Anjinhos
Noah olhou para Sina, aterrorizado.
– Você só pode estar de brincadeira. - ele sussurrou, olhando para aquele pequeno cômodo lotado de crianças descontroladas.
A garota apenas riu e deu um tapinha nas costas dele.
– Pelo amor de Deus, Deinert. Você sabe que eu não me dou bem com crianças.
– Mas você nunca tem contato com nenhuma criança. Como é que você sabe disso? - perguntou Sina calmamente.
– Eu convivo com crianças sim, tá? A sua irmãzinha, por exemplo. E ela me odeia.
– É. A Sofya te odeia. Com certeza. Mas, enfim, isso é relativo. A Joalin também te odeia e ela nem é mais criança. - disse Sina, sorrindo discretamente enquanto se lembrava de que suas irmãs, definitivamente, não iam com a cara dele.
– Ei, moleque. Larga a minha perna! - Noah reclamou para o menino que estava agarrando o tornozelo dele. Foi inútil.
– Tia. - chamou uma menininha, puxando a camiseta de Sina - Ele é seu namorado? Vocês vão se casar?
Sina riu e pegou a garotinha no colo por alguns segundos. Antes que ela pudesse dizer “não mesmo”, Noah interviu.
– Ah, com certeza. Ela não vive sem mim. Não é, Sina? A garota revirou os olhos, rindo da total falta de modéstia que era uma peculiaridade inseparável de Noah.
– Ok, chega de papo furado. O Jonah está tentando escalar o armário de novo, a Luiza e a Sarah estão lutando MMA e o Lucas está chupando giz de cera. Você tem trabalho a fazer, Noah. Vai na fé e assuma o controle da situação.
Um caminhãozinho de plástico voou pela sala e acertou as costas de Noah em cheio.
– Ei! Quem foi a peste que jogou isso aqui? - gritou Noah, enquanto um grupinho de meninos gargalhava alto
– Ótimo, continuem rindo. Eu quero ver se vocês vão achar engraçado quando eu…
Sina lançou um olhar fuzilador para Noah.
– Criancinha fofa e adorável, faça o favor de descer da mesa. - o rapaz usou um falso tom carinhoso para falar com a criança que estava perto dele.
– Melhor assim. - murmurou Sina - Manter a calma é essencial.
– Eu não poderia estar mais calmo. - ralhou Noah, ironicamente.
Sina riu e olhou em volta. Teve que alguns segundos até conseguir encontrar Hina, que estava isolada em um canto da sala. Já fazia algum tempo que aquela criança não estava nada bem, e apesar das insistências e tentativas, Sina ainda não tinha conseguido descobrir o motivo. Ia tentar mais uma vez.
– Oi, princesa. - disse Sina, sentando-se ao lado da menina, que estava encolhida no canto.
– Oi. - Hina respondeu, olhando fixamente para a boneca que estava segurando.
– Você não quer ir brincar com os outros? - perguntou Sina.
A menina sacudiu a cabeça negativamente e nem sequer olhou para Sina, que há semanas já estava angustiada com o comportamento estranho daquela criança. Havia algo de errado com ela. Sina tinha plena certeza disso. Só precisava descobrir o que era.
– Tem alguma novidade pra contar, Hina?
– Não.
Sina suspirou. Precisava pegar umas aulas de psicologia infantil o quanto antes. Ela não tinha muita noção de como lidar com aquela criança que recusava falar sobre o que quer que a estivesse incomodando. Sina já tinha tentado conversar com ela muitas e muitas vezes, mas nunca conseguia bons resultados.
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SOB O MESMO TETO - Noart
Fanfiction[concluída] Sina e Noah se conhecem desde a infância e nunca se deram bem. Ironicamente, os dois são aprovados na mesma universidade e descobrem que terão que dividir o mesmo apartamento. Enquanto Sina acha que a convivência deles vai desencadear um...