13 • I'm lonely like a castaway

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POV Kate

Foi difícil, mas acordei desse terrível pesadelo que pairou pelo ar. Precisei olhar para mim, encarar a minha própria realidade e me recompor. Senti que estava agitada  enquanto dormia, acordei com a cama mais desarrumada que o  normal  e meu corpo soando como se eu tivesse corrido uma maratona, mas,  foi só mais noite em que meus piores sentimentos resolveram me assombrar, da pior forma, em pesadelo. Novamente, eu ''sonhei'' com avião e com meus pais dentro do mesmo, eu podia senti-los, era tão real! O avião estava partido no meio, e as pessoas tentavam se segurar nas cadeiras ou onde era possível.

— Mamãe! Por favor, não me abandona!! - eu gritava aos choros, engasgando com a minha própria saliva, vendo minha pendurada em um dos assentos - Papaiii, não solta!!

Eu não conseguia para de repetir as mesmas sentenças, as lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, eu estava me vendo perdida no mundo. Eu não conseguia ver meus pais naquela situação.

— Filha, você foi a melhor coisa que nos aconteceu nessa vida - disse minha mãe choramingando

— Eu tenho tanto orgulho de você - disse meu pai soluçando - você sempre será minha princesa.

— PAPAIII!! MAMÃE!! NÃO ME DEIXEM - gritei novamente mesmo sabendo que aquilo não iria resolver nada. - por favor ... - disse baixinho  - papai do céu, não leva meus pais...

E então, o pior momento da minha vida se repetia, novamente. Meus pais não conseguiram ter força o suficiente para continuarem se segurando, e pude vê-los, em câmera lenta, as mãos se soltando e o desespero em seus olhares, eles gritavam meu nome. Eu os vi ali, caindo, eles apontavam a mão em minha direção, como se estivessem tentando se agarrar em algo, que infelizmente não existia, até que eles sumiram na paisagem escura.

De repente eu estava caída, na floresta, ao lado dos meus pais. Não sei como eu havia sobrevivido à queda, só sei que eu estava ali, sozinha. Sem ninguém que eu pudesse pedir ajudar, ou encontrar um ombro amigo, alguém para abraçar e me tranquilizar, pois a dor era grande. Era eu e eu ali. Vi meu mundo desmoronando em cima de mim, tudo o que significava para mim, havia partido aquela noite.

— Mamãe... papai... - disse baixinho - eu amo vocês, por favor, voltem pra mim.

Tudo o que eu via, era bons tempos desaparecerem, com as pessoas que mais me importavam. Mas sem resposta. Sentei, abracei minhas pernas e abaixei minha cabeça e deixei com que a escuridão me dominasse. Eu já nem tinha mais forças para chorar, mas mesmo assim, era a única reação que eu tinha. Não ia adiantar gritar, implorar, nada irá trazer meus pais de volta.

E em outro segundo, levantei a cabeça e eu estava na escola. Não havia ninguém, apenas eu e eu mesma no pátio. Estava nublado e chovia, podia sentir as gotas aos poucos caindo sobre minha pele. Uma figura surgiu se aproximando de mim. Não consegui reconhecer de primeira quem era.

— O que foi, garotinha medrosa ? - disse a voz feminina

— Quem é você ? - perguntei enxugando as lágrimas

Não precisei de muito para reconhecer assim que retornou a falar, era Bonnie.

— Você não passa de uma medrosa - disse ela rindo da minha cara - olha só pra você, sozinha no mundo, sem ninguém que te ame de verdade, nem seus pais te amavam, você não passa de um fardo.

Cada palavra parecia uma facada em minhas costas, aquilo me feriu e muito. Seria possível nem meus pais me amarem ? Tentei segurar o choro, mas era impossível.

—Por... porque você está fazendo isso? - perguntei gaguejando e tentando engolir o choro e me mostrar forte, mas sem sucesso.

— Você só sabe chorar garota, é a única coisa que sabe fazer, porque não passa de uma fracassada - ela continuava falando naquele tom de maldade, ela sentia prazer em pronunciar cada palavra.

Want You Back - L.R.HOnde histórias criam vida. Descubra agora