A Confusão - Livro 1 | Off Campus (COMPLETO)

Capítulo 6

DYLAN

Já faz três semanas que tenho visto bastante Somin, e quando digo bastante, é bastante mesmo, cada chance que Julie acha para nós dois ela faz acontecer, só que tem um problema, nada acontece, no máximo eu seguro a mão dela, ou coisa do tipo, mas não teve um beijinho, nem na bochecha, era tão difícil manter conversa com Somin, por vários motivos, mas o principal é: ela não gosta de jeito nenhum de Star Wars – descobri isso quando fiz uma piada sobre um episódio de Drag Race, que o tema das roupas era uma coisa bem espaço sideral, e ela disse que não gostava de Star Wars, só conhecia por causa da Julie. 

Isso mesmo, como alguém consegue viver num mundo sem ser fã de Star Wars? Um dos dias mais felizes da minha vida, é quando eu vou para casa e faço um dia de Star Wars com meu pai e minha mãe, ou então quando eu faço isso com Julie. Julie já tinha me dito que Somin era bem fechada, mas eu não esperava que pra falar com ela precisava descobrir o código da Vinci ou coisa do tipo. Somin nunca foi antipática, muito pelo contrário, ela só era muito calada, ou seja, quase sempre eu falava sozinho. Gosto de pessoas como Julie, que quando eu falo de pêssego, é capaz de me citar os melhores locais para se plantar pêssego.

Por falar em Julie, ela desistiu de Duncan Harrer depois de descobrir que ele é um motorista alcoólatra, o que eu fiquei bem feliz, feliz é pouco, fiquei extasiado. Duncan era pouca areia para o caminhão dela. Julie é uma das meninas mais incríveis que eu já conheci na minha vida toda, sério, a garota é sensacional, especialmente com crianças e cachorros – dava até pena quando ela começava a dar um discurso enorme sobre não ter um cachorro e como afetava ela. E agora, ela me disse que estava a procura de um novo crush, e espero que seja um cara muito bom, porque se não for, eu vou estar super preparado para dá um sacode nele – talvez, apenas talvez Julie tenha se tornado alguém muito especial pra mim.

Nessa última semana eu tinha apenas um foco: treinar e malhar, tudo isso para me preparar para o que vai acontecer hoje, um olheiro de um time irá assistir a partida contra Harvard – eu não sabia de onde era, meu pai me ensinou a dar mais valor às oportunidades que vêm, do que os nomes que ela carregam. Eu estava muito ansioso e sem tempo para muita coisa, na verdade, além de estudar, a outra coisa que eu tinha feito era cumprir com o trabalho do Nicholas no CACC. E cara, eu nem sei se trabalho é a palavra certa, aquele local era onde eu me sentia mais calmo depois de toda a tensão nos treinos – se tornou meu quarto porto seguro, depois do hóquei, meus pais e estranhamente… Julie.

Minha falta de tempo tem irritado bastante duas pessoas: minha mãe, eu mal respondia as mensagens dela e Julie, que eu também mal respondia as mensagens. Eu tava terminando a série de exercícios para o bíceps, quando a campainha do meu dormitório com os meninos não deixava de tocar – lembrete mental: mandar trocarem o som dessa coisa.

— Nicholas? – gritei colocando o peso no chão, nem sei o motivo de ter gritado por Nicholas, ele só abria a porta se fosse: alguém querendo transar ou pizza. — Ian? – praguejei ao lembrar que Ian tava treinando agora, ele também tava focado nos olheiros que iam vim. — Jonah? – praguejei de novo, Jonah tinha dito que ia visitar Brianna e fazer uma surpresa pra ela, ia ser a surpresa: 4 dias que voltamos. Desci as escadas com um ódio enorme, e com pressa também, não coloquei a camisa, estava com o peitoral todo suado, modéstia parte, quem visse essa cena seria muito sortudo. — Tô indo! Caralho! – gritei descendo último degrau e marchei até a porta. — Se tu tocar essa campainha de novo… – eu ia gritar mais alto, até que vi Julie do lado de fora, ela parecia impaciente e mexendo no celular, ela quase nunca largava esse celular. — Julie – falei, me encostando na porta e cruzando os braços na frente dos meus peitos.

— Meu Deus Dylan! Veste uma blusa! – ela tapou os olhos com as mãos. — Rápido!

— Não gostou do que viu? – olhei pra ela de cima pra baixo e mordi os lábios, era sempre bom provocar Julie, porque a vermelhidão no rosto dela, que eu descobri que é rosácea e não porque ela tá corada, fica mais vermelho ainda, e também eu não ia me importar se ela flertasse de volta e a gente tivesse um pequeno caso, afinal, Julie é gata pra caralho. — Pode tocar se quiser – sorri de lado e aproximei minha mão da dela, mas a garota me deu um tapão na mão, o que eu pensei que não doía, mas doía pra porra. — Ouch doida – beijei minha mão. Se Julie gostasse de hóquei, a liga feminina ganharia todas partidas que ela tivesse no ring.