touch and go | ruben dias [slow updates]

quatre

Coloquei a chave na fechadura da porta, rodando-a até ao ponto certo para a abrir, empurrei-a, entrando nos aposentos e encerrando-a atrás de mim, e, de seguida, subi as escadarias que davam acesso ao meu quarto e à casa de banho, destino-final pela necessidade que possuía em desfrutar de um banho antes da hora de almoço, sem nunca proferir qualquer palavra à minha irmã e ao meu pai a descansar no sofá situado no centro da sala de estar. Deixei a minha mochila sobre a cama, descalcei os meus ténis, colocando-os contra o pé de madeira que suportava a estrutura da minha cama, e, posteriormente, segui para o interior da casa de banho, onde expulsei as restantes peças que constituíam a minha indumentária e relaxei os meus músculos ao mesmo tempo que limpava as impurezas e suor do meu corpo. Em seguida, retornei para o meu espaço, não evitando sobressaltar, mal pisei o seu interior, por consequência da presença de Olívia, sentada na berma da cama, no espaço.

- Caralho, 'Oli. – No mesmo instante, levei a minha mão ao meu peito contribuindo para controlar os meus batimentos cardíacos e a minha respiração e, inconscientemente, deixei escapar o palavrão, incomum na minha linguagem. – Estás a tentar matar-me? – Retoricamente, questionou e caminhei para as portas do meu guarda-fatos.

- Mal nos cumprimentaste quando chegaste. Não é costume. – A mais velha observou, como se procurasse arrancar qualquer informação que me incriminasse.

- Sentia-me demasiado suja. Queria desfrutar de um relaxado banho o mais rápido possível, também, para não atrasar o nosso almoço e, por conseguinte, a minha chegada à faculdade para me encontrar com os meus professores universitários a fim de discutir a tese. – Indiquei, revelando os meus planos para o período da tarde, mas ocultando o curto período em que me encontraria com o jogador do Sport Lisboa e Benfica, e prossegui com a observação, atenta, das minhas peças de vestuário com a intenção de escolher as certas, ou, pelo menos, aquelas que eu considerava adequadas para o encontro de mais tarde.

Retirei as peças escolhidas, envergando, em seguida, depois de enxugar o meu corpo e passar o creme hidrante, já uma rotina essencial, a camisola de tecido fino branca com mangas compridas a cobrirem os meus braços das temperaturas baixas do outono e, logo a seguir, a saia jardineira de algodão preta, encaixando as alças do mesmo material nos botões de metal situados na frente da peça de vestuário, posteriormente, envolvi as minhas pernas com o par de collants transparentes e, por fim, calcei as sapatilhas Reebok brancas, que tinha deixado próximo da minha cama. Para concluir a minha indumentária, pigmentei os meus lábios grossos com uma tonalidade vermelho-escura e busquei complementar a minha maquilhagem com um pouco de lápis preto a contrastar com o azul-esverdeado das minhas íris.

Sobre o edredão, o meu dispositivo eletrónico vibrou, sinalizando uma nova notificação, com o iluminar do visor do mesmo, o que possibilitou o vislumbrar por parte das íris verdes pertencentes à minha irmã, cuja foi mais rápida do que os meus movimentos que tinham o objetivo de resgatar o meu modelo X dos telemóveis criados pela empresa criada por Steve Jobs. Suspirei, profundamente, no entanto prossegui com a organização dos meus materiais relativos ao curso de Estudos Ingleses e Americanos, cujo pretendia tornar-me mestre, enquanto Olívia lia o conteúdo da notificação apresentado no ecrã do objeto eletrónico.

- Quem é o Rúben Dias? – Visivelmente curiosa, a rececionista como part-time interrogou, desviando o seu olhar do visor para o meu azul-esverdeado.

Henrique, que passava pelo meu quarto, cujo, já, tinha a porta aberta e, por isso, facilitava o escutar da conversa iniciada pela minha irmã mais velha, imediatamente, recuou os seus passos, colocou a sua mão na maçaneta da porta, abrindo-a mais e inclinou o seu corpo para o interior da divisão a fim de escutar melhor a nossa conversa, embora não tenha solicitado a nossa autorização.