❥ Capítulo Dez - A Coisa: Parte Um.

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Não podia ser.
Mas eu tinha certeza, a água que caía do céu, era a mesma do encanamento.

Com minha mochila sobre a minha cabeça, eu corri de volta para o estacionamento, mas ao invés de adentrar no prédio da escola, entrei no ginásio.

Era um espaço enorme e escuro, com longas arquibancadas ao redor do espaço usado para os jogos.
Possuía duas cestas de basquete nas extremidades e uma outra pequena saída que dava para a imensa piscina pertencente ao clube e ao time de natação de Bellsville.

A sensação de que algo está errado não saí de mim.
Caminhei pelo grande salão até chegar aos bancos, me sentando no mais próximo.
Joguei minha mochila ao meu lado, e retirei meu telefone;
Nada de respostas. Kat não é uma grande fã de smartphones, na verdade, ela adora passar horas no Pinterest, acho que seu problema é em relação ao contato com as pessoas.

Bloqueei a tela do meu celular novamente, escutando a chuva se intensificar do lado de fora.

- Eu disse, não disse? - Chuck adentrou no ginásio de uma vez, abrindo uma das portas do local bruscamente, e me dando um baita susto. Como esse bostinha consegue me achar tão fácil!?

- Que susto, porra! Não faz isso de novo! - Acho que ele está aprendendo essas coisas com a Lily.

- Desculpa! Não foi minha intenção te assustar! - Ele recuou três passos.

- Tá tudo bem... O que você tá fazendo aqui? Não deveria ter ido pra casa como todo mundo? - Guardei meu celular na minha bolsa novamente.

- É, eu deveria! Mas não fui... Porque sei que tem algo de estranho acontecendo! Mesmo você negando! - Que garoto insistente.

- É, sabichão!? Então me diz o que você sabe.

- Boa tentativa! Mas eu não vou desperdiçar minha segunda chance de caçar zumbis com vocês! - Além de insistente, também é irritante.

- Caçar zumbis comigo!? Chuck, você só é um garoto!

- Você também só é um garoto! É menor e até mais sensível que eu! - É, tirando os meus incansáveis anos de treinamento, o conhecimento vasto das artes ocultas, e o meu talento nato de destruir cérebros podres com meus próprios punhos, no fim, eu também acabo sendo só um garoto.

- Escuta, eu luto contra essas coisas desde os meus doze anos. É uma responsabilidade que eu carrego! Você não ia gostar de ter isso como uma obrigação... Pode parecer legal... Mas não é!

- Eu sei! Eu sei que é difícil, e bem puxado... Mas eu quero! Eu posso te ajudar com as investigações! Eu posso fazer as coisas mais simples! Mas já te ajudaria! - Ele me suplicava.

- Você não sabe como é chegar quase todos os dias em casa com esse cheiro ruim impregnado nas suas roupas...

- Mas eu quero saber! Eu posso carregar as suas armas! Ou, ou... Posso lavar suas roupas! - Ew, Chuck! Eu não consigo nem imaginar você tendo que lavar minhas cuecas.

- Chuck... Eu realmente não posso te envolver nisso...

- Mas eu já estou envolvido! Você me trouxe de volta! E se você não me aceitar... Eu vou contar pra todo mundo que você é um caçador de mortos-vivos! - Oh, por favor não.

- Aí eu teria que te matar...

- O quê!? Você não me mata-- - Eu interrompi Chuck com a minha própria fala.

- Regra número trinta e três do Codex para Abatedores de Mortos-vivos, "Eliminarás todas as formas de ameaça entre o mundo humano e o mundo dos mortos...
Blá blá blá, a harmonia cósmica precisa ser mantida" e etc. Ou seja, devo matar tudo que se mostra como uma ameaça... Tanto para os humanos, como para a minha identidade...

❥ 𝐌eu 𝐂oração 𝐏odre.Onde histórias criam vida. Descubra agora