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Então,eu lindamente fui ao hospital por que tava ficando sem ar com frequência e os caraio,até ai beleza,só que ai eu tive que fazer uma pilha de exames e a Raquel constatou que eu tenho que usar o respirador portátil.

Uma salva de pau pra mim.

Fiquei no ódio né!Não queria que o Pedro me visse assim.Ainda mais hoje que vai ter nosso encontro.

Falando em Pedro,daqui meia hora ele vai vir me buscar,só que com esse respirador minha autoestima caiu lá no chão e eu não sei o que fazer.

Vejo mamãe entrar no quarto,me olha indignada com a bagunça.

—Por que toda essa bagunça,filha?—Para na minha frente.

—Eu vou sair com um cara,só que eu não acho nada que fique bom em mim.—Choramingo.

Ela sorri e vaia até meu closet,logo retorna com um vestido amarelo de flores laranjas.

—Se veste,vai ficar linda.—Fala animada me entregando o vestido.

—Mas mãe...—Ela me interrompe.

—Eu mandei você se vestir.—Fala séria.

Dou de ombros e visto o bendito vestido.Me olho no espelho,até que não ta nada mal.

—Você venceu.—Rosno.

Me olha vitoriosa.

—Me conte depois como foi.—Beija minha bochecha e sai do meu quarto.

Provavelmente tem algum compromisso,claro,mais importante que eu.

Não sei por que eu ainda me importo com isso.

Afasto meus pensamentos e coloco um tênis,proteção facial e as luvas,coloco a alça dos meu "pulmão portátil" no meu ombro e saio do meu quarto.

Desço as escadas de vagar pra não cansar,vejo que estava apenas meu irmão mais velho na sala.

Eu sou a irmã mais nova de cinco,são três garotos e duas garotas.É foda lidar com eles.

Saio de casa para esperar Pedro.

Eu não gosto de ser vista como uma defunta,mesmo sabendo que eu to com o pé na cova já,mas é chatinho certas coisas.

Tipo assim,ano passado eu fui internada com um quadro grave de pneumonia,ai a escola entrou em contato com a minha mãe e eles me deram o diploma do ensino médio.Todo mundo apostava que eu ia morrer mesmo.

Sou tipo a fênix.Que comparação mais bosta.

Ouço uai buzina,vejo o carro do Pedro.Me sento no banco do carona e sorrio pra ele,mesmo que ele não veja.

—Você ta linda.—Fala ele.

—Não é pra tanto.—Brinco colocando o cinto.

—O que é isso ai?—Fala enquanto dirige.

—Meu respirador.—Percebo sua cara de confusão.—Desculpa não dizer antes,mas eu tenho uma doença que afeta meus pulmões e todo meu sistema digestivo.—Falo bolada.

—Porra,sabia não,mas de boas.—Dá de ombros.—Não vai mudar o fato de eu gostar muito de você.—Vejo seu sorriso.

Caralho,a gente só se viu umas duas vezes,nos conversamos todo dia por mensagem e já ta assim.

—Obrigado por entender.—Sorrio.

...

Eu estava me sentindo meio desconfortável por conta dos olhares maldosos das pessoas,Pedro conseguia alisar isso com suas piadas e histórias cômicas.

Ainda não consigo crer que estou saindo com alguém,é estranho e bom ao mesmo tempo.

Percebo o olhar de uma mulher,mais velha,estava na mesa a minha diagonal.

—Tem uma mulher me olhando...—Murmuro.

Pedro olha pra ela descaradamente.

—Ela deve ser olheira de alguma agência de modelo.—Fala sério.

Dou risada.

Essas bobagens que ele fala me deixam bobinha.

Ai cara,que vontade de beijar ele agora,porra,mas eu não sou dessas,ou sou?Sou?Não sou.

Sou nou sou nou tamdamta.

—Xxx tentacion.

Por fim terminamos de comer e saimos dali.Ele me tratou como namorada e usou uma espécie de promoção para casais.

Amo???

Decidimos ir na praia,faz tempo que eu não vou lá.Também né,querida?

Tiramos os sapatos e nos sentamos na areia,a brisa do mar está ótima,me transmite tanta calmaria.

—Você não fala muito sobre a tua vida...—Joga no ar.

Olho pra ele e dou de ombros.

—Minha vida não é interessante,vivo indo e voltando do hospital.—Olho para o mar.—Nada de muito incrível.—Murmuro.

—Se tu não se sente confortável de me contar as coisas,ta tranquilo.—Olho pra ele.

—Eu me sinto segura ao seu lado.—Suspiro.—É que eu tenho medo de te assustar ao dizer que eu posso morrer a qualquer momento.—Me arrependo instantaneamente do que eu disse.

Me olha baixo.

—Vamos viver o agora,amanhã ta na mão do cara lá de cima.—Assinto sorrindo.

Sean havia percebido que nossos rostos estavam tão perto.Ele toma a iniciativa me beijando devagar.

CARALHO EU TO BEIJANDO MESMO.

Tipo,eu to trocando saliva com um garoto foda pra porra...ok isso foi bem nojento.

Me puxa para o seu colo,aperta minha bunda e eu me movimento devagar no seu colo.

Isso que dá assistir por...vídeo de gente boa.

Separou o beijo por causa da falta de ar comum.Me olha curioso.

—Eeu beijo é...salgado?—Fala confuso.

—Por causa da doença.—Dou uma piscadela.

Ele ri fraco.

Sinto o vento frio bater em mim,deixando todos meus pelos arrepiados,até o do c...parou né?

—Pode me deixar em casa?—Pergunto saindo do seu colo.

Ele assente com aquele sorriso malandro.

Fico bobinha assim.

Seus DetalhesOnde histórias criam vida. Descubra agora