CAPÍTULO 24

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Victorya

Ao chegar em seu apartamento deixamos os capacetes sobre o sofá eu me fui em sua direção passando meus braços em torno do seu corpo, o segurando para mim, recostando meu rosto de lado em seu peito, ouvindo seus batimentos acelerados enquanto ele me abraçava de volta.

- Você deve estar me achando uma grudenta. – falei o fazendo rir.

- Não. Na verdade, estou gostando disso. – ele respondeu enquanto sua mão alisava minhas costas.

- Você não tem noção do quão bem você me faz sentir.

- Eu acho que eu tenho um pouco dessa noção.

Oliver então beijou o topo da minha cabeça e eu fechei meus olhos aproveitando aquele momento, inspirando fundo seu perfume.

- Você está com fome? Quer tomar ou comer alguma coisa? – ele perguntou sobre mim e eu acenei com a cabeça.

- Eu acho que não vou conseguir comer nada hoje.

- Mas você precisa se alimentar. Posso preparar algo leve para você.

Mais uma vez acenei para ele o mantendo em meus braços.
- Agora não. Só quero ficar um pouco mais assim.

Acho que ele concordou comigo, pois logo depois senti que ele respirou fundo enquanto seu coração batia ainda mais forte.

- Eu acho que tive uma ideia melhor. – Oliver falou afastando-se de mim até que baixou-se passando seu braço por tras dos meus joelhos e o outro por tras das minhas costas, me levantando em seu colo e me fazendo rir.

- O que você esta fazendo? – perguntei me segurando em seu pescoço enquanto ele virava-se e seguia em direção as escadas comigo com um largo sorriso.

- Se vamos ficar abraçados que seja em uma posição mais confortável na minha cama.

Sorri ainda mais para ele e deixei que me carregasse escadas a cima, até ele me colocar deitada em sua cama.

Tirei meus sapatos de salto, enquanto ele fazia o mesmo com seu tênis, até que ele veio até a cama deitando-se ao meu lado, onde eu pude o abraçar depois dele me puxar para seus braços recostando minha cabeça em seu peito.

- Quer conversar sobre o que está acontecendo? – Oliver perguntou a cima de mim e eu acenei que não.

- Não. Me conte sobre você. Me fale sobre seus amigos, o que você sente falta em Los Angeles e como você era quando você era criança.

Oliver riu alto me fazendo rir e levantar meu rosto para lhe olhar, enquanto ele baixava seu rosto levando seus olhos até o encontro dos meus.

- Quanta coisa, mas então vamos por partes. – ele olhou rapidamente para o teto parecendo pensativo e então voltou a me olhar com um leve sorriso para me responder – Eu não tenho muitos amigos e você praticamente conhece os únicos dois que eu considero como amigos de verdade, o Danton e o Travis.

- E o Travis está namorando com a Ayla, uma das minhas melhores amigas.

Oliver assentiu e riu baixo.
- Isso foi surpreendente. Acho que nunca vi nenhum dos dois namorando.

- E você? Teve muitas namoradas? - Quando perguntei aquilo vi o sorriso em seu rosto diminuir e isso me deixou com medo e totalmente arrependida de ter perguntado aquilo. Talvez eu não quisesse saber sua resposta, ele poderia ter uma namorada que roubou seu coração, pela qual ele ainda era apaixonado, ou pior ainda, ter uma namorada lhe esperando em Los Angeles. – Quer dizer, você não precisa responder isso, claro que teve e eu acho que não preciso saber. – Tentei me corrigir enquanto sentia meu peito se apertar cada vez mais e eu baixava minha cabeça de volta para seu peito.

Mas então ele pegou meu queixo em sua mão e levantou meu rosto de volta para ele enquanto ele me deu um sorriso tímido e acenou para mim.

- Eu só tive uma namorada, que foi minha noiva, e eu a perdi a quase dois anos.

- O que aconteceu com ela? – perguntei outra vez deixando minha curiosidade me dominar e sem pensar se eu queria mesmo saber sua resposta.

- Ela morreu em uma missão na divisa com o México. Ela também era do FBI e estava em uma caça a uma máfia que traficava pessoas e drogas nas fronteiras. Naquele dia ela matou o chefe da máfia, mas isso custou sua vida e de mais um colega. – não consegui conter minha surpresa, ou melhor, meu choque com aquilo, eu jamais esperava que ele tivesse uma história como aquela, e eu acho que lembrava de ter ouvido falar sobre essa história dentro do FBI, até cheguei a ver algumas fotos dos agentes que morreram, e se não me engano ela era linda. – Agora você entende um pouco porque eu não posso deixar você se envolver no nosso caso? – Oliver perguntou ainda segurando meu rosto para ele enquanto olhava firme em meus olhos, quase me deixando sem ar - Eu não posso perder mais ninguém.

Assenti para ele e tentei amenizar aquela situação esticando meu rosto e beijando levemente seus lábios para lhe tranquilizar, mesmo que eu não soubesse ainda se seria capaz de ficar fora de tudo aquilo. Mas naquele momento era o que ele precisava ouvir, e eu daria isso a ele.

- E sobre o que mais sinto falta em Los Angeles com certeza é o calor, o mar e a minha família.

Imediatamente ele mudou o assunto deixando nossa conversa outra vez mais leve e me fazendo sorrir.

- E como você era quando era criança?

Oliver riu alto, virando para o teto do quarto, em uma risada tão gostosa que me fez rir baixo.

- Eu acho que pela sua risada você não era uma das crianças mais comportadas. – respondi por ele e ele então acenou voltando a olhar para mim.

- Não mesmo, você deve ter visto por minhas notas. Eu gostava de aterrorizar minhas babás, de deixar minha mãe quase louca comigo, mas eram brincadeiras inofensivas, só que meu pai gostava de me deixar de castigo pelo menos um dia por semana.

- Minha nossa, você deveria ser terrível! – comentei enquanto me sentia tão bem ouvindo ele contar mais sobre sua infância.

- Uma vez meu pai me deixou um mês de castigo depois de me esconder um dia inteiro na propriedade onde morávamos. A casa e o terreno em volta eram tão grandes que eles levaram um dia para me encontrar, mesmo mobilizando toda equipe de segurança e de empregados da casa. Eu mudava de lugar toda vez que eu via que ninguém estava me vendo e só me encontraram porque o segurança do meu pai viu pelas câmeras no jardim que eu havia saído da área da piscina e corrido até a área dos empregados.

Nem Tudo Fica em Las Vegas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora