Capítulo 4

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Ariela ficou abismada. "Tem que ser computação gráfica, tem que ser!", ela pensou, mas percebeu que aquilo tudo era real demais para ser falso. Ficou boquiaberta e espantada, mas conseguiu se acalmar.

- Essa é a dimensão Alpha, a mais evoluída dimensão do universo.

A dimensão Alpha era repleta de natureza, casas enormes e decoradas com flores, pessoas super bem vestidas e educadas. Não havia nem sinal de lixo, mendigos ou desigualdade social. A tecnologia era extremamente avançada, mas era equilibrada com o meio ambiente. A expectativa de vida, explicou Tremblay, era de mais de 150 anos. Resumindo, aquele mundo era o paraíso.

Passando para a próxima tela, o homem começou a explicar sobre a dimensão Gamma. Também evoluída, embora não tanto quanto a Alpha, era um centro tecnológico. Automóveis ultra tecnológicos e cidades enormes com todos os recursos necessários, pessoas vestidas de formas extravagantes e vibrantes. Porém, era possível ver algumas casas escondidas pelos imponentes edifícios, onde se viam pessoas pobres e sem qualidade de vida. Haviam alguns mendigos nas ruas e lugares com super lotação, mas ainda eram minoria. De vez em quando, aconteciam acidentes com as máquinas tecnológicas que causavam poucos, porém reais, problemas.

Já a Sigma era realmente a nossa dimensão, onde Ariela vivia. Esse mundo que conhecemos e povoamos há milhares de anos. Ocupava a terceira posição no alfabeto e não foi muito explicado por Tremblay, afinal, não havia necessidade.

A dimensão Tau se parecia com um enorme deserto, já bem diferente da dimensão Sigma. As casas eram pequenas e habitadas por, em média, 10 pessoas cada uma. Havia escravidão e as crianças mais pobres eram obrigadas a fazer trabalhos braçais desde muito pequenas. As pessoas tinham uma expressão cansada. Porém, a tecnologia era até existente, embora pouco evoluída. Era usada somente pelos ricos da dimensão, que moravam em enormes edifícios e mansões afastadas dos mais pobres. Sem dúvida, a desigualdade era destacante.

Por fim, com a pior classificação, a dimensão Phi. Quando Ariela a viu pela tela, não conseguiu impedir de ficar assustada. Era um ambiente escuro, sem vida. Via-se pessoas sendo castigadas com chicotes em meio ao povo, cadáveres ao longo de cidades fantasmas. Não se via água, nem alimento. As pessoas estavam num estado tão detonado que nem pareciam vivos. Sem dúvida, uma dimensão morta e deprimente. Porém, em um lugar afastado, Ariela conseguiu ver um pequeno vilarejo mais iluminado. De acordo com Tremblay, lá era a base da EACI, onde a elite da dimensão também morava. Infelizmente, era um ambiente habitado por menos de 30 pessoas.

- P*** que pariu, mano! - Ariela não se conteve. - Essa negócio é real mesmo! Eu... eu não sei o que dizer, mas que bosta! Odeio não saber o que dizer. Como pode existir tudo isso e as pessoas serem tão ignorantes?!

O Sr. Tremblay riu.

- A competência da EACI é realmente inacreditável. A maneira como a Direção Máxima consegue criar ilusões para que, ao trocar de classificação, as pessoas pensem que a dimensão delas sempre foi daquele jeito e esqueçam completamente de sua antiga classificação é formidável. São mestres ilusórios.

Envolta em pensamentos, Ariela foi ligando os pontos em sua cabeça do motivo que a fazia estar ali. Sua hipótese era muito provável, mas a desesperava. Por isso, ela perguntou:

- Não vai me dizer que eu sou a competidora da dimensão Sigma, não é? Porque se sim, escolheram a pessoa errada! Eu não vou arriscar minha vida.

- Você é muito esperta, Miss Aguiar. Sua hipótese está certíssima, e não, nós não escolhemos a pessoa errada. Disso eu estou certo.

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