Lembranças

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Boa leitura

POV Dinah Jane
Quinta feira, 12:47

No decorrer da semana tudo se saiu bem, soube que a investigadora não viria hoje o que foi ótimo pois Normani havia atualizado seu sistema e precisávamos testar para saber se não tinha nada desajustado. Aproveitei que era horário de almoço então eu estava sozinha por aproximadamente quarenta minutos, fiz uma chamada com Normani e começamos a testar o novo sistema, por alguma razão Normani me informou que havia conseguido entrar no sistema sem que eu precisasse autorizar sua entrada o que achei estranho, isso nunca aconteceu. Será que o sistema da empresa estava com alguma falha?
Fiquei vasculhando o computador por uns quinze minutos até que subiu um alerta em minha tela, o antivírus informou que havia algum programa podendo afetar o desempenho do sistema da empresa, me aprofundei mais para saber do que se trata e vi que havia um programa diferente e desconhecido por mim, fiquei um tempo tentando juntar os pontos e a partir daí eu entendi o que estava acontecendo. A Agente Collins provavelmente instalou um programa que ela pode controlar pelo celular para conseguir informações sobre as atividades feitas neste computador, e por serem dois sistemas eles entraram em conflito, sendo assim um passou a prejudicar o funcionamento do outro, alguns arquivos do sistema da empresa foram corrompidos.
Collins era genial, preciso sempre agradecê-la por este feito. Não precisaríamos nos preocupar daqui pra frente, ela havia facilitado tudo para nós e eu não iria tentar reverter a situação, eu não iria mexer de jeito algum no sistema afinal eu não quero atrapalhar sua investigações.
Contei para Normani o motivo dela ter conseguido acessar tão facilmente o sistema da empresa mas a mesma me alertou que ainda assim devemos ter cuidado, o sistema da empresa havia falhado mas não sabíamos como estava o sistema da investigadora e que ainda era perigoso.

Ficamos conversando por mais algum tempo e falamos sobre o fato de que a Collins possivelmente esteja desconfiando de Camila e que daqui pra frente deveriamos mudar um pouco nossos planos.
Era simples, iríamos fazer uma isca e ela iria cair direitinho. Iríamos plantar pistas falsas e com isso a atenção da investigadora seria desviada, ela vai achar que está chegando perto de descobrir, mas na verdade ela está sendo enganada.
Faremos de maneira astuta e ela nem sequer irá notar, pelo menos por um bom tempo.
Camila tem uma conta bancária antiga com um nome falso, é uma das contas reserva que temos, vamos passar a fazer  transferências bancárias para a mesma e a Agente Collins vai atrás de alguém que não existe. É um bom plano, com certeza iríamos  nos sair bem sucedidas e o melhor de tudo é que se eu não preciso mais liberar o acesso do outro sistema então isso significa que não precisaremos mais fazer as invasões no meu horário de serviço, tirando mais ainda o foco da agente em Camila.

POV Narrador

Dinah, Normani e Camila fizeram uma vídeo chamada para acertar os próximos passos, ainda hoje Normani iria entrar no sistema novamente e começar a fazer transferências para a conta antiga que arranjaram, precisavam saber se o sistema de Lauren iria funcionar e alertá-la do que estava acontecendo, e se ela não tomasse conhecimento das invasões significava que elas tinham o passe livre pra entrarem quando bem quisesse no sistema sem que nenhuma das duas partes, tanto Lauren quanto Josh soubessem.

-Eu acho que a Camila devia começar a fazer a cabeça da investigadora e dar a entender que Josh esconde algo. Assim Camila seria a boazinha e o Josh seria o vilão -Dinah era quem sugeria-  no final de tudo, as provas seriam magicamente postas nas coisas e no nome de Josh e Camila poderia acabar recuperando a empresa, afinal ele estaria preso e ainda seria acusado de armar um crime falso.

-Ja pensou se no fim ele realmente está envolvido com algo sério? Daria pra fazer um filme com isso -Normani começou a rir só de imaginar- acho que é um plano bom, mas eu também acho que dependendo de como as coisas caminharem e o plano de culpar Josh não der certo, nós devemos contratar alguém para mandar uns avisos para a investigadora, caso ela não se importe com as ameaças a gente pode mandar dar um susto nela.

-É isso, alguns sustos seriam ótimos, talvez ela até desista dessa investigação, mas também o plano de incriminar Josh é incrível, só de pensar na possibilidade de recuperar essa empresa eu já considero esse plano como principal -Camila falava com um sorriso nos lábios, havia gostado da ideia- eu vou fazer a cabeça da Agente Collins mas espero ter boas diversões com ela.

As três ficaram ali conversando por um bom tempo, sempre que Josh saia para resolver suas coisas Camila aproveitava esse tempo livre e botava suas ideias em ordem junto com as garotas, e assim conseguiam ir bolando os planos com perfeição para que não descobrissem.

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Do outro lado, Lauren estava em seu apartamento olhando a rua de sua varanda. Estava pensando em como a sua vida tinha mudado, sentia falta dos amigos, dos seus pais... 
Todos estavam ali em Miami, ela já havia os comunicado que estava de volta porém devia ser cautelosa, não queria envolver seus amigos e sua família em problemas.
Pegou o celular e resolveu fazer uma ligação, queria saber como estavam seu pai e a sua mãe, Clara era professora de matemática e Mike ja trabalhou para a Polícia, foi daí que nasceu sua vontade de ser uma grande investigadora. Hoje em dia Mike trabalha em uma empresa com seu amigo de longos anos, os dois fazem sociedade e é mais tranquilo do que as ruas agitadas de Miami.

Lauren se lembrou com nostalgia de quando era pequena e adorava brincar com suas melhores amigas Keana e Lucy, ela pegava o distintivo de seu pai e ia para o quintal fingir que era uma grande agente e Keana e Lucy por muitas vezes eram as suspeitas. As três se divertiam por horas e horas.

Antes de entrar no mundo das investigações, Lauren havia cursado artes. Ela ama o fato de ter um pouco da arte em sua vida, é uma parte de si que ela carrega com todo o amor do mundo e apesar de toda a formalidade que seu trabalho impõe, os mais próximos sabem que a verdadeira Lauren nunca saiu dali. A garota que aos 12 anos já começou a ver o mundo com outros olhos, com um coração enorme e que queria ajudar todas as pessoas, que queria fazer o possível para que todos ficassem bem, cheia de sonhos e que cativa todos ao seu redor seja com um lindo sorriso ou com a mente incrível e inteligente que tem.

Sua adolescência foi um tanto complicada, quando se reconheceu uma mulher intersexual sua vida passou a mudar totalmente. Lauren sabia que era diferente e que poderia sofrer preconceito.
Teve várias fases conturbadas com seu corpo, sua sexualidade e até mesmo seu gênero, as vezes pensava que por ter um órgão genital masculino deveria se portar e se vestir como um. No começo suas ideias eram bastante confusas, mas com a ajuda de seus pais e algumas idas ao psicólogo ela foi se alinhando e se encaixando devidamente em si.

Eram poucas as pessoas que ela se envolvia, e nunca passava de beijos pois tinha medo das reações e queria se poupar disso.
Suas amizades sabiam sobre sua condição e isso nunca interferiu na relação delas, pelo contrário, Lauren e suas amigas tinham uma espécie de amizade colorida onde respectivamente também tiveram suas primeiras experiências sexuais.

N/A - O rebuceteio meu pai

Lauren havia feito boas amizades, mesmo que em algumas vezes algumas fossem passageiras ela era agradecida, havia aprendido bastante com cada pessoa que passa e passou por sua vida, seja de forma negativa ou positiva.
Se lembrava das aulas de artes com Veronica e Alexa, as duas eram uma figura e tanto, e quando se juntavam tinham uma conexão enorme e produziam coisas incríveis

Apesar de tudo, Lauren não se arrepende das escolhas que fez, e mesmo estando mais afastada de todos que ama ela sabia que era por bons motivos e que na primeira oportunidade iria dar um abraço apertado em todos.

Criminal (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora