CAPITULO 24

1.1K 70 45
                                    

"Se fiquei esperando meu amor passar

Já me basta que estava, então, longe de sereno

E fiquei tanto tempo duvidando de mim

Por fazer amor, por fazer sentido

Começo a ficar livre

Espero, acho que sim

De olhos fechados, não me vejo

E você sorriu pra mim"

Se fiquei esperando meu amor passar – Legião Urbana

Era uma manhã de domingo ensolarado. Gizelly batia as unhas no celular, ansiosa e nervosa para o encontro com a família do Felipe. Como era tradição na família dele, todos estariam reunidos para o almoço de domingo, e pelo que tinha entendido, Felipe não tinha contado sobre ela acompanha-lo, muito menos adiantado sobre o assunto que iriam abordar.

- Felipe, você podia ter falado que eu estava indo. Detesto aparecer na casa dos outros sem aviso, não gosto nem um pouco.

- Ah, mano, relaxa, minha mãe e meu pai vão adorar te ver lá. Só eu sei o quanto minha mãe encheu o meu saco depois que a gente term... bom você sabe, bobeira você ficar nervosa assim.

Felipe aumenta o som do carro e canta as musicas animado, estava nervoso também, mas seu objetivo ali era distrair e animar um pouco sua companheira de viagem. Alguns minutos se passaram e ela continua na mesma, nervosa e batendo os dedos no celular. Ele então tem uma ideia:

- Aqui, você tem ainda aquele vídeo? – ela o olha sem entender e ele complementa: - aquele vídeo do nosso filho, você me manda ele?

Gizelly fica alguns segundos paralisada antes de reagir ao pedido dele. Toda vez que ouvia ele falar nosso filho, ela tinha essa mesma reação, era um misto de incredulidade e emoção.

"Será que um dia essa sensação vai embora. Toda vez que ele fala isso torna tudo tão real, o bebê, os dois, tudo parece tão certo e ao mesmo tempo tão errado e surreal".

- Sim, claro, eu devia ter te mandado aquele dia, mas esqueci. – ela responde.

Logo ele ouve o barulho da notificação do whatsapp e pega o celular. Ele encaminha um vídeo para um contato e desliga a tela.

- Mano, ela vai surtar – ele diz rindo divertido.

- Felipe, o que você aprontou dessa vez? – Gizelly pergunta preocupada vendo a empolgação dele. Normalmente, quando ele estava nesse nível de animação era certo que tinha aprontado algo.

- Você vai saber daqui a pouco. – ele responde ainda gargalhando.

Gizelly revira os olhos, mas não consegue segurar o sorriso ao vê-lo tão empolgado, parecia uma criança fazendo arte.

Não demorou muito tempo para o telefone de Felipe tocar insistentemente. Ele pegou o aparelho e riu quando viu o nome que apareceu na tela.

- Mano as pessoas são muito previsíveis. – ele fala ao desliga a tela e silencia o toque.

O telefone tocou diversas vezes até a chegada à casa dos pais dele. Por mais que Gizelly tivesse insistido para saber o que Felipe havia aprontado, ele só ria e falava que ela saberia no momento certo.

Assim, que eles saem do carro, Felipe em um gesto teatral abre os braços em direção a uma das casas e fala:

- Aprecie a obra do talentoso mestre Prior.

- Achei que era Mago Prior, perdeu os poderes? – ela responde divertida, enquanto aprecia a casa dos pais dele. Realmente, era uma casa bem bonita e imponente, mas ela sempre soube e se orgulhou da competência dele como arquiteto.

Quase Sem Querer - PrizellyOnde histórias criam vida. Descubra agora