A Confusão - Livro 1 | Off Campus (COMPLETO)

Capítulo 32 - Capítulo Final

DYLAN

Julie estava no meu quarto. Era a primeira vez que eu convidava uma garota para o meu quarto. Bianca nunca pisou no meu quarto, eu odiava quando as pessoas entravam no meu quarto e bagunçavam – e eu tinha certeza que Bianca iria deixar meu quarto todo bagunçado –, mas não me importo quando é Julie. Mesmo que ela não faça isso, já que ela está sentada reta feito uma tábua na minha cama. Sério, ela não moveu um músculo sequer.

Me levantei da cama, comecei a andar pelo meu quarto. Fazia tempo que eu não vinha para cá. Meu quarto é como meu santuário. Gosto do meu papel de parede de galáxia, do teto também de galáxia, com pôsteres do Star Wars – o meu favorito era o do Darth Vader num fundo vermelho e com o sabre de luz. Gosto de como dividi meu quarto, do canto esquerdo, meu lado geekie, que é fã de Star Wars, Pokémon, Digimon e Dragon Ball Z – sim, amo animes também.

O canto direito era como todos me conheciam, Dylan Ivers, filho de um dos maiores astros do Bruins e futuro astro de hóquei do Bruins. Acho que isso fez eu me sentir pressionado. Pressionado a ponto de eu nunca conseguir relaxar em vários momentos, pois sempre tem uma parte do meu cérebro que continua insistindo que eu deveria estar no gelo, que nunca estou bom o suficiente para chegar ao nível dos Bruins e que sempre tem alguma coisa para melhorar, quando às vezes não tem.

— O que foi? – escutei a voz melódica de Julie me chamar.

Eu estava com minha mão tocando a vidraça dos meus troféus e medalhas do hóquei, eu poderia até ser magricela na época do ensino médio e fundamental, mas sempre fui rápido e habilidoso no gelo. Tinha outra vidraça do lado, com todas as blusas que eu vesti, quando fui subindo de patamar, até chegar a ser capitão do time no ensino médio – nesse dia, meu pai chorou de felicidade.

— Não sei – falei, sorrindo.

Acho que eu estava meio nostálgico. Olhar para todos esses troféus e medalhas, e ver onde eu estou agora.

— Tem certeza? – Julie arqueou uma sobrancelha. Assenti, sorrindo. — Faz muito tempo? Que você não vem aqui?

— Desde que entrei na Briar – coloquei as mãos no bolso e me virei para Julie.

Ela estava tão linda com aquele vestido. O jeito como aquele vestido delineava a cintura fina dela, como deixava as coxas grossas a mostra, os seios pequenos ficam incríveis naquele vestido. Quero rasgar aquele vestido de Julie e ver o que ela está usando por baixo. Preciso ver o que Julie está vestindo por baixo.

— Faz muito tempo – ela disse, pondo o celular no colo dela. Droga, o celular acabou com a visão perfeita da minha namorada.

— Faz sim – falei, mas minha mente estava imersa na imaginação de Julie pelada na minha cama. Pelada na minha cama, enrolada com o lençol preto.

— Foi bom conhecer seus pais – ela disse, ainda inquieta. Eu estava agoniado do jeito que Julie estava sentada na minha cama, parecia que ela era uma princesa num jantar da realeza. — Sério. Sua mãe é incrível. Eu quero ser ela quando crescer.

— Ah, perfeição é de família mesmo – ela negou, rindo. — Não?

— Não – ela continuou rindo. Amo a risada dela. — Eu te daria um sólido oito.

— Um sólido oito?

— Sim, ainda tô sendo generosa – dei língua para Julie.

— E quando eu vou conhecer os seus pais? – perguntei. Se antes Julie já estava inquieta, agora mais ainda.

— Nunca – ela disse, sorrindo amarelo.

— Nunca? – perguntei. Ela confirmou, com aquele sorriso lindo que só ela tem. — Vou conhecer sim.