.𝟏𝟓.

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Ouvi a porta, abri os olhos e vi o enfermeiro com uma compressa fria na mão.

— Aqui está, filho. — Ele a colocou na minha testa. — Parece melhor — acrescentou

— Acho que estou bem — eu disse, sentando-me.

Só com um pequeno zumbido nos ouvidos, mas nada girava. As paredes verde-menta ficaram onde deveriam estar. Pude ver que ele estava prestes a me fazer deitar de novo, mas a porta se abriu exatamente naquele momento e o Sr. Cope colocou a cabeça para dentro.

— Temos mais um — alertou ele. Desci da maca para liberá-la para a próxima vítima e devolvi a compressa ao enfermeiro. — Aqui, não preciso disso.

Nesse momento, Kristen cambaleou pela porta, agora apoiando Leann Stephens, outra garota da aula de biologia. Ela estava verde. Jimin e eu nos encostamos na parede para deixar que passassem.

— Ah, não — murmurou Jimin.. — Saia da enfermaria, Taehyung.

Olhei para ele, confuso.

— Acredite em mim. Vá.

Girei o corpo e segurei a porta antes que se fechasse, disparando para fora da enfermaria. Pude sentir Jimin bem atrás de mim.

— Desta vez você me deu ouvidos — disse ele, surpreso.

— Senti o cheiro de sangue. Leann não estava enjoada só de ver outras pessoas. Bem menos constrangedor, pensei.

— As pessoas não conseguem sentir cheiro de sangue — contestou ele.

— Eu consigo. É isso que me deixa enjoado. Tem cheiro de ferrugem... e sal.

Ele me olhou com uma expressão cautelosa.

— Que foi? — perguntei.

— Nada.

Kristen saiu pela porta, olhou para Jimin, para mim e depois para ele de novo.

— Muito obrigada pela ajuda, Jimin — disse ele, com o tom doce demais, uma boa indicação de que Jimin estava certa sobre aquela história de ser odiado. — Não sei o que o Tae teria feito sem você.

— Não foi nada — respondeu Jimin, com um sorriso divertido.

— Você parece melhor — disse Kristen para mim com o mesmo tom.

— Fico feliz.

— Não tire a mão do bolso — alertei novamente.

— Não está mais sangrando — disse ela, com a voz voltando ao normal.

— Você vai voltar à aula?

— Não, obrigado. Eu teria que dar meia-volta e voltar para cá.

— É, acho que sim... Então, você vai nesse fim de semana? À praia? — Enquanto falava, ela disparou um olhar sombrio para Jimin, que estava encostado no

balcão atravancado, imóvel como uma escultura, fitando o vazio. Eu não queria chateá-lo ainda mais. — Claro, eu disse que iria.

— Vamos nos reunir na loja dos meus pais, às dez. — Os olhos dela dispararam para Jimin de novo, e consegui perceber que ela estava com medo de estar deixando escapar muita informação. Sua linguagem corporal deixava claro que não era um convite aberto.

— Estarei lá — prometi.

— A gente se vê no ginásio, então — disse ela, andando insegura para a porta.

𝐓𝐰𝐢𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐕𝐦𝐢𝐧 𝐕𝐞𝐫𝐬𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora