Capítulo 13- Tréguas?

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Fechei a porta com cautela e reavaliei o que estava prestes a fazer, inspirei a fundo e fui em direção à boca do lobo. Ao passar pela a porta da sala de estar vi que eles continuavam no sofá a falar, como eles não se aperceberam da minha presença avancei de dois passos na direção deles. Quando a minha mãe me viu ela deu um sorriso e levantou-se, não precisei de dizer nada, ela saiu deixando-nos sozinhos mas não antes de me dar um sorriso e me pedir para tentar o entender. Assenti e ela saiu, a passos lentos aproximei-me do sofá de frente ao do meu p... ao do Xaverius. Durante alguns minutos o silêncio reinou entre nós, vi que ele estava agitado e que procurava as palavras certas, ele tinha medo de dizer alguma coisa que pudesse acabar com todas as já inexistentes chances de uma reconciliação.

—Ahn...Eu sei que não posso compensar por todos os anos dos quais não estive presente.— Ele olhou para mim e acho que esperava que eu dissesse algo, mas não sabia o que poderia dizer até porque ele tem razão nada do que possa dizer poderá mudar o passado.— Mas eu espero que me deixes realizar o que eu vim aqui efetuar. Acredita em mim quando te digo que deixar-te a ti e à tua mãe naquele comboio foi o ato mais difícil que já fiz, eu sabia que tinha perdido a minha família naquele instante mas também sabia que era o que tinha que ser feito. Desde esse dia a minha vida nunca mais foi a mesma, eu sabia que a tua mãe compreendia o porquê de estar a fazer aquilo mas tu...eu tinha absoluta certeza que irias detestar-me para o resto da tua vida, que eu tinha perdido a minha filha.— Uma lágrima deslizou pela a bochecha dele mas ela não ficou por muito tempo pois ele limpou-a antes que ela pudesse traçar o caminho que lhe era destinada— Quando tu nasceste eu e a tua mãe soubemos de imediato que tinhas herdado as minhas habilidades, nós sabíamos que serias poderosa assim como o resto da nossa família mas também por causa desse poder a tua vida estaria em perigo. Não era segredo para ninguém que a família Torres tinha inimigos, nós sempre fomos vítimas de ataques superiores aos restantes bruxos e bruxas. Há coisas neste mundo que muita gente desconhece, seres malignos, e eles são atraídos pelo o nosso sangue bruxo. Quanto mais poderoso um bruxo for mais seres desse tipo ele irá encontrar. Por cinco anos eu combati todos que tentaram fazer mal à minha família, especificamente a ti, mas eu sabia que eles só iriam piorar à medida que tu envelhecesses. Então eu decidi afastar-te de mim. Somente assim eu poderia me assegurar que crescesses fora de perigo, eu sabia que enquanto tu não evoluíres de nível eles não iam encontrar-te porque era o meu poder que os atraíam-

—Por isso mandar-me para longe de ti manteria a minha segurança— Murmurei enquanto examinava todas as informações que o meu pai, ahn, o Xaverius tinha dito. Ele assentiu.— Tem uma coisa que ainda não entendi, se eu possuo esse poder todo porquê que esses 'seres' nunca me procuraram?

—O poder está em ti, ele está aqui— Ele pousou a mão sobre o coração dele— E enquanto tu não o acordares ele não pode ser sentido, esses seres cheiram a magia, mas quando ela é fraca ou está adormecida eles não conseguem cheirá-la. Eles eram atraídos pela a minha magia mas quando se aproximavam de mim, de ti, eles podiam ver a magia gritar por liberdade através dos teus olhos.

—Eles conseguem cheirar a magia a partir de que nível?— Inconscientemente pensei no Peter, tive medo que algo acontecesse com ele.

—Isso depende, se o bruxo intermediário tiver uma magia forte ele será detectado por eles, se a magia dele for mais medíocre será muito mais raro os casos desses seres chegarem perto dele.— Por alguma razão a resposta dele deixou-me inquieta e preocupada pelo o bem estar do Peter.

Será que ele sabe a existência desses seres?

—O quê que são os 'seres' precisamente?

—Eles são uma espécie de demônios, os nomes deles é Daemones, eles são criaturas viciosas. Se lhes deres a oportunidade eles sugam a tua energia depois a tua magia e acabam pela a alma, alguns são enviados por outros bruxos que querem apoderar-se dos poderes de um bruxo mais forte...— Ele parou de falar e olhou para o vazio por algum tempo como se estivesse a lembrar-se de algo— O pior é saber onde eles estão, mesmo sendo demônios eles tomam uma forma humana a partir do momento que estão atrás de uma bruxa/o. Nunca sabemos de onde o perigo vem.— Nós partilhamos um olhar até que ele deu um sorriso e voltou a falar.—Enfim, eu ainda tenho que explicar o porquê de ter voltado após este tempo todo. Eu vim para te treinar.

—Para me treinar?— Perguntei confusa

—Sim, como sabes daqui a dois meses é o teu décimo oitavo aniversário e dois dias depois tens a competição MagiMax eu preciso treinar-te para o torneio.—Fiquei boquiaberta com a revelação dele.

—Eu não me inscrevi para o Torneio— Ele riu com a minha resposta.

—Os descendentes das famílias originais são inscritos automaticamente, eles não têm escolha. Pelo o menos a primeira vez, se eles perderem o primeiro combate eles podem escolher se querem ou não tentar outra vez.— Eu amo a magia mas é em momentos como este que eu preferia ser uma pré-adulta de 17 anos normal, sem demônios ou torneios, apenas problemas normais.

Levantei-me do sofá e comecei a andar em direção às escadas, o Xaverius ficou confuso e seguiu cada movimento com o olhar, ao chegar ao pé das escadas olhei para o sofá e vi que ele não tinha me seguido.

—Não querias treinar-me?— Ele assentiu— Então, o meu covil é lá em cima.— Apontei para o topo das escadas e ele percebeu de imediato o que eu queria dizer com aquilo. Ele levantou-se e nós fomos em direção ao meu lugar seguro.

Nunca pensei que teria aulas de magia, e muito menos aulas dadas pelo o meu pai mas depois de tudo o que já vivi, sei que às vezes a vida pode surpreender-nos.

_______

Durante a semana a minha vida resumiu-se entre aulas com o meu pai, saídas com as minhas amigas mais o Peter ou as famosas tardes das mulheres dias, ficar em casa de pijama de frente à televisão a ver um filme. Nós aproveitamos o fato de a minha mãe ter tido folga hoje, sábado e convidamos a Ava, Abïgail e o meu pai para um dia de maratona. A minha mãe insistiu que convidasse o Peter também, segundo ela, conhecer a pessoa que tem saído com a filha dela é importante. Claro que quando eu mencionei os nossos planos ele aceitou imediatamente, infelizmente. Ainda não tinha dito aos meus pais que ele também era bruxo mas tenho a certeza absoluta que isso vai mudar hoje. Os planos eram simples, ficar de pijama e maratonar uma franquia de filmes até não podermos mais, eu dei a ideia de vermos todos os filmes dos Jogos Vorazes mas a minha mãe preferiu os filmes do Tom Cruise, Missão impossível. Na sala nós afastamos todo o tipo de mobília que não seria necessária e colocamos alguns colchões e algumas almofadas para aqueles que não tiverem espaço para ficar nos sofás, pessoalmente eu prefiro ficar num colchão do chão. Enquanto a minha mãe preparava os aperitivos e sumos eu fui tomar banho para vestir um pijama, decidi usar um pijama completo de panda, quando desci e entrei na sala fui recebida por um riso que já me era familiar. O Peter estava quase no chão de tanto rir, para me vingar, peguei numa das almofadas espalhadas pelo o cômodo e comecei a bater-lhe. Ele continuou a rir e quando menos esperava ele pegou na almofada na minha mão e lançou-a para longe, ele pegou em mim ao colo e atirou-me para cima de um colchão, para piorar ele pegou em duas almofadas e começou a atacar-me com as mesmas. Os nossos risos fundiram e ecoavam pelo espaço, eu consegui pegar numa das almofadas que ele tinha e aí começou a verdadeira guerra, por fim ele agarrou-me por trás e nós rodopiamos enquanto riamos. Não demos conta da presença da minha mãe e das minhas melhores amigas, as gargalhadas só acabaram quando eu avistei o meu pai adentrar a porta, afastei-me do Peter e senti o meu corpo ficar tenso de um momento para o outro. Ele olhou para mim e depois para o Peter que estava confuso pelo o meu comportamento, após uma troca de olhares ele falou.

—Fico feliz por finalmente conhecer o namorado da minha filha— Ele estava com um sorriso no rosto já eu e o meu melhor amigo, sim o Peter convenceu-me a chamá-lo de melhor amigo, estávamos constrangidos. Eu comecei a corar e não consegui pronunciar nenhuma palavra.




Desculpem pelo o atraso❤️ Espero que gostem do novo capítulo 🤗

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