Capítulos 11 - Eldūrah

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- Assim que encontrarmos as armas, devemos correr para buscarmos alimentos e água... água límpida, que não seja diretamente da chuva - dizia Lauren enquanto caminhavam.

- Sim, será bom que façamos isso - falou Dylan, em resposta.

Não muito houvera se passado desde o perigo dos Eldūrah.

Chegaram a uma parte diferente da floresta, em que, conforme caminhavam em frente, sentiam a pressão do ar aumentando em seu entorno. O mau cheiro de alguma degradação subia do chão por onde passavam, galhos retorcidos das árvores voltaram a parecer tão maliciosos quanto na Floresta Primordial, e uma tênue névoa surgia, à medida que andavam. Dylan sentiu um ligeiro arrepio nos pelos da nuca, e olhou ao redor, como se tivesse tido a sensação de que estava sendo observado.

Ali próximo, Dylan se deu conta de algo reluzindo na pouca claridade.

- Acho que encontrei algo - disse ele, seguindo em direção ao objeto reluzente.

Andrik e Lauren entreolharam-se, e Dylan parou próximo a uma solitária rocha, fitando o objeto estranho, que reluzia levemente. Ele agachou e ficou apoiado sobre um dos joelhos no solo úmido, e retirou um pouco das folhas e a terra que havia por sobre a ferramenta, de modo que se revelou uma linda espada. Lauren, Andrik e Ahsley se aproximaram, curiosos, enquanto Dylan ainda observava o achado, soltando sua lança da mão destra.

A espada tinha um cabo de detalhes negros e azuis, que se estendiam um pouco pela lâmina prateada de duplo corte, onde se podia notar pequeninos símbolos estranhos, os quais Dylan reconheceu como sendo dos Alfūrah, que, no senso comum, seriam os chamados elfos da luz. E a ferramenta, de muitas formas, atraío-o bastante agora.

- Uma bela espada - comentou Andrik, observando-a. E sorrindo, acrescentou: - Parece que chegamos.

- Bom, vamos buscar as espadas para nós e sair logo daqui - disse Lauren, e se foi acompanhada de Andrik e Ahsley.

Dylan, que ainda observava a espada, cerrou sua mão ao cabo belo da ferramenta e a ergueu. Achou surpreendente que ela não houvesse sofrido com o tempo, pois parecia deveras feita recentemente. Um ligeiro brilho branco percorreu por toda a afiação da espada, e Dylan achou que isso foi bem semelhante a quando ganhou uma espada de Baldwin, seu mestre. Notou também que a ferramenta se suavizou em sua mão, ficando muito mais leve do que há pouco.

Ele se levantou e sorriu por alguma razão. Pensou se seria digno de usar aquela espada, e a quem a ferramenta pertenceu. Não sabia como usá-la, e, ainda assim, arriscou desferir alguns golpes no ar, era mesmo leve e cortava o ar com facilidade, e se sentiu seduzido por testar a afiação da espada em um obstáculo.

Seguidamente, ele lançou um olhar pela região, à procura de uma bainha para sua espada, porém, não encontrou nada. Ele voltou sua atenção aos amigos, mas eles quase já não podiam ser vistos, pois estavam bem à frente, no percurso que seguiam. Dylan pensou que não seria uma boa ficar ali sozinho e se moveu para acompanhar os outros, levando a ferramenta consigo.

Quando estava prestes a alcançar os outros, franziu o cenho e parou. Sobre um tronco caído, uma lança estava atravessada nos restos mortais de algum ser, no que fora seu seio. Embora não fosse como se alguém estivesse agonizando, Dylan não se sentiu muito bem em ficar olhando para aquilo, e voltou a atenção a seus amigos, buscando acompanhar eles novamente. Mas, à medida que seguia adiante, aqui e ali, ele percebia, haviam muitos corpos, lanças, escudos, espadas e indumentárias de guerra, cuja beleza fora pouco danificada.

O Guerreiro do Amanhã: Jornada nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora