CAPÍTULO 32

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Oliver

Como Becca calculou conseguimos chegar ao hospital antes da família da Vic, mas no caminho eu me dei conta que havia levado um tiro de raspão no braço esquerdo e Becca começou a sentir fortes dores em um dos seus braços, que deve ter machucado quando ela foi rendida. E só percebemos isso porque o susto e a adrenalina em nosso organismo diminuíram, dando a vez para que pudéssemos sentir a dor.

A mãe da Vic chegou agitada ao centro médico, junto com a Margo e o Enzo, enquanto Becca e eu estávamos na enfermaria e pudemos vê-la entrar.

Becca estava com o braço imobilizado esperando ser chamada para fazer um raio-x, enquanto uma enfermeira fazia o curativo no meu braço.

- Vocês viram ela? Como a minha Vic esta? - a senhora Vermont perguntou assim que Enzo mostrou que estávamos ali, e ela veio até a enfermaria nervosa.

- Aparentemente ela está bem. Os médicos disseram que ela ia ser examinada agora. – Becca os respondeu enquanto a enfermeira terminava de enfaixar meu braço.

- Ela ainda estava desacordada?

Becca assentiu com um meio sorriso e pareceu que aquilo a deixou ainda mais nervosa.

A enfermeira então terminou meu curativo e pediu licença nos deixando sozinhos na sala, enquanto eu colocava a manga da minha camisa de volta, sobre o curativo pronto.

- E o bebê? - Margo nos perguntou vindo de tras de sua mãe e fazendo a tristeza voltar a me abater.

Baixei minha cabeça abotoando minha camisa, sem coragem de repetir as palavras do médico, então Becca fez aquilo por mim.

- O médico não está muito otimista. Eles vão examinar ela primeiro e então fazer a ultrassom. Mas ele avisou que ela teve um sangramento no caminho o que diminui muito as chances de ele sair ileso.

Ouvir novamente aquela notícia era como se novas facas fossem cravadas em mim. Provavelmente Vic havia perdido nosso filho, e pensar nisso era como se tirassem meu chão e meu ar ao mesmo tempo.

- Minha nossa! – a senhora Vermont lamentou enquanto a Margo se jogou em seus braços chorando. – Nas últimas semanas a Vic dedicou-se tanto a essa gravidez, como se colocasse todas suas esperanças nele.

Não tive coragem de levantar minha cabeça e encarar nenhum deles, apenas engoli em seco até sentir a mão pesada do Enzo sobre meu ombro bom, me fazendo olhar para ele em pé ao lado da poltrona onde eu ainda estava sentado.

- Eu sinto muito cara.

- Valeu. – agradeci a ele, sem saber direito o que lhe dizer, já que todos ali havíamos perdido muito.

- Mas e esse curativo ai?- ele perguntou apontando meu outro braço.

- Só um tiro de raspão. – respondi movendo um pouco meu braço para me acostumar a dor.

- Pelo menos vai deixar uma cicatriz para as meninas?

Olhei outra vez pra ele e tentei sorrir acenando.

- Acho que no máximo uma marca de leve.

- Poxa. Ao menos não foi no outro se não ia estragar sua tatuagem, ou ia ficar a marcar para deixar as meninas curiosas. – Enzo brincou e eu acabei dando uma risada curta e baixa.

- Minha nossa, como vocês são infantis. – Becca nos provocou e Enzo olhou para ela com uma careta.

- Não sei se percebeu estou tentando deixar o clima aqui mais leve, já que estamos tensos demais. – ele a respondeu e então apontou para o braço dela – E você? Quebrou a patinha foi?

Nem Tudo Fica em Las Vegas (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora