Capítulo 13

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Encontro inesperado


Noah estava à beira da piscina, usando óculos escuros e pensando sobre o que levaria alguém a passar um dia bonito e ensolarado como aquele trabalhando. Seja lá qual fosse o tipo de coisa que Sina costumava fazer aos sábados, era inacreditável que alguém se recusasse aproveitar o dia naquele hotel incrível.

Ela o irritava, às vezes. Por exemplo, no dia do aniversário dela, a garota tinha decidido ir para o estágio e para todas as aulas da universidade. Além disso, tinha passado a noite no apartamento do hotel, fazendo um trabalho com uma antecedência absurda. Foi inútil Noah ter insistido para que ela faltasse a todos os compromissos para fazer alguma coisa divertida e comemorar. Se ele não tivesse tido a ideia de surpreendê-la no café da manhã, o aniversário dela teria passado como se fosse um dia qualquer. Aquilo o irritava, toda aquela preocupação dela em sair correndo de um lado pro outro fazendo mil coisas, se preocupando com todo mundo exceto com ela mesma. Ninguém podia ser daquele jeito o tempo todo, pensou Noah. Era bizarro.

Quando Noah finalmente decidiu subir para o apartamento, quase esbarrou no corredor com uma mulher. Ela olhou para ele e sorriu. E aí, ele percebeu que a conhecia. Aquilo estava mesmo acontecendo? Como era possível ele se reencontrar com ela, naquela cidade, especificamente naquele hotel? Era coincidência demais.

– Noah! - ela exclamou, abraçando-o com empolgação.

Ele ainda não conseguia acreditar.

– Any, há quanto tempo! - ele exclamou de volta, tentando ser igualmente simpático.

– Engraçado a gente ter se encontrado aqui. Você está morando aqui em Nova York, não é? Por causa da faculdade?

Noah confirmou com a cabeça, pensando que a vida dele não andava muito boa ultimamente. Quer dizer, tudo bem o apartamento dele ter desmoronado e ele quase ter tido a cabeça esmagada por uma barra de ferro. Mas reencontrar a ex-namorada? Isso já era desgraça demais.

– E aí, quais são as novidades? O que você está fazendo aqui em Nova York? - perguntou Noah.

A mulher de cabelos cacheados e bem vestida sorria para o rapaz, radiante.

– Estou noiva - anunciou, exibindo a grossa aliança em seu dedo.

– Meu noivo, o Josh, teve que vir pra uma reunião de negócios aqui em Nova York. Eu vim com ele, pra conhecer a cidade e fazer companhia.

– Nossa. Isso... Isso é ótimo. Muito bom mesmo. - Noah se esforçou para sorrir de uma forma que parecesse ao menos um pouco sincera.

– Mas e você, Noahzinho? O que tem feito ultimamente?

Noahzinho. Aquele apelido era o mais idiota da face da terra. Lembrava Danoninho ou sei lá o quê. Noah realmente gostaria que Any soubesse que quando um namoro vai pro buraco, os apelidos constrangedores vão também.

Ele disse, em poucas palavras, que estava cursando administração e estudando demais, e nada como passar um fim de semana em um bom hotel para dar uma relaxada, antes de voltar para a batalha.

E foi aí que ela lançou a pergunta que ele mais temia, que esperava fervorosamente que não fosse feita.

– Você ainda continua solteiro?

Noah se lembrava claramente daquela mulher dizendo, na ocasião do término de namoro, que ele era "um moleque irresponsável e mimado que garota nenhuma em sã consciência poderia suportar num relacionamento". Logo, era de importância máxima que ele provasse que ela estava errada. Era uma questão de honra. Noah analisou suas opções:

1) Admitir que estava solteiro, mas de uma forma que passasse a impressão de " sou um cara completo e auto-suficiente que não precisa desses relacionamentos fúteis e efêmeros atrapalhando minha vida independente."

2) Mentir descaradamente.

3) Sair correndo.

A alternativa que ele escolheu fazia a terceira opção parecer uma ideia de gênio.

– Estou namorando há três meses!

– Nossa, três meses, Noah? Bateu seu recorde, hein? A coisa deve ser séria, pra você ficar tanto tempo com uma garota. - alfinetou Amy. O namoro deles durara pouco mais que um mês.

– Pois é! Acho que dessa vez fui fisgado. - disse Noah, sorrindo de forma simpática.

– Qual o nome dela?

Droga, pensou Noah. Qual era o problema em ser ligeiramente sensato de vez em quando? Que maravilha. Aquilo seria uma catástrofe.

– Er... Sina. Eu conheci a Sina no primeiro dia de aula na universidade. Foi amor à primeira vista, não teve jeito.

– Ah, não vejo a hora de conhecê-la. A gente devia marcar alguma coisa. Que tal amanhã? Eu, e o Josh, você e a sua namorada? Vai ser super divertido. A gente marca de jantar juntos em um restaurante ótimo perto do lago. Que tal?

É claro, a situação sempre pode ficar pior.

– Ótima ideia! Vai ser ótimo. - ele disse, pensando que aquela "ótima ideia" tinha todo o potencial para ser uma tragédia gigantesca.

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Hahaha quero só ver Noahzinho se a Sina vai aceitar🙃

⭐Deixem a estrelinha ⭐

Xoxo Anny 🥂

SOB O MESMO TETO - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora