Capítulo 16- Calma coração!

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Com quase dezoito anos tinha beijado apenas duas pessoas até este momento. O primeiro beijo que tive foi com o Gael, o irmão da minha melhor amiga e sim o melhor amigo do meu ex-noivo. Eu tinha 13 anos e ele 14, lembro-me perfeitamente de quando e como aconteceu, nós estávamos todos na beira da piscina da casa da Ava e estávamos a brincar ao 'verdade e consequência'. Recordo-me que quando a garrafa parou em mim e na Abïgail fiquei com medo mas mesmo assim escolhi consequência, ela surpreendeu-me ao me desafiar de beijar o irmão dela especialmente porque ela sabia que nunca tinha feito isso. Ele percebeu que tinha ficado com medo e foi graças às palavras apaisantes dele que tive coragem de beijá-lo, claro que não foi um beijo espetacular mas devo admitir que não foi assim tão mau. O meu segundo beijo foi com o Simon, já tinha 15 anos e continuava sem muita experiência mas estava tão apaixonada na hora que foi perfeito. Lento, carinhoso e sem muita pressa. Depois desse beijo não paramos mais e bom fui ganhando mais experiência, mesmo que não me considere uma profissional sei quando usar os diferentes tipos de beijos.

"Muito bem mas onde queres chegar com isso Marianne?", vocês perguntam.

É fácil! Quero mostrar que todos os meus primeiros beijos na minha vida foram programados ou pelo menos pensados, e neste momento eu estava a beijar o Peter, algo que não foi planejado e definitivamente pensado. Aconteceu no calor do momento. Ele foi diferente de todos os outros primeiros que dera, nem muito rápido ou calmo, o carinho e desejo era evidente e somente pouco a pouco demos passagem às nossas linguas. Não digam que eu vos disse isso mas ele foi o melhor beijo que tivera na minha vida. Os lábios dele eram suaves e passavam uma impressão de inocência quando na realidade eles sabiam exatamente o que fazer e como o fazer. Quando as nossas línguas se juntaram fui invadida por uma explosão de sentimentos, felicidade, culpa, desejo, medo e amor...Ele levou a mão dele até a minha nuca para me possuir ainda mais e por incrível que pareça não o afastei, ao contrário, eu passei as minhas mãos ao redor do pescoço dele e levei a minha mão ao cabelos dele. Se estivesse ligada àquelas máquinas que vêm a pulsação do coração naquele momento ela diria que morri porque a velocidade com a qual o meu coração bate é sobrenatural. Naquele instante eu senti que aquele vazio que habitava em mim desde sempre foi preenchido, reparei que o meu corpo começou a apreciar ter os lábios dele nos meus, ele estava a criar uma fome por eles e sabia que se não parasse este erro agora mesmo não poderia parar nunca mais. Parei de acariciar o cabelo dele e levei as mãos ao peito dele afastando-o, nós olhamo-nos enquanto tentávamos estabilizar a respiração. Os olhos dele brilhavam mostrando-me que estava extasiado, alegre mas a confusão também morava naquele castanho claro como o mel. Ficamos em silêncio por algum tempo e quando eu ia falar a voz do meu pai fez-se presente.

—Mary? Está tudo bem?— Ele desceu as escadas e veio até nós, ao chegar ele estendeu-me uma mão para me ajudar a levantar-me.

—Sim...—Não sabia ao certo se devia contar o que aconteceu mas acho que ele merece saber a verdade— Er...-

—Eu vi tudo!— Ele não me deixou falar, naquele momento fiquei com vergonha pelo o meu próprio pai ter presenciado o erro que acabara de cometer e sabia que não era a única, o Peter estava corado ao meu lado.— Eu sabia que ao vir aqui eles iam aparecer e pôr-te em perigo mas pensei que teria mais tempo para te treinar a combatê-los. Mas fico feliz por ver que tens um 'amigo' como o Peter que é capaz de te proteger— Naquele instante estava tão vermelha que quem me visse poderia me comparar a um tomate, ao dar ênfase na palavra "amigo" ele olhou para o Peter e deu-lhe um olhar que não fui capaz de decifrar.

—Desculpa, deveria ter dito antes que ele também era um bruxo...

— Eu soube assim que o vi Marianne, a magia é algo que não se esconde muito pelo o contrário. Tu saberás o que estou a dizer assim que avançares de nível.— Ele sorriu e eu assenti.— Qual é o teu nome? O teu nome completo.— Ele vira-se para o Peter com um sorriso e ele responde da mesma maneira.

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