12 - Encontrando o Espião

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A antiga sala dos pirulitos, no Refúgio de João e Maria, ainda era feita de
pirulitos, mas eles haviam sido explodidos em milhares de fragmentos coloridos
como o arco-íris e colocados em novos murais pelas paredes.
Conforme os alunos entravam, vindo do corredor lotado, Sophie estava
sentada na antiga escrivaninha de pirulitos da Professora Sheek, que havia sido
golpeada, marcada e perfurada com uma porção de buracos. Usando botas
pretas de camurça de salto fino e um vestido preto justo de renda, ela observava
os murais vendo a si mesma em seus momentos de maior maldade, na História
de Sophie e Agatha — montada numa ratazana para matar Agatha, durante a
Guerra entre o Bem e o Mal... invisivelmente atacando Tedros durante a Guerra
entre Meninos e Meninas... arremessando Agatha no esgoto... empurrando Tedros
de um penhasco...
Você já lutou por eles, dizia a voz dentro dela. Você pode lutar de novo.
Suas mãos começaram a tremer.
Eu não consigo, Sophie começou a entrar em pânico, desviando o olhar.
Agora eu sou diferente.
Ela esperou que a voz dentro dela concordasse, que falasse com bom senso e
protegesse seus amigos...
Em vez disso, dessa vez, veio uma voz diferente. Mais sombria. Mais zangada.
Vomitando bile.
Tal mãe, tal filha.
Tal mãe, tal filha.
Tal mãe, tal filha.
Tal mãe, tal filha.
Sophie lentamente ergueu os olhos para Agatha e Tedros pintados nas
paredes... e, por um instante, ela viu Honora e Stefan, em lugar dos dois.
As mãos de Sophie pararam de tremer.

As mãos de Sophie pararam de tremer

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Encontre o espião, a bruxa interior sussurrava.
Encontre o espião, ela obedeceu, atendo-se à tarefa.
Alguém limpou a garganta, ruidosamente.
Sophie olhou abaixo e viu a classe de quase quarenta Sempres e Nuncas, de
uniformes pretos e verdes, sentados em seus lugares — dentre eles, Beatrix,
Reena, Chaddick, Nicholas, Mona, Arachne, Ravan, Vex, Millicent, Brone —
todos com a mesma terrível cara feia.
"Ah, olá... hã... turma", Sophie gaguejou, assustada pelas expressões e pelo
imenso número de alunos. "Já faz bastante tempo, hein?"
As caras feias dos alunos pioraram.
"Mas agora somos uma família, não somos?", Sophie adulou,
experimentando uma nova tática. "E olhem só pra vocês, tão bonitos de uniforme
preto! Nunca gostei de preto (uma cor tão niilista), mas a Lady Lesso disse que
esse vestido foi da sobrinha de Rumpelstiltskin, que costumava lecionar nessa
mesma classe. Uma mulher de estrutura óssea pequena — não surpreende, já
que seu tio era um anão — portanto, ninguém conseguiu caber dentro dele, até
eu."
Agora os alunos pareciam decididamente odiosos.
"É... a Lady Lesso disse que o Pólux tem lecionado durante a minha
ausência", disse ela. "Então, talvez a gente deva esperar que ele..."
Vex soltou um pum bem barulhento. Sophie ficou parada, perplexa.
Encontre o espião, ela voltou a concentrar-se. Alguém nessa sala estava do
lado do Bem, tentando ajudar a matar o menino que ela amava... E, no entanto,
com a cara feia de todo mundo, todos os alunos da sala pareciam igualmente
capazes de trair o Mal, tanto os Sempre quanto os Nunca. Quer dizer, exceto por
Kiko, de babushka e véu pretos, fungando no fundo da sala. Sophie deu uma
olhada na fita rosa presa ao seu uniforme:

 Sophie deu umaolhada na fita rosa presa ao seu uniforme:

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A escola do bem e do mal 3 Infelizes para sempre - Soman ChainaniOnde histórias criam vida. Descubra agora