Capítulo 8

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Leiam com a música, vocês vão saber em que momento colocar.

Carter

O suor escorria de nós dois, hoje ela não precisou dizer a sua frase favorita.

-- Não vai bater no tatame? -- perguntei ofegante.

Imobilizei seus braços e pernas, meu braço estava enroscado em seu pescoço.

-- Bate no tatame Angel. -- sussurrei em seu ouvido e ri baixinho.

Ela suspirou pesadamente e senti sua mão se movimentar ao lado da minha coxa.

Soltei seu corpo e ela levantou abruptamente. Permaneci largado no chão e levei as mãos envolvidas nas ataduras à testa.

-- Preciso treinar o meu italiano. -- soltei ofegante -- Está nervosa? -- perguntei e sentei ainda no chão.

Seu olhar encontrou o meu e ela assentiu.

-- Não é a primeira vez que faz isso, não é? -- perguntou e se sentou de frente para mim.

-- Não, não é. A última vez, eu fui um "acompanhante de luxo" de um senhor. -- fiz aspas com os dedos e sorri -- Ele traficava crianças, tinha uma preferência em garotos. Acho que ele me odeia até hoje. -- recordei.

-- Como ele descobriu que você era um agente? -- perguntou, sem a face séria, estava somente neutra.

-- Eu precisei encenar bastante. Ele pediu para que eu tirasse a roupa. -- senti meu rosto esquentar -- Minha arma estava presa em minha coxa, quando fui trocar o peso do corpo de uma perna para outra, a arma caiu. Tive que ser rápido e pegar a arma enquanto ele estava na cama. Eu estava sem camisa e fiquei com medo de ele ter alguma arma e atirar em mim, estava vulnerável. Falei pelo auricular com a equipe, e tive que atirar no ombro do velho. Ele estava mexendo nas gavetas e tremia.

-- Será que foi por causa da máscara de Detetive Mau? -- zombou e se jogou de costas contra o tatame.

-- Provavelmente. -- sorri -- Sabe dançar? -- perguntei pigarreando.

-- Por quê? -- ergueu os olhos.

-- Sabe, strippers sabem dançar. -- revirou os olhos.

-- Sim, eu sei dançar. -- disse sem muito interesse.

-- Se ficar nervosa, lembre que eu vou estar lá também. Vai dar tudo certo. Qualquer coisa, pode gritar: Bate no tatame. -- imitei sua voz -- Eu vou entender que você precisa de ajuda.

-- Tudo bem. Preciso me arrumar. -- levantou.

-- Mas ainda é manhã. -- lembrei e olhei o relógio em meu pulso, marcava onze e vinte.

-- Acha que meu cabelo cooperaria se eu me arrumasse faltando duas horas pra sair? -- perguntou com as sombrancelhas erguidas.

-- Suponho que não. -- estendi a mão para que ela me ajudasse a levantar -- Não vai me ajudar? -- perguntei do chão.

-- Que seja. -- estendeu a mão e agarrei firme.

Achei que ela fraquejaria com o meu peso, mas ela simplesmente não moveu um músculo.

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