34° Capítulo

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POV Narrador

Você já parou para pensar sobre o valor da amizade? Às vezes nos encontramos preocupados, ansiosos, em volta à situações complicadas, nos sentindo meio que perdidos, mas somente o fato de conversarmos com um amigo, desabafando o que nos está no íntimo, já nos sentimos melhor, mesmo que as coisas permaneçam inalteradas.

Quantas vezes são os amigos que nos fazem sorrir quando tínhamos vontade de chorar, mas a sua simples presença nos traz de volta o brilho da vida. A simplicidade das brincadeiras, a conversa informal naqueles momentos de descontração, uma conversa rápida ao telefone, no vai e vem do dia ou da noite, no bate-papo pela Internet, no ambiente do trabalho ou da escola, enfim, em qualquer lugar a qualquer hora.

Entretanto, não existe só alegria, amor, felicidade nesta relação, ela é como qualquer outro relacionamento, passa por crises passageiras, por momentos intempestivos, abalos ocasionais. Ainda que tenhamos muito carinho pelo amigo em questão, às vezes por insegurança, por ciúmes, por estarmos emocionalmente alterados ou nos sentindo pressionados, acabamos sendo injustos com ele e isso pode ser recíproco.

Podemos comparar esse elo de amizade como o tempo que passa por alterações climáticas constantemente, mas é dessa forma que aprendemos a nos conhecer, compartilhar momentos e desenvolver uma amizade. Diante do amigo somos nós mesmos, deixamos vir à tona nossos pensamentos a respeito das coisas, da vida, nos mostramos como verdadeiramente somos.

Há amigos que nos ensinam muito, nos fazem enxergar situações que às vezes não percebemos o seu real sentido, compartilham as suas experiências conosco, nos falam usando da verdade que buscamos encontrar. São eles também que nos chamam a razão, chamando a nossa atenção quando agimos de modo contraditório, que nos dizem coisas que não queremos ouvir, aceitar ou compreender, são eles que são capazes nos fazer enxergar nossos defeitos se espelhando nos defeitos dele.

Ao longo de nossa vida muitos amigos passam por ela e nos deixam saudades, mas também deixam a recordação de tudo que foi vivido. É na amizade verdadeira que encontramos a sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade, fraternidade.

E Dinah, desde o início, sempre encontrou isso em Lauren. A amizade de ambas mesmo passando por muitos desentendimentos, sempre foi leal. Não havia mentiras, não havia falsidade, não havia inveja. Era uma amizade completamente saudável onde uma admirava a outra com o amor mais genuíno que alguém poderia sentir.

E como se tudo estivesse parado ao seu redor, Dinah se recusava a acreditar na mensagem em sua tela de celular, que foi lhe enviada após a mesma ter recusado as várias ligações e deixado o celular no mudo sem nem olhar quem a ligava durante toda a madrugada, impedindo a de receber a notícia no momento do ocorrido.

Seus olhos que antes brilhavam por estar feliz por ter acordado ao lado de sua mulher, logo se transforma em um olhar triste e preocupado. E como se não pudesse piorar, a cada frase que era lida silenciosamente em sua mente, era recebida como um soco em seu estômago. Ela não poderia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Ela não poderia acreditar que isso estava realmente acontecendo.

- Bom dia amor! - Normani desejou ainda sonolenta ao perceber que sua namorada já estava sentada em sua cama. - Amor..

- Oi. - Dinah respondeu baixo se permitindo olhar para sua namorada que ao ver o seu semblante logo serrou os olhos.

- Você está bem? - Normani perguntou para sua namorada que nada respondeu.

Dinah estava tentando ao máximo não responder, pois sabia que qualquer palavra que saisse de sua boca nesse momento seria como um sinal verde para todas as lágrimas em seus olhos escorressem em seu rosto.

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