Capítulo 5

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JULIE

Dylan era ótimo com crianças, isso era notável, até mesmo Nate, que até hoje não gostava de mim, parecia bastante rendido pelo moreno – isso me causou um pouquinho de inveja, eu tenho tentado há 2 anos conquistar esse garotinho, mas ele não gosta de mim nenhum um pouco. 

— Agora você não é mais o Nate – Dylan falou, o sorriso brincalhão de Dylan era lindo, ele provavelmente tinha dado muito trabalho quando criança. — Você é… – e mais uma vez ele fez suspense, Nate tinha os olhos bem atento em Dylan. — O super Nate! – ele ergueu Juan pelos braços. — Voa Super Nate! – Dylan carregava Nate pela sala toda. A risada do garotinho era contagiante e o sorriso de Dylan também. Os azuis dos olhos dele pareciam mais vivos e brilhantes. 

— Agora eu sou um super herói – Nate disse convencido, colocando o punho para frente.

— E todo super herói precisa de um nome – Dylan colocou Nate na cama. Aquela posição me fez lembrar de quando Nate ficava cheio de tubos no corpo, era bem desconfortável para ele. E também me fazia me lembrar do meu irmão, Juan, ele não estava naquela sala junto com as crianças, ele já era um pré-adolescente, e é verdade quando dizem que essa é uma das piores épocas, porque Juan é bem porre às vezes. Eu nunca esperei que um dia eu ia ver meu irmãozinho de doze anos naquela situação. — Antes de escolher seu nome, que tal dar um beijinho na tia Julie? – Nate fez cara de nojo. Sério, tia Julie? — Pelo visto vocês dois tem uma rivalidade… – Dylan estreitou os olhos, e alternava em olhar para e mim para Nate. Eu ri, mas Nate me encarava mortalmente, aquele garoto me odiava, e isso me chateava de várias formas, nunca conheci nenhuma criança que me odiasse.

— Ela é muito chata – Nate disse me dando língua. Ok, eu estava começando a ficar mais chateada ainda.

— Também acho – Dylan disse dando de ombros. — E sabe o pior? – Nate negou com a cabeça. — Ela ainda me bate – Dylan fez uma carinha de cachorro molhado que acabou de ser espancado, Dylan tinha um enorme talento pra ser ator. — Bate tão forte – ele tirou o jaleco e mostrou os braços todo roxos. Meu Deus, hóquei era muito violento. Os olhos de Nate se arregalaram. — Isso tudo foi ela – Dylan começou a fazer cara de choro, e eu o olhei tão séria, quero esganar Dylan Ivers.

— Ela é do mal! – Nate me olhou com mais raiva ainda e cruzou os braços, tenho certeza se tivéssemos sozinhos e Nate fosse forte, eu tava morta.

— Claro que não sou! – me defendi, me aproximei de Nate e segurei na mão dele, fiz a minha melhor cara de tristonha. — Só que quem mal de verdade, é ele – apontei com a cabeça para Dylan. — Ele partiu meu coração em mil pedacinhos – o sorriso de Dylan sumiu ao ver o ódio de Nate passar de mim para ele. — Ele me beijou e disse… – fingi choro. — Que gostava da minha melhor amiga – comecei meu choro falso, e Dylan olhava para mim estático.

— Não acredito que ele fez isso! – Louise que tava do outro lado do quarto gritou. — Super Dylan! – a garotinha repreendeu Dylan em um tom tão mordaz, que eu jamais um dia conseguiria.

— Mas é porque a amiga dela é muito bonita – Dylan falou indo para o meio do quarto. Mas não tinha comovido nenhuma das crianças, todas ainda o olhavam desapontados. — Ela é minha princesa – Dylan disse sorrindo, como se tivesse se lembrado de algo da Somin. — Ela é a primeira pessoa que eu penso, quando acordo. Quando alguma coisa acontece, eu quero muito contar para ela. Quero ter piadas internas com ela – Dylan parecia tão honesto quando falava de tudo o que queria, a honestidade parecia convencer todas as crianças, e até me convencia aos poucos. — Ela não é de sorrir muito, mas quando sorri, é tão linda – ele disse e Dylan parecia tão… apaixonado. — Quero falar com ela sobre Star Wars – as crianças riram e eu também, não pelo que ele disse, mas eu não imaginava Somin comentando Star Wars. Acho que o máximo de ficção científica que ela assistiu foi Avatar. — Cantar música no carro com ela – ele sorriu. — Uma coisa bem casal – ele sorriu de novo. Ok, talvez eu estivesse acreditando em tudo o que ele disse, Dylan parecia ser um bom namorado, e Somin precisava de alguém que fosse bom. Talvez…

A Confusão - Livro 1 | Off Campus (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora