Capítulo 6 - O Mapa

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Dylan caminhava em retorno à caverna, junto de Andrik, depois de pegarem os peixes, que agora eram carregados por eles e seriam sua refeição naquele dia.

O morro onde a caverna ficava, estava logo adiante, mas até ali ambos não tinham trocado uma palavra sequer, o que a Dylan soava normal, pois não tinham intimidade. Ainda assim, aquele silêncio monótono o incomodava muito e desejava dizer algo, indagar, pois possuía muitas dúvidas. Então, de repente, o Andrik parou à entrada da caverna, mas não entendeu o porquê.

- Você sabe lutar? - Andrik perguntou, de costas para o garoto.

Dylan não entendeu bem o intuito da pergunta, mas respondeu.

- Creio que sim - retrucou ele.

Andrik nada disse, apenas voltou a caminhar, entrando na caverna, e Dylan o seguiu, um pouco incerto sobre as intenções de seu companheiro.

Quando chegaram a parte mais funda da caverna, Lauren quebrava e jogava um pouco da madeira que haviam trazido mais cedo, a fim de manter o fogo sempre aceso e forte. Enquanto isso, a garota, que agora Dylan sabia o nome, manuseava um graveto por entre os dedos. A estranha água cintilava um pouco, com sua própria luz.

- Retornamos - anunciou Andrik, como se estivesse a fazê-lo por obrigação.

Lauren ergueu o olhar para eles quando se aproximaram.

- Deixa sobre aquela rocha, que eu cuido deles para comermos - pediu Lauren enquanto indicava com um dedo.

Andrik não respondeu, apenas olhou em direção àquela rocha, caminhou até lá, deixando peixe sobre ela. Dylan ficou um tanto constrangido, como se sentisse que estava no meio de uma briga de casal, e vendo Andrik obedecer a Lauren, acabou fazendo o mesmo.

- O que é essa água? - Dylan perguntou, enquanto se aproximava de Andrik, que havia ido sentar ao canto do local, e recostado à parede.

- Eu não sei bem, mas, por algum motivo, ela possui grandes propriedades curativas - explicou Andrik, com seus olhos cintilantes à luz emitida, enquanto olhava para a água.

Água com grandes propriedades curativas, hein... Por que não estou surpreso?, pensou ele.

Não obstante, era muito interessante que houvesse algo assim ali. Em outro momento, caso não tivesse visto o que viu, poderia duvidar um pouco da informação de Andrik, mas o que ele disse parecia verdade, e havia algo de único naquela água. Então sentou-se próximo de Andrik.

- Vocês chegaram a usá-la em mim? - perguntou Dylan, olhando-o.

- Não, não. Foi como eu disse, você não apresentava nenhum tipo de ferimento - explicou Andrik, que em seguida pegou uma rocha próxima e continuou: - Além disso, não é necessário que a beba... Ela pode ser jogada sobre as feridas, mas não espere algo como uma regeneração instantânea. - Ele dizia, e, finalizando, jogou a rocha, em sua mão, sobre algumas outras próximas.

Dylan realmente não entendeu o que ocorrera com seus ferimentos, eles haviam sumido, e tinha certeza de que estiveram lá em algum momento, mas procurou não gastar novos pensamentos com isso.

- Notei que não fizeram ferramentas para facilitar algumas coisas. Aconteceu algo? - Dylan quis saber.

- Ah, sim, fizemos muitas vezes; contudo, as que foram feitos há uns meses, acabamos perdendo ao fugir de problemas - explicou Andrik, em um tom sereno. - E na verdade, cheguei a fazer duas lanças, mas não ficaram tão boas e logo terei de produzir umas melhores.

O Guerreiro do Amanhã: Jornada nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora