CAPÍTULO 28

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Oliver

Não precisamos esperar muito pelo próximo contato do senhor Dardeno. Seu e-mail chegou no dia seguinte e depois que eu consegui o acesso ao aplicativo de vendas dos diamantes, passei a trabalhar com o Pietro na tentativa de hackear e extrair o máximo de informações possíveis, mas não seria nada fácil, o aplicativo tinha uma linguagem de programação diferente e diversos códigos de segurança, mas o Pietro me garantiu que ele conseguiria entrar, só ia demorar um pouco mais.

Enquanto isso apresentei Becca como uma nova compradora interessada em comercializar os diamantes. E como havia prometido o senhor Dardeno nos levou conhecer o processo de exploração e lapidação dos diamantes, e aparentemente não havia nada de errado. Mas Becca havia conseguido se aproximar de um dos contadores do grupo, e através dele ela ia tentar conseguir provas dos desvios e dos pagamentos.

Na segunda-feira fui direto até a sala do senhor Vermont passar um relatório sobre o caso e sobre nosso fim de semana. Se conseguíssemos hackear o sistema do aplicativo deles, Becca conseguisse as provas pela contabilidade, logo teríamos o caso encerrado e eu voltaria para a casa.

Nunca quis tanto voltar para casa depois de um caso. E não era pelo tempo que eu estava trabalhando com esse e sim por me sentir estranho toda vez que eu encontrava com a Vic pelos corredores e ela fazia de conta que não me via.

Antes que eu pudesse sair da sala do senhor Vermont, ele me chamou de volta.

- Oliver. – me virei para ele parando em frente a porta ainda fechada. – Eu sei que aqui não é lugar para isso, mas a Victoria nos falou sobre o fato de você ser o pai do filho dela.

Senti meu corpo todo se enrijecer e voltei até ele, parando atrás da cadeira onde eu estava sentado anteriormente.

- Eu sinto muito. Fomos inconsequentes, mas eu prometo que tentarei ser o melhor pai para a criança.

O pai da Vic então assentiu se recostando em sua cadeira enquanto me olhava.

- Muito bem. E espero que não interfira na decisão dela em se casar. O Othon pode estar um tanto que zangado agora, mas eu sei que esses dois ainda irão se casar.

Fechei minhas mãos com força, no encosto da cadeira onde eu me apoiava.

- A Vic é maior de idade e sabe o que ela faz, eu e mais ninguém deveria interferir nas decisões dela. E isso também inclui a família. Eu não ia querer a infelicidade do meu filho só pelo meu benefício.

Dito aquilo me endireitei e me afastei voltando em direção a porta enquanto o senhor Vermont agora me olhava parecendo irritado.

- Você é muito bom no que faz, só por isso continua aqui. Mas você deveria cuidar um pouco mais do seu trabalho e menos da filha dos outros. Isso se você quiser chegar a conhecer seu filho.

Parei com a mão na fechadura da porta, ouvindo o que o senhor Vermont dizia ainda sentado em sua cadeira e então olhei para ele, pela última vez, antes de sair da sua sala.

Minha vontade era de ter lhe respondido, ter falado sobre meu direito de conhecer e conviver com meu filho, que ele não tinha como me tirar, mas não valia meu tempo. Eu precisava focar em meu trabalho, depois eu lidaria com a família da Vic.

Segui de lá direto para a sala do Pietro, afim de saber como ele estava indo com o sistema.

- Alguma novidade? – perguntei logo depois de bater em sua porta e ele me mandar entrar.

- Ótimas. – Pietro me respondeu com um largo sorriso enquanto eu ia ate ele. - Consegui entrar, mas ele tem chave de segurança para cada função, o que vai dar mais um pouquinho de trabalho, só que uma vez dentro temos acesso a tudo.

Me reclinei me apoiando sobre sua mesa para olhar a tela do seu computador e ver o que ele já havia conseguido.

- E quais são as pedras preciosas que você já encontrou?

- Uma lista de compradores e seus últimos pedidos, envolvendo pessoas famosas e até mesmo de dentro do governo e de entidades importantes pode ser considerado que tipo de pedra preciosa? – Pietro perguntou virando-se para olhar para mim com um largo sorriso depois de abrir uma longa lista que cada vez gerava mais nomes, números de documentos, valores e quantidades compradas.

- Isso é praticamente um diamante laranja. Uma das três pedras mais preciosas. – me afastei da mesa dele, dando a volta por ela, pensando o que poderíamos fazer com aquilo – Salve esses dados, tente não perder nenhum, e me passe eles. Vou dar uma olhada se não podemos usar pelo menos um a nosso favor.

- Posso tentar ver se algum bate com nossa lista de investigados, mas com certeza deve ter muitos. Se encontrarmos alguns podres sobre eles, poderemos usar contra e fazer eles ficarem a nosso favor.

- Sim. Se você puder me enviar tudo isso, eu sento com a Laura e pensamos em algumas estratégias.

- Não é por ciúmes nem nada, porque já estou sabendo das novidades, mas a Vic seria a mais apropriada para isso.

Claro que o Pietro já deveria saber sobre a Vic e eu. A Laura é uma das melhores amigas da Vic e é casada com ele. Ela estava no direito dela de não guardar segredos do seu marido e eu não culpava.

- Então como você também já deve saber, não estamos nos falando, ou melhor, ela está me ignorando.

- Mas é trabalho de vocês.

- Eu vou tentar com a Laura, se não render nada pedimos para a Vic, se ela quiser aceitar.
Pietro riu enquanto me olhava parado do outro lado da sala.

- Vocês parecem crianças, acho que bem no fim vocês dois já se amam e estão lutando contra isso feito dois bobos.

Decidi ignora-lo e segui em direção a porta.

- Me mande quanto antes esta lista, já estou esperando. – gritei pra ele antes de passar pela porta e fecha-la atrás de mim, sem dar a chance dele me responder.

Nem Tudo Fica em Las Vegas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora