13 - E serei abençoado, pois Deus é o meu Senhor.

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Quando eu era criança, eu pensava que todas as pessoas do mundo adoeciam menos as mães, em especial a minha.

E naquela noite, em que a encontrei em choque, eu fiquei arrasado, por tomar consciência do quanto a minha mãe é frágil, e do quanto as pessoas, mesmo depois de convertidas, ainda são intransigentes e maldosas.

Minha avó pensou que minha mãe estava voltando para casa apenas por causa do meu pai, e o pior é que ela ainda nem sabia que ele estava indo para lá também.

Em pânico eu liguei para a tia Mel, não sei se eu já disse, mas ela é neurocirurgiã, e eu sei que ela saberia cuidar da minha mãe, e por isso liguei para ela, e ela cuidou muito bem dela, e graças a Deus ela está bem, mas foi um susto dos grandes, eu fiquei apavorado!

E naquela noite, como eu fazia quando era criança, eu dormi na cama da minha mãe com ela, só que ao contrário de quando eu era criança, eu não estava com medo do escuro e nem com medo de ficar só, eu estava com medo de deixar a minha mãe sozinha.

E naquela noite, eu tornei a orar pedindo a Deus, que preparasse a minha mãe para encontrar o companheiro que eu sei que Ele tem guardado para ela.

Os dias seguintes foram surreais, a igreja dividiu ao meio, aqueles contra mim e minha mãe, e aqueles que não ligavam à mínima para quem era o meu avô ou o meu pai.

O irmão Roberto, com certeza é uma das pessoas mais sábia da nossa igreja, ele teve a brilhante ideia, de colocar minha mãe, e a irmã Edith para orarem juntas, uma pela outra, eu brincava com a minha mãe que ele havia colocado as duas de castigo, como ele fazia com os alunos da escola.

Mas a questão é que para a honra e a glória de Deus, tudo deu muito certo, e brincadeiras à parte, depois de uma semana, orando juntas elas começaram a se dar melhor.

Claro que não foi tão fácil assim, antes disso a igreja fez um abaixo assinado para a minha mãe deixar a sala dos jovens na escola bíblica, e no princípio das orações foi muito difícil para ambas, depois de anos com a irmã Edith provocando a minha mãe, e minha mãe aceitando as provocações da irmã Edith, não foi fácil para elas desarmarem as defesas, mas como Deus é perfeito, elas se acertaram e tudo ficou bem entre as duas, Deus é Maravilhoso, porque só Ele para fazer com que aquelas duas se entendessem.

Infelizmente eu e a Bia nos afastamos um pouco, ela descobriu que o Davi havia me mandado aquela mensagem horrorosa, e eles tiveram uma discussão feia, e depois disso ela se afastou de mim, não sei bem o porquê desse afastamento, eu deixei bem claro para ela que não pensei nem por um segundo que tivesse sido ela a me enviar aquela mensagem, mas mesmo assim ela se afastou de mim.

Eu sei que ela ficou envergonhada pelo comportamento do irmão, mas ela não tem culpa de ter um irmão limitado, eu senti e muito o distanciamento dela.

Ricardo e Marcos me convidaram para os ensaios da peça de natal da igreja; e eu fui, mas me arrependi terrivelmente, achei desnecessário o grude entre a Bia e o Ricardo, cheguei à conclusão de que o afastamento dela tinha mais haver com a aproximação dos dois, do que com aquela mensagem estúpida.

- Sabe o que eu queria de natal esse ano? - Sussurrei para o Marcos que estava ao meu lado.

- O quê? Finalmente viajar sozinho? Esqueça a tia Ariane não vai deixar. - Me respondeu rindo.

- Eu sei que minha mãe não vai me deixar viajar sozinho, mas vou continuar insistindo até o dia em que ela deixar. - Eu digo sorrindo.

- Sabe quando ela vai deixar você viajar sozinho? Quando você tiver de vinte à vinte dois anos. - Disse se acabando de rir, eu o empurro com o ombro.

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