.𝟏𝟖.

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Eram só 24 quilômetros de Forks a La Push, com florestas verdes, densas e lindas margeando a estrada na maior parte do caminho, e o amplo rio Quillayute serpenteando embaixo. Fiquei feliz por me sentar junto à janela.

Baixamos os vidros — o Suburban era meio claustrofóbico com nove pessoas lá dentro — e tentei absorver o máximo de sol que pude. Eu já tinha ido muitas vezes às praias de La Push durante meus verões em Forks com Charlie e já conhecia a curva de oitocentos metros da primeira praia. Mas ainda era de tirar o fôlego.

A água era cinza-escura, mesmo ao sol, com cristas brancas, e quebrava na praia rochosa. As ilhas surgiam das águas em escarpas empinadas, coroadas por abetos austeros e elevados. A praia só tinha uma lasca de areia na beira da água; depois disso, se alargava em milhões de pedras grandes e lisas que pareciam uniformemente cinzentas à distância, mas, de perto, tinham todos os tons que uma pedra podia ter.

A linha da maré era tomada de enormes troncos trazidos pelo mar, embranquecidos pelas ondas salgadas, alguns em pilhas na beira da floresta, outros deitados solitários, fora do alcance das ondas. Havia um vento fresco vindo das ondas, frio e salgado. Pelicanos flutuavam nas ondas enquanto gaivotas e uma águia solitária rodavam acima deles.

As nuvens ainda circundam o céu, ameaçando invadir a qualquer momento, mas por enquanto o sol brilhava corajosamente em seu halo de céu azul. Pegamos o caminho pela areia densa para a praia, Kristen na frente, até um anel de troncos que obviamente tinham sido usados para festas como a nossa. Já havia um círculo de fogueira montado, cheio de cinzas escuras. Erica e a garota que eu achava que se chamava Becca juntaram galhos quebrados das pilhas mais secas junto à floresta, e logo havia uma construção no formato de uma tenda indígena no alto das cinzas antigas.

— Já viu uma fogueira de madeira de praia? — perguntou Kristen. Eu estava sentado em um dos bancos desbotados; Jared e Alan estavam sentados dos meus dois lados, mas a maior parte do resto do pessoal estava sentada do outro lado do círculo.

Kristen se ajoelhou junto à fogueira, acendendo um dos gravetos menores com um isqueiro.

— Não — eu disse enquanto ela colocava o graveto aceso cuidadosamente na tenda.

— Então vai gostar dessa. Olhe só as cores. — Ela acendeu outro galho e o colocou junto do primeiro. As chamas começaram a lamber rapidamente a madeira seca.

— É azul — falei, surpreso.

— É por causa do sal. Legal, né?


Ela acendeu mais um galho, colocou onde a fogueira ainda não tinha pegado, e depois veio se sentar do meu lado.Felizmente, Jared estava do outro lado dela. Ela se virou para Kristen e começou a fazer perguntas sobre o planejamento do dia.

Fiquei olhando as estranhas chamas azuis e verdes estalarem para o céu. Depois de meia hora de bate-papo, algumas meninas queriam andar até as piscinas da maré baixa próximas, mas a maioria dos garotos queria ir até a única loja do vilarejo para comprar comida.


Eu não sabia a quem me juntar. Não estava com fome e adorava as piscinas de maré baixa, e isso desde que eu era criança; era uma das poucas coisas que queria ver quando tinha que vir a Forks. Por outro lado, também já caí muito nelas. Não é grande coisa quando se tem sete anos e está com seu pai. Isso me lembrou de repente de Jimin (não que ele não estivesse sempre em algum lugar dos meus pensamentos) e do pedido dele para que eu não caísse no mar.

Foi Logan quem decidiu por mim. Ele tinha a voz mais alta na discussão e queria comer. O grupo se dividiu em três partes, os que iam comer, os que iam caminhar e os que iam ficar ali, sendo que a maioria foi com Logan. Esperei até que Taylor e Erica decidissem ir com ele para me levantar em silêncio e me juntar ao grupo da caminhada. Kristen sorriu quando viu que eu ia com eles. A caminhada era curta, mas detestei perder o sol nas árvores.

𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐕𝐦𝐢𝐧 𝐕𝐞𝐫𝐬𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora