CAPÍTULO 38

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Oliver

Vic não havia me procurado nem mesmo depois que eu soube que ela havia saído do hospital. Minha vontade era de voltado a Boston e ter ido atrás dela, mas então eu me toquei que essa não era uma boa ideia. Ela poderia muito bem ter escolhido realmente ficar com o Othon e eu outra vez faria papel de trouxa.

Aos poucos tentei voltar com minha vida. No começo tentei trabalhar, mas mal durei duas semanas.

Por mais que trabalhar mante-se minha cabeça ocupada, eu parecia não estar focado, então fiz como minha mãe me aconselhou e pedi minhas férias. E isso foi a melhor coisa que fiz, pois poucos dias depois foi divulgado os casos de corrupção dentro do FBI, onde o pai da Vic foi preso. 

No começo achei que tinha sido bom para ele, ele poderia pagar pelo que fez com a filha, mas então pensei no que a Vic e os irmãos dela poderiam estar passando. E precisei me segurar para não ligar para ela, porque eu precisava me recuperar da minha exaustão mental.

E estando em casa eu procurei focar meu tempo mais em mim. Voltei a fazer as coisas que eu gostava, como correr na praia, malhar, visitar minha mãe e até a tocar o violão, que eu cheguei a levar para Boston, mas não cheguei nem ficar perto dele.

E voltando as minhas coisas antigas, meus amigos também voltaram a me chamar para sair. 

Danton e Travis até então eram os únicos que insistiam que eu precisava a sair, mas quando tudo pareceu começou a se normalizar, e eu já não me sentia mais tão exausto, comecei a aceitar os convites dos meus amigos do departamento também. Mas nada muito radical que passasse de uma cerveja em um bar e uma música no final de semana.

E como hoje era quarta-feira, e eu ainda não tinha nada programado decidi tornar aquele meu dia livre.

 Apenas acordei cedo para correr na praia e depois malhei na academia que eu tinha em casa, até a hora de ir almoçar com a minha mãe. E a tarde liguei uma música, peguei uma cerveja e sentei na varanda da minha casa, enquanto olhava o mar e tentava manter longe todos os pensamentos que vinham atormentando minha cabeça.

Quando já estava na minha segunda longneck e olhava a minha geladeira decidindo o que eu poderia fazer para comer mais tarde, ouvi a campainha tocar.

Fechei a geladeira e deixei minha cerveja sobre o balcão da cozinha antes de ir até a sala e pegar o controle, para baixar o volume do aparelho de som, antes dee atender a porta. Mas antes que eu chegasse até a porta a campainha tocou de novo me fazendo bufar.

Quem poderia estar tirando o pai da focar para ter tanta pressa àquela hora?

Mas logo que abri a porta, sem antes olhar quem era, eu paralisei enquanto sentia meus batimentos acelerado.

- Oi! – Vic falou quebrando o silencio que deixei enquanto eu paaralisei olhando para me certificar se era realmente ela quem estava ali.

E era ela. Linda em uma mini saia jeans desfiada, uma regata preta de alça fina e degotada  e uma sandália de salto, com seu cabelo solto e óculos escuro.

- Posso entrar? - ela perguntou enquanto eu ainda segurava a porta com um braço.

- Claro. – enfim respondi terminando de abrir a porta e dando passagem para ela.

Quando Vic entrou precisei de um tempo olhando para ela, para seu corpo, para seu andar, talvez para que eu entende-se que ela realmente estava em Los Angeles e na minha casa.

Ela então foi até o meio da minha sala olhando a decoração, até eu fechar a porta e ela se virar para mim tirando seu óculos, e o colocando em sua bolsa.

- Quer sentar? Aceita uma água? Uma cerveja? Acho que também posso ter um vinho. – perguntei me sentindo um tremendo idiota por agir daquela maneira perto dela.

Mas enquanto eu não soubesse o que ela estava fazendo ali, eu não queria me arriscar e ficar muito perto.

- Uma cerveja parece bom.

Concordei com ela e então atravessei a sala pelo outro lado da mesa de café, e fui até a cozinha, que ficava praticamente no mesmo ambiente que a sala, e só era separada por uma bancada de mármore com algumas banquetas altas em madeira.

Depois que peguei uma cerveja para ela e a abri, peguei a minha cerveja que eu havia deixado sobre o balcão, e dei um longo gole.

Vic veio atrás de mim e agora estava parada ao lado da bancada olhando para a porta que ligava a varanda com a casa e de onde tinha uma bela vista da praia.

- Uau! Você realmente tem uma vista privilegiada. – ela comentou enquanto eu lhe entregava a cerveja e concordava com ela.

- Quer ver mais de perto? - perguntei a fazendo olhar para mim com um largo sorriso contente, parecendo uma criança sendo convidada para um parque de diversão. Um sorriso que me fez lembrar de Las Vegas.

Então ela me seguiu até a varanda onde me recostei sobre a mureta de madeira pintada de branca, assim como o resto da casa.

Eu estava tentando resistir e não olhar para a Victorya, quando percebi que ela ficou ao meu lado olhando para o mar, mas algo foi maior do que eu e quando eu virei meu rosto a observando, percebi sua pele macia e delicada que ficava ainda mais bonita a luz do sol. E o seu sorriso fazia aquela covinha no canto da sua boca, um convite para beija-la, mas seus olhos pareciam tão longes do mar a ponto de me fazer lembrar que eu precisava me manter sobre controle.

Então virei outro longo gole de cerveja enquanto ela me olhou rapidamente e depois deu um gole em sua cerveja também.

- Se eu morasse aqui também não trocaria isso por nada. – Vic comentou e então eu baixei meu rosto olhando a garrafa em minha mão pensando no único motivo, em toda minha vida, que eu disse que deixaria tudo ali e iria embora. E isso voltou a querer me destruir por dentro.

- Porque você está aqui? - perguntei levantando meu rosto para olhar em seus olhos.

Ela então virou-se para mim surpresa, mas então baixou sua cabeça parecendo pensar no que ia me dizer.

- Você não estava lá quando eu acordei. – seus olhos então levantaram lentamente até mim me fazendo parar de respirar.

Me endireitei olhando para ela e então recostei meu ombro no pilar de ladeira ao meu lado, que sustentava a estrutura da casa, e cruzei meus braços atraindo seus olhos para o meu corpo sem camisa.

- Eu fui impedido de chegar perto de você, eu não pude nem ao menos te ver.

Vic então assentiu com a cabeça e baixou os olhos agora para a cerveja em sua mão.

- Eu soube disso, mas só a pouco tempo.

- Porque não me ligou? A Becca não te falou que eu fiquei te esperando todas essas semanas?

Percebi que seu rosto levemente corou, mas ela não voltou a me olhar.

- Ela me disse, mas foram tantas coisas aconteceram nos últimos dias. – ela enfim levantou seus olhos até os meus – No começo eu dizia que ainda não estava bem para falar com você, mas eu acho que era medo de você ter realmente ido embora e seguido em frente. E quando a Becca me contou tudo o que aconteceu depois daquele dia, as coisas lá em casa começaram a desmoronar e eu não sabia direito o que fazer.

Então ela não estava com ele? Pelo menos ela não me disse que era um dos motivos pelos quais ela não me ligou. E me dar conta disso reacendeu a esperança que eu ainda mantinha.

Mas eu precisava manter meu foco ela também não disse porque veio me procurar.

- Eu soube, e eu sinto muito pelo seu pai.

- Eu não sinto. – Vic respondeu me pegando de surpresa enquanto ela virava-se para olhar a praia – Quer dizer, não por ele. Talvez por minha mãe e os meus irmãos, mas não por meu pai.

Olhei curioso para ela buscando alguma expressão de tristeza ou magoa, mas não havia nada lá.

- Mas ele é seu pai Vic. – a lembrei fazendo ela olhar para mim com um sorriso sem graça meio de canto.

- Mas ele mentiu e nos enganou todo esse tempo. Talvez ele esteja pagando por tudo o que nos fez passar, com sua política da família perfeita. E depois que eu descobri tudo, eu não consigo sentir mais nada por ele, nem pena. Isso é ruim?

Nem Tudo Fica em Las Vegas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora