04 - Minha mãe e tia Bel interferem.

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Voltei para o dormitório antes que as pessoas voltassem do auditório. Tomei banho e esperei pelos outros, claro que nossos amigos perceberam que havia algo de errado com a gente, desde sempre, sempre estávamos juntos, mas respeitaram o nosso silêncio, mesmo todo mundo curioso para saber o que havia acontecido para estarmos de cara virada um com o outro.

Fiz o possível para me concentrar nas palestras e ensinamentos, ignorando os olhares especuladores inclusive dos nossos líderes, é o problema de estar com pessoas que te conhecem da vida inteira. No domingo ao voltarmos para casa, me sentei ao lado do Marcos.

- Você está bem? - Ele me perguntou preocupado.

- Estou sim. - Tentei sorrir.

- Quer sentar do lado da janela? - Ele perguntou sorrindo.

Eu apenas sorri, e neguei. Como eu disse antes, eu nunca fico triste, então estavam todos obviamente preocupados comigo. E isso estava me levando à loucura.

Eu não sou tímido, muito pelo contrário eu sou bem extrovertido, mas não gosto se ser o centro das atenções, e gosto menos ainda de me sentir vitimizado, acho que não há nada pior do que sentir o olhar de pena das pessoas.

- Marcos troca de lugar comigo meu querido. - Pediu tia Mel. Marcos levantou e eu passei para a poltrona dele e tia Mel, sentou no meu lugar.

- O que aconteceu? Você sabe que sua mãe vai querer um relatório. - Ela disse com um meio sorriso.

- Sim eu sei. E em algum momento, eu vou falar com ela sobre isso. Só não quero falar agora, me desculpa tia. - Eu falo sério.

- Tudo bem! Mas você sabe que eu te amo, e que estou aqui para você, não sabe? - Ela perguntou visivelmente preocupada.

Eu sorrio, pois sei que é verdade. Ela me ama, e sempre vai está ali por mim. Eu a abraço, estou feliz por ela estar ali comigo, o abraço dela não é o da minha mãe, mas é bastante confortável e me aquece o coração.

- Obrigado, tia. Eu também te amo. Eu vou ficar bem, só estou um pouquinho triste, acho que vez ou outra, acontece com todo mundo, não é verdade? - Pergunto sem jeito.

Ela sorri para mim assentindo, e passa a mão no meu rosto, e eu deito a minha cabeça em seu ombro. E neste momento não estou nem aí se irão me chamar de bebezão, gay, bastardo, ou o quê mais quiserem.

Eu estou triste sim, e sim, vou aproveitar o conforto do carinho da minha tia de coração, e sei que essa tristeza vai passar, pois Deus não me criou para ser essa pessoa triste, de cabeça baixa e envergonhada, tudo isso vai passar e eu serei o garoto de sempre.

- "O choro dura o tempo que for necessário, mas a alegria de Deus virá e eu terei a Vitória, pois a minha força está firmada em Deus." - Eu pensei, fechando os olhos. E dormi no ombro da tia Mel.

Quando chegamos, minha mãe estava me esperando com aquele sorriso maravilhoso, que eu tanto amo. Eu corri e me joguei nos braços dela.

- "Estou em casa!" – Eu penso apertando-a em meus braços.

A minha mãe é uma mulher pequena, não que ela seja baixinha não é nada disso, apesar dela ser a mais baixa da família, pois ela é de uma família de pessoas altas, ela tem 1,68 de altura, mas ela é magra, não uma pessoa magérrima, ela é do tipo que os caras olham duas vezes quando passa, apesar que ela nunca percebe isso, 'acho que herdei isso dela', mas ela não é do tipo 'gostosona' como dizem por aí, mas ela é linda!

A questão é que quando eu a abraço, por exemplo, ela fica perdida dentro dos meus braços, apesar da altura ela é fina. Mas não mexa com a cria dela, que o Mufasa, parecerá um gatinho perto dela! Por isso opto por não falar nada sobre a minha discussão com o Ricardo, pelo menos por enquanto.

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