortante.
Nunca me senti desse jeito...

E em questão de segundos, a minha "alma" começou a descer para o meu corpo novamente. Eu estava caíndo.

No fim, me choquei com o chão, acordando de maneira atordoada.
Ué, eu acabei de ter uma viagem astral? Ou será que fumei demais?

Olhei para os lados, tentando reconhecer o ambiente onde eu estava.
Era um dojô, com múltiplos sacos de pancada, armas e mais armas empilhadas nas prateleiras, e um tatame confortável no qual eu estava deitado.
Lar doce, lar.

Eu conhecia bem aquele lugar, era os fundos da Spells & Bells, local onde eu e Kat costumávamos treinar com o Tio Tony.

Me ergui vagarosamente, aproveitando para me espreguiçar.
Uau, faz tempo que eu não descanso desse jeito.
Fui caminhando até saída do compartimento, permitindo que meus pés descalços se aconchegassem no tatame.

– Tem alguém ai...? – Quando eu estava prestes a abrir a porta, senti uma breve presença atrás de mim.

Me virei devagar, dando de cara com uma figura estranha; um homem mascarado.
Ele rapidamente chutou o meu estômago, me fazendo cambalear até o saco de pancadas mais próximo.

— Urgh. – Ainda no chão, levei uma de minhas mãos até a minha própria barriga, na tentativa de aliviar a dor que aquele golpe havia me causado.

Ao observar melhor aquele homem, pude compreender o que estava acontecendo.

Ele me olhava dos pés á cabeça, com ambos os punhos cerrados, se preparando para outro possível ataque.

Me ergui novamente, mordendo meu lábio inferior de tanta ansiedade.

— Você está ficando velho...  – Balbuciei.

— E mesmo velho, ainda consigo vencer você, seu pentelho. – Ele respondeu, em um tom ainda mais provocativo.

Nos encarávamos intensamente.
Aquilo iria ser uma outra batalha feroz. E eu mal podia esperar pra arrebentar a cara daquele babaca.

De repente, partimos na direção um do outro.
Ele ergueu seus punhos, atacando-me com simples socos, que obviamente, foram desviados por mim.

O que eu acabei não prevendo foi outro chute, novamente em meu estômago. O mesmo golpe, duas vezes!?

Mas dessa vez, eu sequer pensei em recuar.
Avancei nele, usando seus joelhos flexionados de apoio, subindo em seu corpo, envolvendo minhas pernas no seu pescoço, e finalizando com uma clássica "tesoura", o derrubando.

Ele passou alguns segundos no chão, tentando se levantar, afinal estava um tanto desnorteado por conta do golpe.
Mas ao se colocar de pé novamente, sacou um muchaco do cós de sua calça.

Balançou a arma múltiplas vezes, brincando com ela entre seus braços, enquanto caminhava calmamente em minha direção.

— Eu não sabia que podia usar armas... – E em uma questão de segundos, e em poucos movimentos, ele atacou.
Desferindo uma forte pancada em meu anti-braço, que eu utilizava para bloquear seus movimentos; em seguida, desferiu outro golpe em minha perna, me fazendo ficar de joelhos perante a si.

— Você melhorou... Mas falta muito para superar o "velhote" aqui. – Disse o homem, levando uma de suas mãos até a máscara de pano que trajava, e a retirando de uma vez só; revelando sua identidade.

❥ 𝐌eu 𝐂oração 𝐏odre.Onde histórias criam vida. Descubra agora