16 - Tal pai, tal filho.

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Sou um adolescente normal, ou seja, meu celular é quase a extensão do meu braço, não sou um viciado em celular, mas tudo esta guardado nele, o único número de telefone que eu sei é o da minha mãe.

Tudo de importante está no celular, meus horários, agenda, fotos, enfim eu meio que fico perdido sem o celular, minha mãe uma vez me comprou uma agenda, ela me disse que era para eu anotar números importantes, pois nunca sabemos quando a tecnologia nos deixará na mão.

A agenda esta guardada no fundo de uma gaveta exatamente como minha mãe me deu, logo, eu jamais esqueço de colocar meu celular para carregar isso é, até ontem.

Porque eu esqueci, agora estou aqui no aeroporto de Brasília, e não tem como ligar ou ao menos mandar uma mensagem para o meu pai, pois minha mãe não tem o número dele. Eu fui tão desatento, que falei com ele ontem a noite e esqueci de falar, que faríamos uma conexão em Brasília.

- O que foi? - Minha mãe me perguntou, enquanto eu olhava para o celular como se ele fosse um alienígena.

- Descarregado. Eu me esqueci de por pra carregar. - Eu digo frustrado.

- Está tudo bem. Já havíamos conversado sobre isso. Paciência, tudo vai ficar bem com a graça de Deus. - Ela diz me abraçando.

Graças a Deus minha mãe está bem tranquila, e isso me passa tranquilidade e paz. Mas a tranquilidade dela evaporou quando descobriu que iríamos ficar em poltronas diferentes, ela ficou arrasada, jamais viajamos sem estarmos sentados lado a lado. Ela já adiou viagens por não conseguir que ficássemos em poltronas juntos. Respirei fundo.

- "Acalme o coração da minha mãe Senhor, eu creio que o Senhor está no controle desta viagem, e o que o Senhor tiver preparado para nós, prepare os nossos corações para que possamos receber a Sua Bênção e sermos gratos, pois o Senhor cuida de nós". - Pensou sorrindo.

- Me desculpa meu filho, eu não observei que as poltronas não eram juntas. - Ela disse arrasada.

A garota que estava sentada na outra poltrona era apresentável e linda. Apesar de ela me olhar de cara feia, eu senti uma empatia imediata por ela, eu soube que ela era uma pessoa iluminada, o que me parecia estranho, pois ela estava mal-humorada. Mas eu confio no instinto que Deus me deu, e ela é uma boa garota! Minha mãe ficaria em boa companhia.

- Está tudo bem mamãe, fique calma. A senhora fica aí, eu vou para a outra poltrona. - Eu digo sorrindo, quando a garota me fuzila com o olhar, e deixo minha mãe lá com sua companheira azeda e fui sentar na outra poltrona. Eu sentei, e aguardei quem sentaria ao meu lado, pedindo a Deus que não fosse um beberrão, quando minha mãe aparece inclinando sobre mim.

- Eu acho que a minha companheira de poltrona não gosta de falar com estranhos. - Ela me confidencia. Eu sorrio, da seriedade com que ela fala, levando em conta, que ela me fala para não falar com estranhos até hoje.

- Com certeza a mãe dela ensinou isso para ela, mal de toda mãe. - Brinco com ela sorrindo.

- Mas... - Ela começa a falar alguma coisa mas é interrompida.

- "Com licença." - Pedi alguém, que apesar da voz me soar familiar, me é totalmente desconhecida.

No entanto não era desconhecida para a minha mãe, eu olhava nos olhos dela quando a pessoa falou, e no mesmo instante eu vi o reconhecimento no olhar dela, e vi também a dor. Ela ficou ereta imediatamente, mas não se moveu, eu preocupado não tirava os olhos dela, e ela se virou lentamente para a direção da voz. E antes que eu pudesse me mover, os dois falaram ao mesmo tempo.

- PEDRO/ARIANE.

E eu me levantei, ficando atrás da minha mãe. E encarei aquele homem pessoalmente pela primeira vez; aquele homem que até a alguns dias, eu nunca havia ouvido falar dele; que apenas à alguns dias eu o havia visto por fotos, que diga-se de passagem não condizia com a verdade, pois ele era muito mais bonito pessoalmente, e o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi:

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