Capítulo 17

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JULIE

Eu tive que ser tão forte para não beijar Dylan, tipo muito guerreira, eu estava me sentindo como uma Amazonas de Themyscira – sério, ele estava tão gato naquela roupa e tão cheiroso. O pior é que ele sabia muito bem que eu estava quase me rendendo, e insistia mais ainda em todos os meus pontos fracos, quando ele ficou tão perto de mim, eu estremeci por um segundo, mas depois voltei para minha postura – só que eu não mantive postura por muito tempo não. Somin e Lucas foram meu conselheiros, que na verdade não me aconselharam em nada. Os dois estavam cientes da crise de Dylan, então eles disseram para eu dar um tempo para Dylan melhorar, e no outro segundo os dois começar a dizer que ajudaria se eu estivesse com ele, e depois diziam que espaço era bom, mas também que era muito importante Dylan saber que eu estava do lado dele – ou seja, os dois me ajudaram em absolutamente nada.

Só tinha uma coisa que eles tinham me ajudado, que era dito para eu me fazer de difícil, e fazer Dylan se rastejar para mim, e eu acho que fiz isso – a lista era quase isso, não? Afinal tinha umas coisas impossíveis lá, tipo os funkos, eles são bem raros, não acho que Dylan consiga encontrá-los. Saí do carro de Lucas, olhei as mensagens no meu celular, ótimo, é como dizem: tudo que é ruim, sempre pode piorar. Minha mãe estava exigindo um jantar em família hoje. Minha mãe mora em Cedar Rapid, não é muito longe daqui, mas mesmo assim é uma viagem cansativa demais. Que ódio. Pelo tanto de ponto de exclamação, e pela escrita perfeita, não acho que eu tenha opção de fugir desse jantar. Acho que minha mãe viu que visualizei e não respondi, então começou a jogar sujo. E jogou bem sujo. A desculpa de que o jantar era para comemorar a recuperação do meu irmão – meu irmão já estava em casa, minha mãe exigiu que ele voltasse para casa, literalmente dois dias depois da cirurgia.

— Que ódio, mãe – digitei que eu estaria lá, então ela disse que era para eu vim arrumada, ela ia me apresentar para uma pessoa. Revirei os olhos. — Mãe, eu não quero conhecer ninguém – digitei, olhei para os lados, não tinha ninguém por onde eu estava, ainda era de tarde, mas eu sou bastante assustada quando o assunto é assalto. Gosto muito do meu celular. Ok, eu estou começando a ficar com raiva da minha mãe, como assim ela não se importa se eu quero, ou não conhecer alguém? Eu estava começando a digitar sobre Dylan, mas não temos nada sério, e não acho que seja uma boa ideia. Então apenas mandei uma mensagem concordando. — Que saco! Que saco! Que saco! – entrei no dormitório bufando de raiva, eu estava parecendo um furacão, joguei a chave de Lucas no sofá branco de couro e marchei para dentro do meu quarto.

Eu estava começando a querer mudar a cor do meu quarto, para um azul pastel, e menos azul bebê. Acho que meu armário com minhas coisas poderia ir embora, e eu poderia colocar outra coisa, talvez fazer dali meu cantinho para relaxar. Pensando em comprar uma prateleira nova, e comprar livros novos, só que dessa vez não vou comprar livros de romances e fantasia, vou comprar livros de sociólogos, filósofos e psicólogos – a realidade é que apenas a parte de psicologia me agrada. Olhei para Nico, ele estava deitado no chão, dormindo. Me aproximei dele, e não foi uma ideia nada boa, ele acordou no mesmo segundo e começou a correr pelo meu quarto – ainda bem que eu coloquei todos meus papéis em prateleiras altas.

— Nico, se aquieta! – o cachorro não me ouviu, Nico era bem desobediente. Bem desobediente mesmo. Acho que é uma coisa que acontece muito com bebês e crianças. — Nico, eu só quero fazer carinho em ti – comecei a choramingar, meu tom triste e pidão deve ter causado pena em Nico, porque ele começou a se aproximar de mim bem caladinho e devagarinho. — Você é o maior bebezão de todos – coloquei ele no meu colo e comecei a fazer carinho nele, mas Nico não parecia nada feliz com meu carinho, e eu estava prestes a chorar. Que tipo de filho não gosta do carinho da mãe? — Nico, eu sou sua mãe, é sua obrigação me amar – então eu me lembrei da minha situação com minha mãe. — Ok, você não precisa me amar, mas tentar me entender, sabe? – e mais uma vez me lembrei da minha mãe. Eu estava dando um carão no meu filho, e eu fazia a mesma coisa com minha mãe. — Olha, eu não sou abusiva com você, né? – ele latiu. — Nico, isso não é uma resposta boa – falei olhando bem nos olhinhos preto dele, Nico virou a cabeça para o lado direito. Eu estava deixando meu cachorrinho confuso. — Pronto, tive uma ideia! – coloquei ele no chão, Nico ainda estava bem confuso. Então ele começou a latir, provavelmente me chamava de mãe desnaturada, o que eu não acho que eu seja, sou apenas uma mãe carente. — Se você me acha abusiva, deita. Se você acha que eu sou uma ótima mãe, senta – ele continuou no mesmo local, sentado. Esperei mais um minuto, para ver se ele mudava de posição, mas não, Nico continuou sentado me olhando como se eu estivesse vestida de cachorro quente. Comemorei. Eu sou uma ótima mãe. — Ai Nico, tu me ama – peguei ele no braço e comecei a girar com ele nos braços, espero que isso não cause nenhum problema para ele. — Quem tem a melhor mamãe do mundo? – comecei a depositar vários beijos bem molhados em Nico. — O Nico.

A Confusão - Livro 1 | Off Campus (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora