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𝐓𝐚𝐢𝐧𝐚́𖠌

—Tu para de cortar minha onda com o Pedro,vou pegar ele nem que seja na marra.—Falo séria encarando ele.

—Beleza!—Levanta as mãos em rendição.

—Tenho de sobra.—Brinco e ele ri.

—Convencida.—Reviro os olhos.

Respiro fundo,tentando não morrer sufocada.Buddy percebe minha agonia,segura minha mão me guiando pro lado de fora de casa.

Tiro a máscara e respiro fundo fechando meus olhos.

Que merda,isso é um péssimo sinal.

—Quer que eu te leve pro hospital?—Pergunta preocupado e eu nego com a cabeça.

—To melhor.—Sorrio o olhando.

—Certeza.—Assinto.

—Depois eu tomo meu remédio,minha cara barata.—Dou um soquinho no seu ombro.

Voltamos a festa.Eu não posso beber,então apenas fico agindo como uma retardada.

Agora eu fiquei preocupada com essa falta de ar,cortou totalmente minha vibe.

Tomo um gole da minha água e me sento em um sofá que tinha ali,enquanto Matheus vai chegando em algumas minas.

Se for ver eu tenho uma vida de merda.

Tenho que evitar ao máximo tocar as pessoas,ou seja,não posso pegar qualquer um.Mesmo assim,eu quero pegar muito o Pedro,nem que seja a última coisa que eu faça.

O foda dessa doença é que a vida praticamente para,meus aniversários são comemorados como meu último,cada vez que vou para o hospital e tenho que fazer alguma cirurgia,se despedem como se eu fosse morrer.

É foda viver assim,é foda!

Observo as pessoas se divertindo,bebendo,dançando e se drogando.Eu sempre tive curiosidade de fumar,mas se eu encostar em um cigarro digam tachau pra mim.

Ah cara,não quero me torturar assim.

Mando uma mensagem pro Buddy,dizendo que vou pedir um Uber pra ir pra casa e que é pra ele se divertir e não precisa se preocupar comigo.

Peço o Uber e saio dali de dentro da casa.

Olho algumas pessoas deitada na grama e uma garota sentada no meio fio da calçada.Me a próximo dela e encosto no seu ombro.

—Ta tudo bem?—Ela me olha.

Dou um passo pra trás assustada,seu rosto estava todo borrado de rímel.

—Eu pareço bem?—Pergunta grosseira.

—Você parece um monstrinho.—Brinco.

Ela revira os olhos e volta a olhar pra rua.

—Meu namorado me largou.—Fala chorosa.

—Acontece,você acha alguém melhor.—Falo indiferente.

Vejo o carro parar,me sento no banco de trás e cumprimento o moço.As pessoas me olham estranho por causa da proteção,ridiculos!

Mando um oi pro Pedro,vejo que está online e logo me responde.

Ela da o bote dela.

Seus DetalhesOnde histórias criam vida. Descubra agora