Algumas horas já haviam se ido desde o confronto com aqueles monstros, e Andrik apresentou uma grande melhora de seu ferimento, e não mais precisava da ajuda de alguém para se mover. Não obstante, eles ainda não podiam andar em um ritmo maior, então teriam de esperar até que seu companheiro ferido estivesse totalmente recuperado. Como não comiam há mais de um dia, fizeram uma ligeira pausa, para desfrutar da água de um córrego e seus peixes.
Ao prefácio da noite, tiveram sorte em achar um abrigo - uma caverna -, pois uma chuva cairia sobre eles. Antes de voltarem a caminhar no dia posterior, tornaram a passar terra úmida sobre o corpo. Àquela altura, Andrik parecia quase que perfeitamente curado, tanto que resolveu tirar o pano arrancado da veste de Dylan, o qual lhe servia como atadura, e, embora já não fosse um ferimento que parecesse horrível de se olhar, ainda havia um pequeno corte, mas ele dizia que não sentia mais que um pequeno desconforto no ombro, e insistia que voltassem a se mover mais rapidamente, para que chegassem ao primeiro destino o mais rápido possível, e foi o que fizeram durante aquele dia - avançaram com maior rapidez. Nada de problemas nas horas em que se sucederam, nem mesmo no dia seguinte. Tudo parecia ocorrer bem.
Por onde passavam agora, as árvores pareciam mais jovem e menos agourenta, e a floresta, entretanto, pouco se abria para um espaço mais amplo, de modo que o local parecia mais sombrio do que deveria, mesmo no que devia ser dia. Em um canto ou outro, haviam plantas estranhas e maliciosas, de corpo grosso e espinhosos, com folhas grandes, suspeitosamente fechadas, as quais Dylan podia jurar que, caso não estivesse atento, elas poderiam atacá-los. E uma vegetação rasteira como relva, elevava-se até próximo do joelho deles, adornada por flores de muitas cores em meio ao purpúreo predominante.
Subiam e desciam morros altos, e seguiam adiante, no percurso que voltava a ficar tortuoso. E devido a isso, não só Dylan, mas os outros também começaram a sentir desgaste físico. As árvores, no sexto dia, voltaram a mudar, tornaram-se mais finas e menos espaçadas, folhas alaranjadas e pequenas tomavam o solo, como em uma bonita chegada do outono.
E aconteceu que veio rapidamente a noite naquele dia, mas, como sempre, conseguiram acender uma fogueira à proteção de uma caverna que encontraram com não muito esforço. Ela ficava entre algumas árvores, numa ligeira elevação rochosa no terreno, e, em seu interior, era espaçosa, todavia, não muito funda, e haviam diversas rochas espalhadas por ela, que eram empecilhos, mas não tinha muito o que Dylan pudesse fazer, senão, junto a seus amigos, mover aquelas rochas, de modo que o local ficasse mais agradável para se dormir, com o auxílio de algumas folhagens. E ainda que fosse de fato difícil de se ver algum animal naquele mundo, Dylan esperou que algo peçonhento pudesse sair de sob aquelas rochas que moviam, e nada saíra, mas, ainda assim, eram notáveis algumas criaturas estranhas à parede, em que Andrik garantiu de que eram inofensivas, e foram os primeiros seres, exceto os horripilantes cães, peixes e um outro pego por Lauren e Ahsley, que tiveram contato tão próximo, desde que partiram da caverna em que ficavam, na Floresta Primordial.
Quando terminaram de mover as pedras, para que melhor conseguissem dormir, Dylan suspirou de alívio ao se recostar à parede oposta à de seus amigos. Lá fora começou a chover. Curioso sobre o progresso que tiveram graças àquelas várias horas de caminhada no dia, Dylan abriu o mapa para uma rápida leitura e, como sempre, ele brilhou lindamente, revelando os vários detalhes daquele mundo, e lá estava o ponto azul que revelava a localização de seu leitor no mapa, já dentro do território de Árldenheim.
No momento seguinte, Dylan desviou seu olhar a Andrik, que estava recostado à parede oposta, e informou:
- Já estamos no território de Árldenheim - comunicou Dylan.
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O Guerreiro do Amanhã: Jornada nas Sombras
FantasiA Grande Calamidade, um evento sombrio e inevitável, nunca esteve tão próxima quanto agora. A malícia se alastra nas sombras, à medida que o medo cresce nos que sabem do que está por vir. E agora, forças têm agido, para o bem ou o mal, para a espera...